Metroviários de SP decidem entrar em greve nesta quarta
22 de maio de 2012 • 20h22 • atualizado às 21h04
Sindicato estima em 90% a adesão ao movimento grevista
Foto: Ricardo Matsukawa /Terra
HERMANO FREITAS
Direto de São Paulo
Os metroviários de São Paulo decidiram em assembleia
realizada nesta terça-feira entrar em greve a partir da 0h desta quarta-feira
por tempo indeterminado. Eles rejeitaram a proposta de aumento do Metrô, que
significava uma reposição de 4,15% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA) e 1,5% de ganho real. Apenas a linha 4-amarela funciona amanhã por
pertencer a um consórcio público-privado.
A Justiça não autorizou a paralisação e estabeleceu em R$
100 mil a multa ao sindicato para cada dia parado. As partes não chegaram a um
acordo e o Tribunal determinou 100% do efetivo nos horários de pico,
compreendidos entre 5h e 9h e 17h e 20h, e 85% nos demais horários. A proposta
feita ao governo de liberar as catracas em lugar de paralisar as atividades não
foi aceita para administração estadual.
A categoria reivindica reajuste de 5,13%, baseado no índice
IVC/Diese, que mede a variação do custo de vida das famílias com renda de um a
30 salários mínimos, e aumento real de 14,99%. O sindicato estima em 90% a
adesão ao movimento grevista. De acordo com o presidente da entidade, Altino de
Melo Prazeres Júnior, apenas os supervisores tentarão furar a greve, pois são
cargos de chefia e tradicionalmente não aderem a paralisações.
Além do reajuste, os metroviários querem um adicional de
periculosidade de 30% (atualmente os funcionários recebem 10%) e a equiparação
salarial entre os profissionais que exercem as mesmas funções. "Eu não sou
otário, equipara o meu salário" era um dos gritos ouvidos durante a
assembleia desta noite.
Haverá uma nova assembleia ao meio dia desta quarta-feira, e
o sindicato se declarou aberto a receber qualquer proposta neste espaço de
tempo. "Ficamos à disposição para negociar e suspender a greve a qualquer
momento", disse Altino.
Funcionários das linhas 8, 9, 10 e 11 - representados por
outros sindicatos - podem seguir a onda nacional de protestos e também parar
amanhã.
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