sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

 Os casos de 'cura milagrosa’ de câncer que intrigam a ciência

David Robson - Autor

Da BBC Future - Publicação 26 março 2015

O caso deixou boquiabertos todos os envolvidos: uma mulher de 74 anos começou a apresentar uma irritação na pele que não melhorava. Quando finalmente procurou um hospital, parte de sua perna direita estava coberta de nódulos. Os testes confirmaram que se tratava de um carcinoma, um tipo de câncer de pele.

Por causa da maneira como os tumores estavam espalhados, a radioterapia não seria eficiente. E os médicos não poderiam removê-los. Alan Irvine, oncologista responsável pelo tratamento da paciente no Hospital St. James, em Dublin, na Irlanda, lembra que a amputação parecia ser a única opção viável, mas por causa da idade da paciente, seria difícil que ela se adaptasse bem a uma prótese.

"Decidimos simplesmente esperar e pensar em outras possibilidades, mesmo sabendo que haveria muito sofrimento pela frente", conta.

Foi aí que o "milagre" começou: apesar de não terem sido tratados, os tumores diminuíram e murcharam até desaparecerem completamente. Depois de 20 semanas, a paciente estava curada. "Não tínhamos dúvida alguma de que o diagnóstico estava correto, mas depois disso nada aparecia nas biópsias ou nos exames de imagem", diz o médico. "O caso mostra que é possível para o corpo combater o câncer, mesmo que isso seja incrivelmente raro."

A questão é: como? A paciente de Irvine acredita ter sido a "mão de Deus". Mas cientistas estão estudando a biologia por trás da chamada "regressão espontânea" para buscar pistas que possam fazer casos de autocura algo mais comum.

Recuperada pela gravidez
Cientistas buscam pistas de como sistema imunológico pode ser incentivado a destruir tumores

Em tese, nosso sistema imunológico deveria perseguir e destruir células que sofrem mutações antes que elas comecem a evoluir para um câncer. Mas às vezes essas células conseguem passar despercebidas, reproduzindo-se até formarem um tumor.

Até o câncer ser detectado pelos médicos, é altamente improvável que o paciente consiga se recuperar sozinho: acredita-se que apenas um em cada 100 mil pacientes pode se livrar da doença sem receber tratamento.

Mas entre esses raríssimos casos há algumas histórias realmente inacreditáveis. Um hospital da Grã-Bretanha, por exemplo, recentemente tornou público o caso de uma paciente que descobriu um tumor entre o reto e o útero pouco antes de saber que estava grávida. A gestação correu bem e o bebê nasceu saudável. Quando ela se encaminhava para o doloroso tratamento para o câncer, seus médicos notaram, com muito espanto, que o tumor desapareceu misteriosamente durante a gravidez. Nove anos depois, a mulher não apresenta nenhum sinal de recaída.

Casos semelhantes de recuperação extraordinária foram observados em muitos tipos de câncer, inclusive em formas mais agressivas como a leucemia mieloide aguda, que provoca o crescimento anormal dos glóbulos brancos do sangue.

"Um paciente que não receba tratamento pode morrer em poucas semanas ou até em uma questão de dias", conta Armin Rashidi, da Universidade Washington, em St. Louis. Ele, no entanto, encontrou 46 casos em que essa doença regrediu sozinha. "É possível que 99% dos oncologistas digam que isso é impossível de acontecer", afirma Rashidi, que escreveu um artigo sobre o assunto com o colega Stephen Fisher.

Crianças que se salvam

Por outro lado, é surpreendentemente comum ver crianças se recuperando do neuroblastoma, um tipo de câncer infantil, oferecendo algumas das melhores pistas sobre o que pode acarretar a regressão espontânea.

Esse tipo de câncer surge com tumores no sistema nervoso e nas glândulas. Se ele se espalhar, pode levar ao aparecimento de nódulos na pele e pólipos no fígado, e o inchaço do abdômen dificulta a respiração.

Trata-se de uma doença muito desgastante, mas ela pode desaparecer tão rapidamente como surgiu, mesmo sem intervenção médica. Na realidade, para bebês com menos de 1 ano, a regressão é tão comum que muitos médicos evitam realizar a quimioterapia imediatamente, na esperança de que os tumores diminuam por conta própria.

"Cuidei de três casos com metástases impressionantes, mas apenas observamos os pacientes e eles se recuperaram", lembra Garrett Brodeur, do Hospital Infantil da Filadélfia.

Leia mais: Por dentro da mente em estado vegetativo

Para evitar o sofrimento dessa espera, Brodeur está buscando entender os mecanismos por trás do desaparecimento de um câncer. "Queremos desenvolver agentes específicos que possam iniciar a regressão para não termos que esperar que a natureza tome seu rumo ou que 'Deus' decida", afirma o médico.

Até agora, Brodeur conseguiu boas evidências. Uma delas é de que as células em tumores de neuroblastoma parecem ter desenvolvido a capacidade de sobreviver sem o fator de crescimento nervoso (NFG, na sigla em inglês), o que permite que elas se reproduzam bem em locais do corpo onde não há o NFG.

A remissão espontânea pode ser provocada por uma mudança natural nas células tumorais, talvez envolvendo os receptores que se ligam ao NFG. Isso pode fazer com que as células percam esse nutriente essencial e não consigam sobreviver.

Se isso for verdade, um medicamento que consiga atuar nesses receptores seria capaz de iniciar a recuperação em outros pacientes, sem os indesejáveis efeitos colaterais provocados por tratamentos mais tradicionais para o câncer.

O poder da infecção
Uma das alternativas estudadas é infectar pacientes com doenças tropicais, como a dengue

Infelizmente, recuperações inesperadas de outros tipos de câncer foram menos estudadas. Mas algumas evidências conhecidas hoje foram descobertas há mais de 100 anos por um médico americano pouco conhecido.

No século 19, William Bradley Coley se surpreendeu quando um paciente que tinha um enorme tumor no pescoço se curou completamente quando pegou uma infecção na pele e teve febre alta.

Coley testou o princípio em alguns outros pacientes e descobriu que, ao infectá-los deliberadamente com bactérias, ou tratando-os com toxinas segregadas por micróbios, tumores impossíveis de serem retirados cirurgicamente foram destruídos.

Será que uma infecção seria uma maneira de estimular a remissão espontânea? Análises recentes dão apoio à ideia. O estudo de Rashidi e Fisher descobriu que 90% dos pacientes que se recuperaram de leucemia tinham sofrido alguma outra doença, como pneumonia, antes do desaparecimento do câncer.

Outros artigos mostraram que tumores sumiram depois de casos de difteria, gonorreia, hepatite, gripe, malária, sarampo e sífilis.

Mas não são os germes sozinhos que provocam a cura: a infecção é quem provoca uma resposta imunológica que torna o ambiente inóspito para o tumor. O aquecimento provocado pela febre, por exemplo, pode tornar as células cancerígenas mais vulneráveis ou até fazer com que elas "se suicidem".

Ou talvez seja importante o fato de que quando estamos lutando contra uma bactéria ou um vírus, nosso sangue está saturado de moléculas inflamatórias que agem como uma "convocatória" para os macrófagos do organismo, transformando essas células imunes em guerreiros que matam e engolem micróbios – e potencialmente o câncer.

Ao mesmo tempo, essas células podem estimular outras do sistema imunológico a reconhecerem as células cancerígenas, e assim atacá-las caso o câncer volte.

Contraindo a cura

Outros cientistas estão avaliando uma linha de combate mais radical. Uma das abordagens é deliberadamente contaminar um paciente de câncer com uma doença tropical.

A técnica, desenvolvida pela start-up americana PrimeVax, tem duas etapas: inicialmente, retira-se uma amostra do tumor e coleta-se células dentríticas do sangue do paciente. Essas células ajudam a coordenar a resposta do sistema imunológico a uma ameaça e, ao serem expostas ao tumor em laboratório, elas podem ser programadas para reconhecer as células cancerígenas.

Na segunda etapa, o paciente é contaminado com o vírus da dengue, antes de receber as novas células dendríticas programadas.

Sob supervisão médica, o paciente acaba desenvolvendo uma febre alta e libera moléculas inflamatórias – colocando o resto do sistema imunológico em alerta vermelho.

O tumor passa a ser o alvo principal de um ataque ostensivo das células imunológicas, lideradas pelas células dendríticas. "A febre da dengue derruba e reagrupa o sistema imunológico, fazendo ele assumir com toda a força seu papel de matar células cancerígenas", explica Burce Lyday, da PrimeVax.

A ideia de infectar pacientes vulneráveis com uma doença tropical pode parecer loucura, mas os cientistas argumentam que a dengue, curiosamente, mata menos adultos do que a gripe comum.

E, uma vez que a febre passe, as células programadas vão se manter alertas para o caso de o tumor reincidir. "O câncer é um alvo em movimento. Muitas terapias atacam de apenas uma frente", afirma Lyday.

O cientista espera realizar os primeiros testes com pacientes de melanoma até o fim deste ano.

É claro que todo cuidado é pouco. Como lembra o irlandês Irvine, "a remissão espontânea é uma pequena peça em um quebra-cabeças muito complicado". Mas se esse tipo de tratamento der certo, as implicações são extraordinárias.


terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Por que a planta comigo-ninguém-pode é perigosa?

O nome da planta comigo-ninguém-pode já dá uma prévia sobre as características dela. Apesar de ser uma das principais causadoras de intoxicações, ela é amplamente utilizada como uma planta ornamental em casas.


Quais os efeitos dessa planta?

A Dieffenbachia, ou comigo-ninguém-pode, também é conhecida em alguns países como Dumb Cane (Cana muda). Esse nome foi atribuído por causa de sua toxina, que quando ingerida pode fazer com que a língua, boca e garganta inchem, paralisando as cordas vocais e tirando sua voz.

Essa planta tem o mesmo efeito em cães e gatos, e ela também pode causar reações alérgicas por meio de contato com os olhos e a pele.

De acordo com o Instituto Nacional de Saúde, alguns dos sintomas reconhecidos pela intoxicação com a comigo-ninguém-pode são ardência e inchaço na boca, língua e garganta, vômito, diarreia, dor nos olhos e danos à córnea.

A comigo-ninguém-pode pode matar?

Sim. Em caso de ingestão dessa planta, o inchaço da garganta pode obstruir o sistema respiratório e levar à óbito. Casos como esse já foram relatados no Brasil e mostram a importância de se buscar apoio médico imediatamente após o consumo.

E ela causa a intoxicação?

A comigo-ninguém-pode contém pedaços de cristais insolúveis em formato de agulhas, em suas folhas e haste.


Esses cristais, chamados de ráfides, são formados por oxalato de cálcio. Mastigar, morder ou mesmo encostar nessa planta libera esses cristais que penetram nos tecidos, resultando em lesões.

Casos com a comingo-ninguém-pode

Os Centros de Informações Toxicológicas no Brasil divulgam um alto número de intoxicações causada pela planta, sendo que apenas em 2001, foram registrados 75.293 casos de envenenamento com a planta no Brasil.

Nos EUA, a comigo-ninguém-pode é a 4ª maior causadora de envenenamento, e cerca de 85% dos acidentes acontecem com crianças.

Por seu poder de toxina, foram feitos estudos com essa planta pelos alemães, durante a II Guerra Mundial. Eles realizaram experimentos com a comigo-ninguém-pode para produzir material de esterilização em campos de concentração.

Como vocês puderam ver, essa planta é muito perigosa, e apesar de sua beleza, é melhor pensar duas vezes antes de escolher a comigo-ninguém-pode para enfeitar a sua casa.

Fonte: HIPERCULTURA - Ciência

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Conheça 10 tipos de nuvens super raras em fotos impressionantes

As nuvens estão sempre mudando e por isso é fácil enxergar as mais variadas coisas e formatos nelas. Mas existem alguns tipos de nuvens com formações realmente estranhas e impressionantes.

Entre os mais de 80 tipos classificados pelo Atlas Internacional das Nuvens, existem alguns extremamente raros e que só se formam em condições bem específicas.

Como é uma tarefa muito difícil encontrar algumas delas apenas olhando para o céu, conheça com a gente esses 10 tipos de nuvens super raras e curiosas:

Virga ou água-viva


Essas nuvens recebem o apelido de “água-viva” por causa desses filamentos pendurados, que costumam ser movidos pelo vento. Esse efeito ocorre quando a chuva ou neve começa a cair, mas evapora antes de chegar ao solo. Normalmente isso acontece quando a chuva passa por uma mancha de ar seco ou quente.

Embora a nuvem virga seja rara na maior parte do mundo, elas são menos incomuns em áreas desérticas ou em pradarias. Altitudes elevadas são outro fator que favorecem a sua formação.

Lenticularis


Acredita-se que essas nuvens ovais, chamadas de Altocumulus Lenticularis, são uma das principais razões por trás do avistamento de OVNIs. Essas nuvens parecem pairar sobre montanhas, mesmo com vento soprando sobre elas.

As Lenticularis se formam quando o ar em movimento encontra um obstáculo, como uma montanha, sendo forçado a se erguer sobre ele. A medida que esse ar sobre e esfria, a umidade se condensa formando nuvens.

Asperitas


As nuvens Asperitas são tão raras que só foram oficialmente reconhecidas em junho de 2015, entrando na primeira atualização do Atlas Internacional de Nuvens, criado em 1951 e inalterado até então.

As Asperitas consistem em ondas escuras, que se assemelham a um mar agitado visto de baixo. Seu nome vem de "Asperatus", que significa “agitado” ou “áspero” em latim.
Ainda não se sabe ao certo como essas nuvens se formam, mas apesar de seu formato assustador, elas costumam se dissipar sem se transformarem em grandes tempestades.

Nacreous


Essas nuvens belas e coloridas se formam em uma altitude extremamente alta, na estratosfera polar. Como a estratosfera é normalmente muito seca, quase não há formação de nuvens nessa área e por isso a Nacreous é tão rara. Porém, é por causa da sua altitude que elas exibem essa bela cor, que ganham por refletir a luz abaixo do horizonte.

Elas costumam se manifestar durante os invernos mais frios, quando as temperaturas ficam abaixo de -80º C. Mas apesar da beleza, esse tipo de nuvem estratosférica polar desempenha um papel central na destruição química da camada de ozônio.

Isso porque nessas nuvens frias é produzida uma reação química dos gases CFC (clorofluorocarboneto), que destroem o ozônio.

Kelvin-Helmholtz

Uma das formações mais raras e icônicas, a Kelvin-Helmholtz parece uma onda de mar quebrando.

Elas ocorrem em quase todos os lugares do mundo e em todos os tipos de atmosfera, porém, elas duram apenas alguns minutos antes de se dispersarem, e por isso é tão difícil ver uma delas.

Esse formato curioso ocorre quando o ar quente e rápido flui sobre uma camada mais fria, densa e lenta. Ou seja, essa nuvem é um sinal de que o ar no local é extremamente instável.
Seu nome é em homenagem aos físicos William Kelvin e Hermann von Helmholtz, que descobriram que a diferença nas densidades e velocidades do ar são as causas dessas ondulações.

Arcus


Esse tipo de nuvem podem ser divididos em nuvens de rolo e nuvens de prateleiras. As Arcus são extensas e geralmente são associadas à nuvens de tempestade e trovoadas.

As nuvens Arcus ocorrem quando as temperaturas do ar se invertem, ou seja, quando há camadas de ar quente em cima do ar frio. Isso geralmente ocorre durante ou pouco antes de uma grande tempestade.

Supercélula


As tempestades de nuvens Supercélula têm um poder destrutivo que só perde para os furacões, porém, felizmente, elas são um tipo muito incomum.

O que as diferencia de outras tempestades violentas é que dentro delas existe um vórtice de ar chamado de mesociclone, que faz com que elas se sustentem por muitas horas.

É esse tipo de nuvem que causa tornados. Além disso, as Supercélulas também podem produzir enxurradas e pedras de granizo do tamanho de maçãs.

Cirrocumulus ou Mackerel



Esse tipo de nuvem recebe esse nome por causa do seu padrão ondulado que se assemelha às listras do peixe mackerel, chamado no Brasil de "cavala".

A mackerel indica que uma tempestade está por vir. Elas se formam quando pequenas quantidades de umidade de ar se aproximam de frentes meteorológicas. Mas quanto mais próximas elas ficam, essas nuvens começam a ficar mais fortes e vão mudando de formato.

Mammatus


Essas nuvens que parecem bolsas de ar são uma das formações mais distintas e incomuns. Elas possuem saliências arredondadas que ficam penduradas em sua parte inferior, e seu nome deriva da palavra “mamma”, que significa “seio” em latim.

A Mammatus se forma quando ocorre uma turbulência dentro de nuvens cumulonimbus, que são grandes nuvens de tempestade. Elas podem se estender por centenas de quilômetros.

Essa turbulência leva cristais de gelo para cima, onde o ar não é denso o suficiente para suportar seu peso. Isso faz com que eles caíam, mudando de gelo para vapor d’água. Então, o ar ao redor é resfriado pelo vapor fazendo com que ele afunde, criando essas bolsas.

Nuvem perfurada


Esse tipo de nuvem costuma aparecer entre camadas de nuvens de nível alto e médio, quando uma área de umidade começa a congelar e cair. O gelo descendente deixa então um buraco arredondado entre essas camadas de nuvens, e esse furo pode crescer até 50 km em apenas uma hora.

Assim como as nuvens lenticulares, as nuvens perfuradas foram comumente confundidas com naves espaciais.

6 dicas essenciais para sua primeira ida ao Japão

Por Kelly Kajiwara

Se você está planejando ir para o Japão pela primeira vez, precisa conhecer estas dicas essenciais dadas por quem tem experiência e sabe como são úteis.

Veja quais são e não se esqueça de seguir cada uma delas!

1. Adquira imediatamente dados móveis para seu telefone

Quando chegar ao aeroporto, adquira um chip ou roteador móvel no aeroporto e instantaneamente tenha dados no seu telefone.

Desta forma, a qualquer momento, você poderá fazer chamadas, verificar os mapas do Google ou ter conectividade mesmo em lugares remotos (como uma pousada na montanha).

Deixe salva uma página de conversão de reais ou dólares para ienes e uma de tradução do japonês para o inglês, no Google.

Além de uma página com dicionário de kanji, para poder compreender mais facilmente as placas e sinais.

Leia também:

Quais sãos os Apps mais úteis para a sua viagem ao Japão?

2. Compre um Passe JR se você estiver planejando sair de Tóquio

Se você pretende sair de Tóquio e saber como são as viagens nos famosos trens do Japão, compre um Japan Rail (JR) Pass para estrangeiros.

Por cerca de US$ 250, você obtém uma passagem que lhe permitirá viajar em qualquer linha JR do país, durante sete dias, incluindo vários shinkansen (trens de alta velocidade) diferentes.

3. Leve e ande com dinheiro para facilitar sua vida

O Japão é uma sociedade que utiliza, principalmente, o dinheiro e muitos lugares que você espera que recebam cartão de crédito, como o McDonald’s, não recebem.

A maioria das lojas não estão equipadas com maquininhas para cartão. É recomendado também um cartão sem qualquer transação estrangeira ou taxas de saque.

Além disso, tudo que custa de 1 a 500 ienes (cerca de US$ 5) são pagos em moedas. Recomenda-se também usar um porta-moedas na bolsa, você vai precisar dele.

4. Use e abuse das lojas de conveniência (konbinis)

Se tem uma coisa do Japão que todo visitante gosta e sente saudades, são as konbinis. Nem os banheiros modernos com os assentos aquecidos fazem tanto sucesso.

Nas konbinis você pode encontrar de tudo, desde uma alimentação saudável por cerca de US$ 5 até um caixa eletrônico ou o remédio para sua dor de cabeça.

Entre as favoritas dos visitantes estão as konbinis da rede 7 Eleven, onde é possível tomar um café da manhã econômico, com um pão de melão ou de feijão e um ótimo café.

5. Eigo o hanashimasu ka? / Você fala inglês?

Não tem melhor alternativa, o ideal é aprender um pouco do japonês antes de visitar o Japão. Mas, se isso for demais, você deve, pelo menos, aprender essa frase, além de ter um certo domínio do inglês.

Os japoneses falam japonês, claro! Mas, existem alguns locais onde você pode encontrar mais pessoas falantes do inglês, como nas estações de trem, aeroportos e nas principais atrações turísticas.

De qualquer forma, tente decorar algumas perguntas em inglês para usar nesses lugares.

6. Leve higienizantes para mãos e uma sacola de plástico em todos os lugares

Algumas pessoas podem achar estranho e sentir falta dos dispensadores de sabão na maioria dos banheiros públicos do Japão.

Outra coisa que você pode sentir falta são das latas de lixo em espaços públicos. Aparentemente, elas foram retiradas como uma medida antiterrorista em 1995, depois de um atentado no metrô de Tóquio, usando explosivos deixados em uma lata de lixo pública.

Acostume-se a carregar na bolsa uma sacola de plástico. Pode ser aquela que você ganhou na 7 Eleven, e dispense-a no local adequado no final do dia.

Gostaram das dicas? E você que já conhece o Japão, qual dica daria para que ainda não foi?


sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Mortes por asfixia (asfixiologia forense): classificação e sinais diagnósticos

Traumatologia ou Lesonologia Médico-Legal é um dos maiores capítulos dentro do estudo da especialidade Medicina Legal e Perícia Médica; nele se investiga o mecanismo que originou o trauma e a lesão por ele provocada (Paradigma médico-legal: a lesão é que caracteriza o agente). Trauma é definido como uma energia de ordem externa sobre o individuo, modificando seu estado de equilíbrio fisiológico (com ou sem tradução morfológica) de modo reversível ou irreversível; e lesão é traduzida como alteração estrutural proveniente de uma agressão ao organismo. 

Leia também: A perícia do alegado erro médico – Medicina Legal e Perícias Médicas

Estratificação

Os agentes vulnerantes são estratificados de acordo com características em comum:  

Flamínio Fávero adota a classificação de Borri:

Mecânica, Física, Química, Físico-química, Bioquímica, Biodinâmica e Mista; 

Helio Gomes, por sua vez, as divide entre:

Física (mecânica, barométrica, térmica , elétrica, radiante); 

Química (venenos, cáusticos);

Físico-Química.

Analisando especificamente as energias de ordem físico-química, são aquelas que impedem a passagem do ar pelas vias respiratórias e alteram a bioquímica do sangue, produzindo um fenômeno conhecido como asfixia. 

Para que ocorra a Hematose (transformação do sangue venoso em sangue arterial nos alvéolos pulmonares, através de uma troca de gases devido à diferença de concentração de oxigênio e gás carbônico por difusão), são necessários diversos fatores como o meio ambiente e composição dos gases — aéreo, sólido, liquido ou outros gases inertes —, orifícios e vias aéreas permeáveis, elasticidade do tórax, expansão pulmonar, ventilação pulmonar, circulação e bioquímica sanguínea e pressão atmosférica compatível; qualquer prejuízo em alguma dessas fases podem gerar déficit na troca gasosa. 

Classicamente o que se estuda na Asfixiologia Forense são os estados em que o prejuízo da ventilação pulmonar são causadas por meios mecânicos como enforcamento, estrangulamento, esganadura, mas também existem outros mecanismos de asfixia que serão detalhados a seguir.

Os efeitos da redução de oxigênio do sangue arterial (hipoxemia) e aumento do teor de CO2 (hipercapnia) se dividem em fase cerebral, fase de excitação cortical e medular, fase respiratória e cardíaca com o aumento da pressão arterial, frequência cardíaca e respiratória, sonolência, obnubilação, fraqueza muscular, cefaleia, cianose, náuseas e vômitos, convulsões, coma e morte.

Existem sinais gerais de asfixia, presentes na maioria dos casos, mas importante frisar que não são patognomônicos, mas orientam quanto a ocorrência de um quadro possivelmente asfíxico, sendo eles sinais externos e internos.

Sinais externos: Cianose, exoftalmia, hemorragia conjuntival, petéquias em pele e mucosa, protrusão da língua, espuma na boca e narinas e hipóstases precoces, escuras e abundantes 

Sinais internos: Manchas de Tardieu (equimoses diminutas, localizadas na pleura visceral, sulcos interlobares e bordas dos pulmões, pericárdio, entre outros órgãos abdominais com coloração violácea, número variável, esparsas ou aglomeradas), congestão polivisceral, sangue fluído e escuro e demais sinais específicos de cada tipo de asfixia (ex: manchas de Paltauf, máscara equimótica de Morestin, congestão compressiva de Perthes, sinal de Valentin, sinal de Brouardel, sinal de Niles, sinal de Amussat-Divergie-Hoffmann, entre outros.)

As mortes asfixicas podem ser divididas em naturais (doenças que reduzem a ventilação ou circulação pulmonar ou que provoque tal dificuldade) e violentas (decorrentes de traumatismo).

Subtipos: 

Anoxia ou hipóxia — causas externas ou internas;

Anoxia de ventilação ou anóxica;

Anoxia anêmica;

Anoxia de circulação e de estase;

Anoxia tissular ou histotóxica;

Apneia sem acumulo de gás carbônico;

Asfixias mecânicas;

Anoxia com acapneia;

Anoxia com hipercapneia: acumulo de gás carbônico.

Classificação (Oscar Freire e Flamínio Fávero): 

Alteração da dinâmica respiratória:

Constrição cervical:

Enforcamento: asfixia mecânica produzida por constrição cervical por meio de um laço acionado pelo peso da própria vitima (pode ser por suspensão completa ou incompleta, e na maioria das vezes é de origem suicida).

Estrangulamento: asfixia por constrição do pescoço por um laço acionado por meio diverso ao peso da vitima (podendo ser homicida ou acidental).

Esganadura: asfixia por constrição do pescoço exercida pelas mãos do agressor. 

Carga aproximada para obliteração das vias aéreas e vasos do pescoço:

2 Kg obliteram as jugulares 

5 Kg obliteram as carótidas 

25 Kg obliteram as artérias vertebrais

10 Kg obliteram a laringe

25kg obliteram a traqueia. 

Obstrução das vias aéreas ou impedimento da expansão da caixa torácica: 

Sufocação direta: asfixia mecânica com obstrução à penetração do ar nas vias respiratórias desde o nariz/boca até a traqueia. (ex: engasgue – corpo estranho) 

Sufocação indireta: Aquela causa pela compressão externa do tórax, impedindo os movimentos respiratórios.

* Sufocação Posicional: Crucificação ou individuo em posição de “cabeça para baixo” — Mecanismo de morte: Fadiga aguda dos músculos da respiração, seguida de apneia e anoxia.

* Pela compressão torácica há dificuldade no retorno venoso pelas veias cavas superior e inferior e o enchimento cardíaco. O sangue fica acumulado no sistema venoso, com grande aumento da pressão nas extremidades venosas dos capilares e vênulas.

* Face de cor arroxeada bem escura devido a numerosas petéquias, conhecida como Máscara Equimótica de Morestin.

* Fratura de costelas, sinais externos de luta ou araste podem ser encontradas nesse e em outros casos.

* Em movimentos de imobilização onde se projeta o peso do corpo sobre o outro, em soterramentos, dispersão de grandes multidões com pisoteamento ou compressão em locais confinados, esse mecanismo de sufocação indireta também pode ser encontrado, a depender dos sinais encontrados no exame necroscópico.

Saiba mais: Medicina Legal e Pericias Médicas: áreas de estudo e atuação profissional

Modificações do meio ambiente: 

Soterramento (meio pulvurulento) 

Afogamento (meio líquido)

Fisiopatologia do óbito:

Fase de defesa, resistência e exaustão ao afogamento.

Fase de surpresa e de dispneia

Fase de resistência com a parada movimentos respiratórios

Fase de exaustão: inspiração profunda, asfixia com perda da consciência, insensibilidade, convulsões e morte.

Confinamento (ambientes fechados, por vez acidental ou aglomerações)

Gases inertes:  Asfixia produzida pela substituição do ar por um gás inerte não tóxico.

A conclusão de um laudo em morte por asfixia depende de diversos fatores particulares em análise com um exame necroscópico detalhado, podendo ser complementado com estudo químico-laboratorial; a complementação da investigação depende da análise do local dos fatos, depoimento de testemunhas, entre outros para identificação do suspeito e outras elucidações do caso.

Autor(a): Luiz Fernando Segura

Graduado em Medicina pela Universidade de Mogi das Cruzes (FMUMC) ⦁ Médico residente em Medicina legal e Perícia médica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) ⦁ Pós-graduado em Medicina legal e Perícia médica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) ⦁ Pós-graduando em Medicina do Trabalho no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) ⦁ Pós-graduando em Medicina do Tráfego na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.

Referências bibliográficas: 

França GV. Medicina Legal, 8ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. p. 01.

Hercules, HC. Medicina Legal – Texto e Atlas. São Paulo: Editora Atheneu, 2005.

Fonte: PORTAL PEBMED - https://pebmed.com.br/mortes-por-asfixia-asfixiologia-forense-classificacao-e-sinais-diagnosticos/


quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

WORLD REPORT 2021 - BRASIL - HUMAN RIGHTS WATCH

Bolsonaro tentou sabotar medidas contra Covid-19, diz relatório anual da Human Rights Watch

Em documento que analisa a situação dos direitos humanos em mais de 100 países, ONG internacional diz ainda que governo brasileiro enfraqueceu fiscalização de leis ambientais e incentiva violência policial.

FONTE: https://www.hrw.org/pt/world-report/2021/country-chapters/377397

O presidente Jair Bolsonaro tentou sabotar medidas de saúde pública destinadas a conter a propagação da pandemia de Covid-19, mas o Supremo Tribunal Federal (STF), o Congresso e governadores defenderam políticas para proteger os brasileiros da doença.

O governo Bolsonaro tem enfraquecido a fiscalização ambiental, na prática dando sinal verde às redes criminosas envolvidas no desmatamento ilegal na Amazônia e que usam a intimidação e a violência contra os defensores da floresta.

O presidente Bolsonaro acusou, sem qualquer prova, indígenas e organizações não governamentais (ONGs) de serem responsáveis pela destruição da floresta. Ele também fez ataques a jornalistas.

Em 2019, a polícia matou 6.357 pessoas, uma das maiores taxas de mortes pela polícia no mundo. Quase 80 por cento das vítimas eram negras. As mortes causadas por policiais aumentaram 6 por cento no primeiro semestre de 2020.

Covid-19

O presidente Bolsonaro minimizou a Covid-19, a qual chamou de  “gripezinha”; recusou-se a adotar medidas para proteger a si mesmo e as pessoas ao seu redor; disseminou informações equivocadas; e tentou impedir os governos estaduais de imporem medidas de distanciamento social. Seu governo tentou restringir a publicação de dados sobre a Covid-19. Ele demitiu seu ministro da saúde por defender as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), e seu substituto deixou o cargo no ministério em razão da defesa do presidente de um medicamento sem eficácia comprovada para tratar a Covid-19.

O Brasil teve 5,4 milhões de casos confirmados de Covid-19 e 158.969 mortes até 29 de outubro. Brasileiros negros tiveram maior probabilidade do que outros grupos raciais de apresentarem sintomas consistentes com Covid-19 e de morrerem no hospital. Entre outros fatores, os especialistas atribuíram essa disparidade às taxas mais altas de informalidade entre trabalhadores negros, impedindo muitos de trabalharem de casa, e à prevalência de doenças pré-existentes.

O acesso insuficiente a cuidados de saúde e a prevalência de doenças respiratórias ou outras doenças crônicas deixaram indígenas particularmente vulneráveis a complicações decorrentes da Covid-19. A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) registrou 38.124 casos e 866 mortes de indígenas por Covid-19 até 29 de outubro.

Em junho, o Congresso aprovou um projeto de lei obrigando o governo a fornecer atendimento médico emergencial e outras formas de assistência para ajudar indígenas a lidarem com a pandemia. O presidente Bolsonaro o vetou parcialmente, mas o Congresso derrubou vetos. Em julho, o Supremo Tribunal Federal ordenou ao governo Bolsonaro que elaborasse um plano de enfrentamento da Covid-19 para povos indígenas.

Com instalações superlotadas, pouca ventilação e cuidados de saúde inadequados, as prisões e unidades socioeducativas no Brasil reuniam condições favoráveis a surtos de Covid-19.

Em dezembro de 2019, mais de 755.000 adultos estavam privados de liberdade, excedendo a capacidade máxima do sistema prisional em cerca de 70 por cento, de acordo com o Ministério da Justiça. As prisões contavam com um médico clínico general para cada 900 detidos e um ginecologista para cada 1.200 mulheres encarceradas.

O governo Bolsonaro não tomou medidas para reduzir  a superlotação das prisões, mas o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão que supervisiona o funcionamento do sistema judiciário, recomendou aos juízes que reduzissem prisões provisórias durante a pandemia e considerassem a saída antecipada de alguns presos. Em resposta à Covid-19, até 16 de setembro, juízes tinham autorizado quase 53.700 presos a cumprirem a pena em prisão domiciliar, de acordo com dados oficiais obtidos pela Human Rights Watch.

Em julho, o presidente Bolsonaro vetou um artigo de um projeto de lei exigindo o uso de máscaras em unidades prisionais e centros socioeducativos, mas o Supremo Tribunal Federal concluiu que o veto não atendeu ao trâmite processual e restabeleceu o artigo da lei. A corte também ressaltou a “precariedade estrutural” das políticas de saúde nas unidades prisionais e socioeducativas em sua decisão.

De acordo com o CNJ, cerca de 46.210 presos e servidores tinham contraído Covid-19 e 205 tinham falecido até 26 de outubro.

O CNJ também pediu aos juízes que reavaliassem as medidas socioeducativas para adolescentes em conflito com a lei durante a pandemia. Após essa recomendação, o número de jovens e adolescentes em unidades socioeducativas caiu para cerca de 14.600, com base em dados de inspeções por autoridades judiciárias obtidos pela Human Rights Watch. Ainda assim, pelo menos 38 unidades do sistema socioeducativo excediam sua capacidade máxima em até 90 por cento em meio a pandemia.

Em agosto, o Supremo Tribunal Federal determinou a juízes que acabassem com a superlotação em unidades do sistema socioeducativo, inclusive aplicando medidas alternativas à internação em meio fechado.

Pessoas com deficiência confinadas em instituições de acolhimento correm maior risco de contrair Covid-19 devido à superlotação e a condições de higiene geralmente precárias, embora a falta de dados centralizados torne impossível avaliar o impacto do vírus. Em maio, a Secretaria Nacional de Assistência Social pediu às autoridades locais que considerassem alternativas à institucionalização e adotassem medidas contra a Covid-19 nas instituições.

Segurança pública e conduta policial

No Rio de Janeiro, a polícia matou 744 pessoas entre janeiro e maio de 2020—o número mais alto para o período desde pelo menos 2003—apesar dos níveis de criminalidade terem diminuído em razão da redução do número de pessoas nas ruas decorrente da imposição de medidas de distanciamento social com a Covid-19.

Em maio, a polícia abriu fogo enquanto voluntários distribuíam alimentos próximo a uma escola, em um bairro pobre do Rio, causando a morte de um estudante de 19 anos. Os policiais afirmaram que estavam respondendo a disparos de suspeitos não identificados. Tiroteios envolvendo a polícia já tinham interrompido ações de distribuição de alimentos em pelo menos quatro ocasiões no período de um mês.

Em junho, o STF proibiu a polícia de realizar operações em bairros de baixa renda no Rio de Janeiro durante a pandemia, exceto em “casos excepcionais”. Em consequência, as mortes por policiais caíram 72 por cento de junho a setembro.

Em São Paulo, mortes por policiais em serviço aumentaram 9 por cento no período de janeiro a setembro.

Em agosto de 2020, policiais iniciaram uma operação em Nova Olinda do Norte, no estado do Amazonas, depois de traficantes de drogas terem supostamente atirado em um barco que pescava sem a devida licença ambiental, ferindo levemente o secretário-executivo do fundo de promoção social do Amazonas. Pelo menos sete pessoas foram mortas durante as operações no local, incluindo dois policiais, e três pessoas continuavam desaparecidas até 24 de setembro, o Ministério da Justiça informou à Human Rights Watch. Moradores relataram que a polícia cometeu execuções extrajudiciais e outros abusos, incluindo a tortura de um líder comunitário.

Em todo o país, as mortes por policiais aumentaram 6 por cento no primeiro semestre de 2020, de acordo com dados oficiais compilados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Em 2019, a polícia matou 6.357 pessoas. Quase 80 por cento delas eram negras.

Enquanto algumas mortes por policiais ocorrem em legítima defesa, muitas outras são resultado do uso excessivo da força. Os abusos da polícia contribuem para um ciclo de violência que compromete a segurança pública e põe em risco a vida de civis e dos próprios policiais. De janeiro a junho de 2020, 110 policiais foram mortos, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

As mortes violentas intencionais aumentaram 7 por cento no primeiro semestre de 2020, revertendo dois anos de declínio das taxas.

Direitos das crianças e adolescentes

Cerca de 150 projetos de lei que proíbem a discussão sobre orientação sexual, identidade de gênero ou opiniões políticas nas escolas tinham sido aprovados ou tramitaram no Congresso e nos legislativos estaduais e municipais até setembro de 2020, segundo um site mantido por professores universitários. Até outubro, o Supremo Tribunal Federal tinha derrubado oito leis contra a “doutrinação política” ou a promoção da “ideologia de gênero”, concluindo que elas violavam a liberdade de ensinar e o direito à educação.

Em setembro, o ministro da educação disse que gênero não deveria ser discutido nas escolas e que as pessoas que “optam” pelo “homossexualismo” muitas vezes vêm de “famílias desajustadas”.

Um levantamento do Senado Federal estimou que 18 por cento dos alunos de instituições de ensino particular matriculados no ensino fundamental, médio e superior, e 40 por cento dos alunos no ensino público, estavam com suas aulas suspensas devido à pandemia em julho. O restante teve aulas à distância; mas 20 por cento não tinham acesso à Internet em casa.

Orientação sexual e identidade de gênero

Em maio de 2020, o STF derrubou uma restrição que impedia que homens que mantiveram relações sexuais com outros homens doassem sangue.

Entre janeiro e junho de 2020, a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos recebeu 1.134 denúncias de violência, discriminação e outros abusos contra lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBT).

Direitos de mulheres e meninas

A aprovação da Lei “Maria da Penha” de 2001 foi um passo importante no combate à violência doméstica, mas sua implementação tem sido falha.

Em 2019, estavam em tramitação na justiça um milhão de casos de violência doméstica e 5.100 casos de feminicídio, definido pela legislação brasileira como homicídio de mulheres “por razões da condição de sexo feminino”.

Os registros de ocorrência de casos de violência contra as mulheres caíram significativamente em meio à pandemia de Covid-19, enquanto denúncias a uma linha direta (Ligue 180) aumentaram 27 por cento no período de março a abril de 2020 em comparação com o ano anterior, sugerindo que as mulheres podem ter encontrado dificuldades para ir às delegacias para registrar a violência.

O aborto é legal no Brasil apenas em casos de estupro, quando necessário para salvar a vida da mulher ou quando o feto sofre de anencefalia, uma condição que dificulta a sobrevivência do feto.

Em junho, o governo Bolsonaro exonerou dois servidores públicos de seus cargos após a edição de uma nota técnica recomendando que as autoridades mantivessem serviços de saúde sexual e reprodutiva durante a pandemia de Covid-19, incluindo “abortamento seguro para os casos previstos em Lei”.

Em agosto, o governo Bolsonaro ergueu novas barreiras ao acesso ao aborto legal, incluindo uma portaria que obriga profissionais de saúde a notificarem a polícia quando sobreviventes de estupro buscarem interromper a gravidez.

Apenas 42 hospitais—em um país com 212 milhões de pessoas—estavam realizando abortos legais durante a pandemia de Covid-19, informaram a ONG Artigo 19 e as plataformas de jornalismo AzMina e Gênero e Número, em comparação com 76 no ano de 2019. Em agosto, um hospital no estado do Espírito Santo negou o aborto a uma menina de 10 anos que foi estuprada durante anos, alegando que não tinha autoridade para conduzi-lo. Após a intervenção de um juiz, a menina fez um aborto em outro estado.

Mulheres e meninas que fazem abortos ilegais e inseguros não só correm o risco de lesões e morte, mas podem ainda ser condenadas a até três anos de detenção. As pessoas envolvidas na prática do aborto ilegal podem ser condenadas a até quatro anos.

Um surto do vírus Zika entre 2015 e 2016 foi particularmente prejudicial para mulheres e meninas. Quando uma mulher grávida é infectada, o Zika pode causar complicações no desenvolvimento fetal, inclusive do cérebro. Em abril de 2020, o Supremo Tribunal Federal rejeitou, por questões técnicas, uma ação que buscava descriminalizar o aborto para pessoas infectadas com Zika durante a gravidez e expandir benefícios do Estado às famílias afetadas pelo Zika.

Em setembro de 2020, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou a equiparação salarial para mulheres e homens nas seleções.

Em 2018, várias decisões do Supremo Tribunal Federal e uma nova lei determinaram prisão domiciliar em vez de prisão preventiva para gestantes, mães de pessoas com deficiência e mães de crianças menores de 12 anos, exceto para aquelas acusadas de crimes violentos ou crimes contra seus dependentes. Dados oficiais mostram que juízes concederam prisão domiciliar a mais de 3.380 mulheres em 2019, mas 5.111 mulheres que poderiam ter se beneficiado das novas regras ainda aguardavam julgamento atrás das grades, disse o Ministério da Justiça à Human Rights Watch. Entre janeiro e julho de 2020, juízes concederam prisão domiciliar a pelo menos mais 938 mulheres, mas o ministério não forneceu dados sobre quantas ainda aguardavam uma decisão.

Em outubro de 2020, o Supremo Tribunal Federal decidiu que as regras para prisão domiciliar em vez de prisão preventiva deveriam ser aplicadas também aos pais que são o único responsável pelos cuidados de criança menor de 12 anos ou de pessoa com deficiência, bem como a outras pessoas “imprescindíveis” aos cuidados especiais de pessoa menor de seis anos de idade ou com deficiência.

Liberdade de expressão

Em março, o Presidente Bolsonaro suspendeu os prazos para órgãos e entidades do governo federal responderem aos pedidos de acesso informação no contexto do estado de emergência de saúde pública da Covid-19 e impediu que cidadãos recorressem dos pedidos declinados. O Supremo Tribunal Federal suspendeu as restrições instituídas pelo presidente.

Desde que tomou posse, o Presidente Bolsonaro, autoridades de seu governo e outros políticos aliados ao governo proferiram ataques a jornalistas mais de 400 vezes, de acordo com a Artigo 19. O presidente ameaçou um jornalista em agosto de 2020, afirmando que queria “encher tua boca de porrada”. Seus apoiadores atacaram repórteres durante manifestações e em frente ao palácio presidencial, o que fez com que diversos veículos de imprensa suspendessem a cobertura nesse local em maio. O governo pediu à Polícia Federal que investigasse dois jornalistas e um cartunista por suposta difamação ou calúnia após críticas ao presidente.

O Ministério da Justiça produziu um relatório confidencial sobre quase 600 policiais e três acadêmicos identificados como “antifascistas”. O Supremo Tribunal Federal determinou ao ministério a suspensão da coleta de informações sobre pessoas que exerçam seus direitos à liberdade de expressão e de associação.

O Senado brasileiro aprovou um projeto de lei sobre “fake news” que ameaça o direito à privacidade e à liberdade de expressão. O projeto tramitava na Câmara dos Deputados até a elaboração deste relatório.

Direitos das pessoas com deficiência

Milhares de adultos e crianças com deficiências estão confinados sem necessidade em instituições onde podem enfrentar negligência e abuso, às vezes por toda a vida.

Em setembro de 2020, o governo editou uma nova política nacional que incentiva a criação de escolas segregadas para certas pessoas com deficiência, apesar do direito de todas as pessoas com deficiência a uma educação inclusiva.

Migrantes, refugiados e solicitantes de refúgio

Milhares de venezuelanos, incluindo centenas de crianças desacompanhadas, atravessaram a fronteira com o Brasil nos últimos anos fugindo da fome, da falta de cuidados básicos de saúde ou de perseguições. Mais de 262.000 venezuelanos residiam no Brasil até agosto de 2020.

O reconhecimento do Brasil, em junho de 2019, de uma “grave e generalizada violação dos direitos humanos” na Venezuela acelerou a concessão de refúgio a venezuelanos. Em agosto de 2020, o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) prorrogou a política por mais um ano. De janeiro a agosto, o Brasil tinha reconhecido o status de refugiado para cerca de 38.000 venezuelanos.

Em março, em resposta à pandemia de Covid-19, o governo federal proibiu venezuelanos de entrarem no Brasil por via terrestre, e mais tarde estendeu as restrições a outras nacionalidades. Até outubro, a maioria dos estrangeiros, excetuando-se aqueles com residência de caráter definitivo no Brasil, estava impedida de entrar no país por meios terrestres ou por transporte aquaviário. Os residentes permanentes podiam retornar ao Brasil, exceto quando provenientes da Venezuela. Além disso, a portaria do governo federal previa a repatriação ou deportação daqueles que conseguissem entrar no país, mesmo que fossem solicitantes de refúgio.

Essas medidas violam as obrigações internacionais do Brasil. Mesmo em tempos de emergência, os governos continuam obrigados a não forçar o retorno de refugiados a uma ameaça de perseguição, exposição a condições desumanas ou degradantes, ou ameaças à vida e à segurança física, e tampouco devem impor restrições que sejam discriminatórias.

Meio ambiente e direitos dos povos indígenas

Redes criminosas que, em grande parte, são responsáveis pelo desmatamento ilegal na Amazônia continuaram a ameaçar e até mesmo a matar indígenas, moradores locais e servidores públicos que defendem a floresta.

Entre 2015 e 2019, mais de 200 pessoas foram mortas no contexto de conflitos pelo uso da terra e de recursos na Amazônia—muitos delas por pessoas supostamente envolvidas no desmatamento ilegal—segundo dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Na grande maioria desses casos, os responsáveis não foram levados à justiça.

Desde que tomou posse em janeiro de 2019, Bolsonaro enfraqueceu a fiscalização das leis ambientais. Em abril de 2020, após uma operação bem-sucedida de combate ao garimpo ilegal, o governo exonerou três servidores que ocupavam os cargos mais importantes na área de fiscalização do Ibama, principal órgão de proteção ambiental do país.

Em outubro de 2019, o Ministério do Meio Ambiente adotou novos procedimentos estabelecendo que as multas ambientais não precisam ser pagas até que sejam revistas em uma audiência de conciliação. Os agentes de fiscalização ambiental emitiram milhares de multas desde então, mas apenas cinco dessas audiências tinham sido realizadas até agosto de 2020.

Em maio de 2020, o governo transferiu a responsabilidade de liderar os esforços de combate ao desmatamento da Amazônia dos órgãos ambientais para as forças armadas, apesar de sua falta de expertise e treinamento.

O desmatamento na Amazônia cresceu 85 por cento em 2019, segundo dados do DETER, um sistema de alertas do governo federal. De janeiro a setembro de 2020, o desmatamento caiu 10 por cento, mas o número de fogos atingiu o nível mais alto em dez anos.

O fogo havia queimado mais de um quarto do Pantanal, a maior planície inundável do mundo, até outubro de 2020, a maior destruição em mais de duas décadas. A Polícia Federal e os promotores acreditam que grandes proprietários de terras atearam fogo à vegetação ilegalmente para limpar terras para o gado.

A poluição do ar causada por queimadas tem um grande impacto sobre a saúde pública. Um estudo da Human Rights Watch, do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) e do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) constatou que milhões de pessoas foram expostas a níveis nocivos de poluição do ar devido às queimadas na Amazônia em 2019, resultando em cerca de 2.195 internações hospitalares.

O Presidente Bolsonaro chamou as ONGs que trabalham na Amazônia de “câncer” que ele não consegue “matar” e as acusou, sem nenhuma prova, de serem responsáveis pela destruição da floresta amazônica. Ele também culpou os povos indígenas e caboclos pelo fogo na Amazônia.

Em setembro de 2020, o ministro do meio ambiente solicitou a um tribunal federal que pedisse explicações a um importante defensor do meio ambiente sobre comentários criticando o ministro, uma medida aparentemente destinada a intimidar o defensor. Em outubro, a imprensa noticiou que o governo Bolsonaro teria enviado agentes do serviço de inteligência para espionar a delegação brasileira, ONGs e outros participantes na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática em Madri, em dezembro de 2019.

Em 2019, danos e invasões de territórios indígenas para explorar seus recursos aumentaram 135 por cento, de acordo com o Conselho Indigenista Missionário, organização sem fins lucrativos.

Em fevereiro de 2020, o Presidente Bolsonaro enviou ao Congresso um projeto de lei para abrir territórios indígenas ao garimpo, hidrelétricas e outros projetos com grandes impactos ambientais. O projeto de lei ainda tramitava até a elaboração deste relatório.

Os abusos da ditadura

Os autores de violações de direitos humanos durante a ditadura de 1964 a 1985 estão protegidos da justiça por uma lei de anistia de 1979. A lei foi confirmada pelo Supremo Tribunal Federal em 2010, em uma decisão que a Corte Interamericana de Direitos Humanos entendeu como uma violação das obrigações do Brasil sob o direito internacional.

Desde 2010, procuradores federais denunciaram cerca de 60 ex-agentes da ditadura militar por assassinatos, sequestros e outros crimes graves. Os tribunais de instâncias inferiores rejeitaram a maioria dos casos, citando a lei de anistia ou o prazo de prescrição. 

Em maio de 2020, um tribunal federal rejeitou as acusações contra pessoas supostamente envolvidas na tortura e morte do jornalista Vladimir Herzog em 1975. O Ministério Público Federal tinha reaberto as investigações após uma decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos de 2018.

Em setembro, a empresa alemã Volkswagen reconheceu que representantes haviam colaborado com a ditadura do Brasil. A Comissão Nacional da Verdade tinha descoberto em 2014 que representantes da empresa tinham fornecido informações sobre seus trabalhadores às autoridades, o que poderia ter resultado em prisões ilegais, tortura e outros abusos. Como parte de um acordo com promotores brasileiros, a Volkswagen concordou em pagar 36 milhões de reais em indenizações às vítimas, para apoiar esforços de identificação de ossadas e educação do público sobre abusos durante a ditadura.

O Presidente Bolsonaro elogiou repetidamente a ditadura. Em outubro, seu vice-presidente, um general da reserva, expressou sua admiração por um coronel falecido, identificado como comandante de um centro de tortura.

Principais atores internacionais

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) expressou preocupação quanto aos ataques a defensores dos direitos humanos, quanto à minimização da Covid-19 por “líderes políticos” e quanto ao aumento do envolvimento de militares nos assuntos públicos e na segurança pública.

Cinco relatores da ONU disseram que o Presidente Bolsonaro tem minimizado as violações dos direitos humanos durante a ditadura e alertaram para a disseminação de “desinformação” sobre o regime militar.

Alguns líderes europeus, o Parlamento Europeu e vários parlamentos nacionais em toda a Europa expressaram fortes reservas sobre a ratificação de um acordo comercial pendente entre a União Europeia e o Mercosul. Eles disseram que as políticas ambientais do governo de Bolsonaro colocam em questão a disposição do Brasil em cumprir os compromissos ambientais incluídos no acordo para combater o desmatamento e respeitar o Acordo Climático de Paris.

O Brasil endossou a Chamada à Ação Solidária da Organização Mundial da Saúde para a Covid-19 Technology Access Pool (C-TAP), uma iniciativa destinada a fornecer “um único lugar para o conhecimento científico, dados e propriedade intelectual serem compartilhados de forma equitativa pela comunidade global”.

Política externa

Em 2019, o Brasil concorreu a um dos dois assentos disponíveis no Conselho de Direitos Humanos da ONU junto com a Venezuela, e com a Costa Rica apresentando sua candidatura pouco antes das eleições. A vitória estreita da Venezuela foi provavelmente facilitada pela pressão do Brasil junto aos países latino-americanos contra a apresentação de um terceiro candidato.

Em 2020, o Ministério de Relações Exteriores pressionou pela exclusão de referências à “saúde sexual e reprodutiva” em resoluções da ONU, as quais, segundo o Itamaraty, poderiam “imprimir conotação positiva ao aborto”. Por exemplo, ao disputar uma resolução da ONU—que, no entanto, foi aprovada em julho—o Brasil se opôs à afirmação dos direitos ao acesso universal à “educação sexual”, ao “aborto seguro onde não seja contra a legislação nacional” e à “assistência pós-aborto”.

terça-feira, 5 de janeiro de 2021

 Ano Bissexto: por que existe e qual sua importância

O Ano Bissexto consiste no ano que tem 366 dias, ou seja, um dia a mais do que os 365 habituais. Esse "dia extra" ocorre a cada 4 anos
O ano bissexto serve para ajustar o calendário terrestre, pois na realidade um ano não tem 365 dias, mas sim 365 dias, 5 horas e 48 minutos. Ou seja, cada ano tem em média 365 dias e 6 horas, sendo que ao somar essas 6 horas extras ao longo de 4 anos, temos o total de 24 horas (um dia inteiro).

O dia 29 de fevereiro acontece apenas a cada 4 anos, quando são chamados de bissextos e têm 366 dias.

2020 é um ano bissexto, sendo que o próximo será em 2024. 

Quem nasce nesse dia faz aniversário quando? 

É possível registrar os nascidos em 29 de fevereiro no dia 28 de fevereiro ou no dia 1.º de março. Isso para que as pessoas não se sintam diferentes, ou para evitar algum tipo de constrangimento.

O Ano Bissexto consiste no ano que tem 366 dias, ou seja, um dia a mais do que os 365 habituais. Esse "dia extra" ocorre a cada 4 anos, quando é adicionado o 29 de fevereiro no calendário.

É comum as pessoas brincarem com a situação dizendo a idade conforme o número de anos bissextos, ou seja, quem nasceu no dia 29 de fevereiro de 1992, em 2016 teria completado 6 anos (desde 1992 os anos bissextos foram 1996, 2000, 2004, 2008, 2012 e 2016), mas na realidade essa pessoa já tinha 24 anos.

Mesmo quem foi registrado no dia correto do seu nascimento, comemora o aniversário quando acha mais conveniente. Há quem opte pelo dia 28 de fevereiro, mas há aqueles que acreditam que antecipar a comemoração pode trazer azar, deixando a festa para o dia 1.º de março. 

O que se comemora nesse dia? 

É no dia 29 de fevereiro que se comemora o Dia Mundial da Doença Rara. A escolha da data vai ao encontro do fato de esse também ser um dia raro. Nos anos que não são bissextos, a comemoração é antecipada para o dia 28 de fevereiro.

Quando será o próximo Ano Bissexto? 

2020 2024 2028 2032 2036

2040 2044 2048 2052 2056

2060 2064 2068 2072 2076

2080 2084 2088 2092 2096

Regras para calcular o Ano Bissexto

Para saber quando será Ano Bissexto devemos seguir o seguinte princípio: todos os anos múltiplos de 4 que também não são múltiplos de 100, com exceção dos múltiplos de 400, deverão ser anos bissextos.

Por exemplo, 2004 e 2008 são múltiplos de 4 e, por este motivo, considerados anos bissextos. No entanto, 1900 e 1700 não foram anos bissextos, pois eram múltiplos de 100. Já o ano 2000, por outro lado, como é um múltiplo de 400, foi considerado ano bissexto. 

Este método não é infalível, pois a cada 8 mil anos teremos um dia sobrando no calendário terrestre. Os cientistas esperar desenvolver uma nova regra ou mecanismo que possa regularizar esta falha no futuro.

Por que existe o Ano Bissexto e qual sua importância?

O ano bissexto serve para ajustar o calendário terrestre, pois na realidade um ano não tem 365 dias, mas sim 365 dias, 5 horas e 48 minutos. Ou seja, cada ano tem em média 365 dias e 6 horas, sendo que ao somar essas 6 horas extras ao longo de 4 anos, temos o total de 24 horas (um dia inteiro).

Desta forma, com o ano bissexto acabamos por recuperar este "dia em falta". Caso não existisse esse "ajuste" no calendário terrestre, depois de certo tempo as estações do ano começariam a ficar descompassadas, devido à falta de sincronização com a translação da Terra. 

Por exemplo, caso não existisse o ano bissexto, a cada 700 anos o Natal aconteceria durante o verão do Hemisfério Norte e no inverno do Hemisfério Sul, ou seja, completamente diferente do que é na realidade.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

DIA DE REIS - ENCERRAMENTO DO CICLO NATALINO - DESMONTE DOS PRESÉPIOS E ÁRVORES DE NATAL NO DIA 6 DE JANEIRO

 No Dia de Reis, saiba como a data é celebrada pelo mundo

Época que se encerra o ciclo natalino, com o desmonte do presépio e árvore, conheça como várias culturas celebram e lembram a visita dos três Reis Magos



6 de Janeiro é comemorado em várias partes do mundo o Dia de Reis ou Epifania. A data faz parte da tradição cristã e celebra o dia em que os Três Reis Magos visitaram o menino Jesus.   A época que também encerra os festejos natalinos, com o desmonte do presépio e árvores de natal, abre comemoração para a festa de Reis ou Reisado em várias partes do mundo.  Conheça a história! 

Como Surgiu?

A Epifania tem origem do grego "epiphanéia" e significa aparição, manifestação. Assim o termo designa a primeira aparição em público do menino Jesus. A data cai tradicionalmente doze dias depois do nascimento de Jesus, mais precisamente no dia 6 de janeiro e, nada mais é, do que uma festa folclórica com influência europeia que vai do dia 24 de dezembro até dia 6 de janeiro, retratando os 3 reis magos (Melchior, Baltazar e Gaspar), e protegendo Jesus dos soldados que queriam matá-lo. 

Brasil 

A tradição teve início no Brasil através dos colonizadores português. Inicialmente, a festa acontecia em pequenas aldeias, também em menção ao menino Jesus. Tempos depois cresceu e, atualmente, segue numa espécie de história folclórica, em vários estados do país. Embora cada uma tenha sua particularidade, a essência continua a mesma, em uma mistura de de temas sacros e profanos. 

A festa de Reis é composta por músicos, cantores e dançarinos que percorrem as ruas das cidades e áreas rurais, de porta em porta, anunciando a chegada do Messias, pedindo prendas e fazendo louvações aos donos das casas por onde passam.  O folguedo natalino é comemorado em várias partes do país, principalmente no Norte e Nordeste, onde ganhou cores, formas e sons regionais. Nessas regiões, os principais personagens que compõem a festa são o Mestre, Rei, Rainha, Contramestre, os Mateus, a Catirina, figuras e crianças. 

A denominação de Reisado, como também é chamado, persiste ainda em Alagoas, Sergipe, Bahia, além de diversas outras regiões, em que o folguedo é chamado de Bumba-meu-boi, Boi de Reis, Boi-Bumbá ou simplesmente, Boi. Em São Paulo é conhecido como Folia de Reis, onde a  festa é composta de apresentações de grupos de músicos e cantores, todos com roupas coloridas, entoando versos sobre o nascimento de Jesus Cristo, liderados por um mestre. 

Espanha

No país Ibérico, a data é celebrada com uma grande festa de cortejo dos Reis Magos, a ‘Cabalgata del Reyes’  ou em português, Cavalgada dos Reis Magos. As crianças deixam sapatos nas janelas, preenchidos com capim e ervas, no intuito de alimentar os camelos dos Reis Magos. De acordo com a lenda do país, em troca, essas mesmas crianças recebem em troca doa magos doces e guloseimas. A festa acontece com um tradicional desfile de Reis e cavaleiros em carros muito bem decorados.  Ao final, misturam-se com as crianças para brincar nas ruas. A Cavalgada dos Reis Magos acontece há mais de 150 anos, sempre na véspera do Dia de Reis (5). 

Itália

Na Itália a comemoração ganha o nome de Befana, uma bruxa que fornece presentes às crianças. Diferente dos demais países que possuem a tradição do Papai Noel presentear no Dia 25 de dezembro, a Befana se encarrega desta função, todo dia 6 de janeiro do ano. 

A bruxa nada mais é do que uma figura folclórica da Itália, definida tradicionalmente por uma velhinha simpática, de roupas remendadas, chale, lenço na cabeça e chapéu pontiagudo, botas e de vassoura na mão. Sua fama é de levar doces e presentes para as crianças que se comportarem bem, e carvão para as que foram rebeldes.

Alemanha

Embora pareça que ‘C+M+B’ sejam as iniciais dos Reis Magos, as abreviações simbolizam a frase ‘Cristo Mansionem Benedicat’, que em português significa Cristo abençoe esta casa. Durante a data, todas as casas se purificam,  com incenso de para afastar as energias negativas e  colocam a metade de uma cebola  polvilhada com sal no peitoril da janela. As crianças disfarçam-se de Reis Magos e escrevem as iniciais do nome nas portas das casas.  

Vaticano

A data é celebrada no Vaticano com uma grande missa celebrada pelo Papa. 

Hungria

Na Hungria, as crianças costumam se vestir de Reis Magos, transportando os presépios de porta em porta pedindo moedas aos moradores.

Filipinas

Nas Filipinas, o Dia de Reis é celebrado com homens adultos, que se vestem de Reis Magos e saem a distribuir doces para as crianças pelas ruas.

 

E você como costuma celebrar a data? Conta para a gente!

 HOMÍLIA DOMINICAL  24 DE DEZEMBRO DE 2023. 4º DOMINGO DO ADVENTO LEITURA DO DIA Primeira leitura -  Leitura do Segundo Livro de Samuel 7,1-...