quarta-feira, 8 de junho de 2016

Novo exame de sangue pode personalizar tratamento de depressão

08/06/2016 05h18 - Atualizado em 08/06/2016 05h18

Novo exame de sangue pode personalizar tratamento de depressão

Como o teste, diagnóstico da doença deverá ser feito mais cedo.
Cientistas criaram forma de prever reação a antidepressivos comuns.

Da Reuters
Venda de remédio antidepressivo aumentou em Rio Preto (Foto: Reprodução / TV Tem)Novo exame irá ajudar a detectar sensibilidade do paciente aos remédios (Foto: Reprodução / TV Tem)

Cientistas desenvolveram um exame de sangue que pode prever se pessoas com depressão irão reagir ou não a antidepressivos comuns, uma descoberta que pode dar início a uma nova era de tratamentos personalizados.
Os pesquisadores disseram que, orientados por este exame, no futuro os médicos deverão ser capazes de encaminhar pacientes depressivos para tratamentos precoces com uso mais adequado de antidepressivos, possivelmente incluindo duas medicações, antes que eles piorem.
"Este estudo nos deixa um passo mais próximos de proporcionar um tratamento de depressão personalizado aos primeiros sinais de depressão", afirmou Annamaria Cattaneo, que liderou o trabalho do Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociência do King's College de Londres (IoPPN, na sigla em inglês).
A depressão é uma das formas mais comuns de doença mental e afeta mais de 350 milhões de pessoas em todo o mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) a listou com a causa principal de invalidez no planeta.
O tratamento normalmente envolve medicação ou alguma forma de psicoterapia, ou ainda uma combinação de ambos. Mas cerca de metade de todas as pessoas tratadas por depressão não melhora com antidepressivos de uso inicial, e aproximadamente um terço dos pacientes tem resistência a todos os medicamentos concebidos para ajudá-los.
Até agora, os médicos não foram capazes de estabelecer se alguém vai reagir bem ou não a um antidepressivo, ou se o paciente pode precisar de um plano de tratamento mais agressivo desde o início.
Como resultado, muitas vezes os pacientes são tratados na base da tentativa e erro, experimentando uma droga após outra durante meses a fio e com frequência sem testemunhar uma melhoria em seus sintomas.
No estudo, divulgado nesta terça-feira (7) na publicação científica "International Journal of Neuropsychopharmacology", a equipe de Cattaneo se concentrou em dois marcadores biológicos que medem a inflamação sanguínea.
Estudos anteriores já haviam ligado níveis altos de inflamação a uma reação ruim a antidepressivos. Os pesquisadores mensuraram os dois marcadores, chamados de Fator de Inibição da Migração de Macrófagos (MIF) e interleucina (IL)-1β, em dois grupos de pacientes depressivos antes ou depois de eles tomarem uma variedade de antidepressivos comuns.

Nível de água do sistema Cantareira sobe pelo sexto dia seguido

G1 - 06/06/2016 09h17 - Atualizado em 06/06/2016 09h17
Nível de água do sistema Cantareira sobe pelo sexto dia seguido
Já choveu 129,8 mm no sistema; média do mês é 58,1 mm.
Todos os outros cinco sistemas que abastecem a Grande SP tiveram alta.
O nível de água do Sistema Cantareira registrou nova alta nesta segunda (6) e opera com 69,9% do total da sua capacidade, de acordo com dados divulgados pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
Nas últimas 24 horas, choveu na Cantareira 31,2 mm. Em 6 dias de junho, já estão acumulados 129,8 mm, número muito superior à média esperada para o mês, que é de 58,1 mm.
Todos os outros cinco sistemas que abastecem a Grande São Paulo também tiveram alta no armazenamento de água, devido às chuvas. Confira os dados atualizados:
- Cantareira: 69,9% da capacidade
- Alto Tietê: 43,2% da capacidade
- Guarapiranga: 88,9% da capacidade
- Alto Cotia: 103,2% da capacidade
- Rio Grande: 80,2% da capacidade
- Rio Claro: 99,7% da capacidade
Índices
Após uma ação do Ministério Público, aceita pela Justiça, a Sabesp passou a divulgar outros dois índices do Cantareira. O segundo está em 54,1% e considera o volume armazenado na capacidade total, incluída a área do volume morto. O terceiro índice leva em consideração o volume armazenado menos o volume morto na área total dos reservatórios e também se manteve em 40,7% nesta manhã.
O Cantareira chegou a atender 9 milhões de pessoas só na Região Metropolitana de São Paulo, mas atualmente abastece 7,4 milhões após a crise hídrica que atingiu o estado em 2014 e 2015. Os sistemas Guarapiranga e o Alto Tietê absorveram parte dos clientes, para aliviar a sobrecarga do Cantareira durante o período de estiagem.
Volume Morto
A reserva técnica começou a ser bombeada em maio de 2014. Na época, ainda havia água no volume útil. Em julho, porém, o sistema passou a operar somente com o volume morto. Especialistas ouvidos pelo G1, no entanto, alertam que o Cantareira ainda segue em crise porque não se recuperou totalmente. A Sabesp também informou que não descarta voltar a usar a reserva técnica no próximo período seco, com a chegada do inverno. 







O fim da dependência da reserva técnica ocorreu antes do previsto pela Sabesp. A expectativa era de uso até o fim do verão, com probabilidade de 98% de o Cantareira sair do volume morto até abril.
A chuva acima da média nos últimos meses acelerou o processo e as represas acumularam mais água por causa da precipitação intensa e entrada de água no manancial.
 Leia abaixo mais questões sobre o volume morto e a crise hídrica em São Paulo.

O QUE É O VOLUME MORTO
O volume morto é uma reserva com 480 bilhões de litros de água situado abaixo das comportas das represas do Cantareira. Até então, essa água nunca tinha sido usada para atender a população. Em maio de 2014, bombas flutuantes começaram a retirar essa água. A decisão de fazer essa captação foi tomada por causa da crise hídrica que atingiu o estado de São Paulo no ano passado.
O governo do estado tentou fazer desvios para usar a água de outras represas, mas essas manobras não foram suficientes para atender toda a população da Região Metropolitana de São Paulo. Após o nível do sistema atingir um patamar preocupante, a Sabesp começou a fazer obras para conseguir bombear a água do volume morto.

CRONOLOGIA DO VOLUME MORTO
- 15/05/2014: bombas flutuantes para retirada da primeira reserva técnica são inauguradas.
- 16/05/2014: 182,5 bilhões de litros de água são disponibilizados para abastecimento da Grande São Paulo. Mesmo assim, a sequência de quedas no nível das represas continua.
- 11/07/2014: volume útil do Cantareira acaba e o abastecimento de parte da Região Metropolitana de São Paulo atendida pelo Cantareira é feito somente com a primeira cota.
- 24/10/2014: Sabesp consegue autorização para usar uma segunda cota do volume morto, com 105 bilhões de litros.
- 24/02/2015: segunda cota do volume morto é recuperada, mas a Sabesp ainda depende da primeira cota do volume morto para garantir o abastecimento de 5,4 milhões de pessoas atendidos pelo Cantareira na Grande São Paulo.
- 30/12/2015: sistema consegue recuperar as duas cotas do volume morto e volta a operar apenas com o volume útil.


SAÍDA ANTES DO ESPERADO
O término do uso do volume morto ocorreu antes do esperado pela Sabesp. A companhia de abastecimento havia previsto que o sistema operasse com a reserva técnica até o fim do verão, mas a chuva acima da média nos últimos meses acelerou o processo e as represas passaram a acumular mais água por causa da precipitação intensa e afluência dos rios que desaguam no reservatório.
A companhia de abastecimento informou que usa cenários afluência e pluviometria desde 1930 e que em apenas dois deles não seriam registrados índices de chuva para que o manancial deixasse a reserva técnica até abril. Para fevereiro, a probabilidade de saída do volume morto era de 85%, segundo a Sabesp.
Represa do Sistema Cantareira em agosto de 2015 (Foto: Luis Moura/Estadão Conteúdo)
Represa do Sistema Cantareira em agosto de 2015 (Foto: Luis Moura/Estadão Conteúdo)
No mês de novembro de 2015, o sistema registrou 197,6 milímetros de chuva, 23,1% acima da média histórica, de 160,4 mm. O volume ficou atrás apenas do verificado em 2009, quando a precipitação total no conjunto de represas, considerando os 30 dias do mês, foi de 237,6 milímetros.
Nesse mesmo período, o El Niño ganhou força e teve impactos no Brasil, como temporais no Sul e seca no Nordeste. Especialistas ouvidos pelo G1, no entanto, divergem sobre a influência do fenômeno climático para ajudar São Paulo a sair da crise hídrica antes do esperado.
Segundo o meteorologista Marcelo Seluchi, coordenador geral de operações e modelagem do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), estatisticamente não há uma relação entre o El Niño com as chuvas no Sudeste.
“Talvez a única relação que temos, nós pesquisadores, é que durante os anos do El Niño as chuvas no Sudeste ficam longe da normalidade", afirmou. O meteorologista explica que São Paulo teve novembro e dezembro mais chuvosos, o que não significa que janeiro e fevereiro seguirão a mesma tendência porque o El Niño pode oscilar entre períodos mais secos e mais chuvosos.
Os efeitos do fenômeno El Niño (Foto: Arte G1)
Já uma pesquisa inédita sobre impacto do El Niño nos índices de chuva, feita pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT) do Inpe e divulgada em novembro, apontou que a ocorrência de tempestades na região Sudeste no verão deve ser 20% maior em relação aos anos anteriores. O auge dos temporais deve ocorrer na primeira quinzena de fevereiro.

"O estudo verificou quando ocorre o evento El Niño muito intenso, os efeitos do aumento das tempestades não ficam restritos à região Sul, e se estende ao Sudeste e ao Mato Grosso do Sul", explicou o coordenador do Elat/Inpe, Osmar Pinto Junior. A causa das tempestades - chuvas de forte intensidade e de curta duração - é uma combinação de temperaturas mais altas, circulação atmosférica que mais sistemas frontais que chegam à Região Sudeste.

 HOMÍLIA DOMINICAL  24 DE DEZEMBRO DE 2023. 4º DOMINGO DO ADVENTO LEITURA DO DIA Primeira leitura -  Leitura do Segundo Livro de Samuel 7,1-...