sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Lamborghini lança Huracán no Brasil a partir de R$ 1,85 milhão

25/09/2014 13h45 - Atualizado em 25/09/2014 17h49 - 
Esportivo tem motor V10 5.2 de 610 cavalos e câmbio de sete marchas.

Segundo a marca, modelo faz de 0 a 200 km/h em menos de 10 segundos.
Do G1 em São Paulo
Lamborghini Huracán LP 610-4 (Foto: Divulgação)Lamborghini Huracán LP 610-4 (Foto: Divulgação)
A Via Italia, representante oficial da Lamborghini no Brasil anunciou nesta quinta-feira (25) a chegada do esportivo Huracán ao país. O modelo estará exposto na concessionária da Avenida Europa, em São Paulo, e tem preços a partir de R$ 1,85 milhão, em versão única, LP 610-4. Inclusive, há duas unidades já expostas na concessionária paulistana a pronta entrega.
Lamborghini Huracán (Foto: Divulgação)Lamborghini Huracán (Foto: Divulgação)
O cupê traz motor V10 5.2 de 610 cavalos e 57,1 kgfm de torque com injeção direta e indireta, câmbio automatizado de dupla embreagem de sete marchas e tração nas quatro rodas. De acordo com dados de fábrica, a aceleração de 0 a 100 km/h é feita em apenas 3,2 segundos, e de 0 a 200 km/h em 9,9 segundos. A velocidade máxima é de 325 km/h.
O Huracán foi apresentado no Salão de Genebra, em março, como sucessor do Gallardo, o mais bem-sucedido Lamborghini da história. Para repetir o bom desempenho de seu antecessor, o Huracán aposta em tecnologia. Há start-stop para ajudar na redução do consumo, o quadro de instrumentos é na verdade uma tela de TFT de 12,3 polegadas, que pode ser configurada de acordo com o que o motorista deseja ver.
Lamborghini Huracán LP 610-4 (Foto: Divulgação)Lamborghini Huracán LP 610-4 (Foto: Divulgação)

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Telefónica fecha compra da GVT

19/09/2014 07h15 - Atualizado em 19/09/2014 07h44 - G1 - Economia


O grupo francês Vivendi anunciou nesta sexta-feira (19) que o conselho da empresa autorizou a venda da filial brasileira GVT para a espanhola Telefónica.
No fechamento da operação, o grupo espanhol controlará 92,5% da empresa resultante da integração da Telefónica Brasil com a GVT, enquanto cerca de 7,5% ficará nas mãos da Vivendi.
Telefónica e a Portugal Telecom foram multadas em 79 milhões de euros  (Foto: Reuters)
Telefónica compra a brasileira GVT (Foto: Reuters)
Ambas companhias negociavam com exclusividade desde o dia 29 de agosto a compra e venda da GVT, empresa pela qual também se interessou a Telecom Italia.
Para controlar a GVT, a Telefónica vai desembolsar 4,66 bilhões de euros (perto de R$ 14 bilhões) para a Vivendi, que, além disso, receberá 12% do capital social da sociedade resultante da integração da Telefônica Brasil e da GVT.
Segundo informa Vivendi em uma nota, dessa quantia em dinheiro será preciso descontar dívida bancária no valor de 450 milhões de euros.
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A companhia lembra que a operação está submetida à aprovação por parte das autoridades e estima que será concluída definitivamente no final do primeiro semestre de 2015.
Em paralelo, a Vivendi aceitou a oferta da Telefónica para comprar 1,11 bilhão de ações ordinárias que tem da Telecom Italia e que representam atualmente uma participação de 8,3% do capital com direito a voto da companhia italiana, equivalente a 5,7% de seu capital social.
Em troca, a Vivendi entregará à espanhola 4,5% da sociedade resultante da integração da Telefónica Brasil e da GVT.
O pagamento com dinheiro se financiará por meio de uma ampliação de capital da Telefónica Brasil, na qual a Telefônica participará mediante outra ampliação.
Recentemente, o presidente da Telefônica, Cessar Alierta, confirmou o interesse de sua companhia em sair de Telecom Italia, um objetivo que alcançou com a operação brasileira, embora seu fechamento se diferirá três anos, uma vez que em julho Telefónica emitiu bônus a três anos obrigatoriamente passíveis de troca por ações da Telecom Italia no valor de 750 milhões de euros.
Em comunicado, a Telefónica ressaltou hoje que a integração com a GVT gerará sinergias de, pelo menos, 4,7 bilhões de euros.
A nova Telefônica Brasil consolidará sua liderança como operador integrado de comunicações do país, líder no segmento móvel e de banda larga, com cobertura nacional e um perfil de cliente de alto valor.

A GVT conta com uma importante rede de nova geração com mais de 10,4 milhões de lares em 21 estados brasileiros e mais de 2,5 milhões de clientes de banda larga.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Patricia Poeta vai deixar o JN; Renata Vasconcellos assume a bancada

15/09/2014 08h40 - Atualizado em 15/09/2014 13h23
Após três anos no telejornal, Patricia Poeta sairá no dia 3 de novembro.

Poliana Abritta entrará no lugar de Renata no Fantástico.

Do G1, em São Paulo
A partir da esquerda: Patricia Poeta, Renata Vasconcellos e Poliana Abritta (Foto: Globo/João Cotta e Globo/Zé Paulo Cardeal)A partir da esquerda: Patricia Poeta, Renata Vasconcellos e Poliana Abritta (Foto: Globo/João Cotta e Globo/Zé Paulo Cardeal).

A jornalista Patricia Poeta vai deixar o Jornal Nacional no dia 3 de novembro, após três anos na bancada do telejornal ao lado de William Bonner, informa a TV Globo em nota divulgada nesta segunda-feira (15). Sua substituta será Renata Vasconcellos, atualmente no Fantástico, que passará a ser apresentado por Poliana Abritta, ao lado de Tadeu Schmidt.De acordo com a nota, Patricia vai se dedicar nos próximos meses a um novo projeto, a ser desenvolvido, na área de entretenimento da TV Globo.

"Estou para completar 15 anos no jornalismo da Globo. E, agora, terão sido três anos maravilhosos, inesquecíveis no Jornal Nacional. Quando aceitei com muita alegria o convite para ancorar o JN, propus esse prazo", afirma Patricia no comunicado, que destaca o conclave e a eleição do Papa Francisco; as manifestações de junho de 2013; a Copa do Mundo no Brasil; e as próximas eleições seus principais trabalhos à frente do Jornal Nacional.

De acordo com a nota, Patricia vai se dedicar nos próximos meses a um novo projeto, a ser desenvolvido, na área de entretenimento da TV Globo.
"Acreditava, então, que estar na bancada do mais importante telejornal brasileiro seria uma experiência única, enriquecedora, algo que me aprimoraria de uma maneira sem igual. Foi exatamente o que aconteceu", continuou ela.

"Agora, parto feliz para começar a desenvolver um novo projeto, no entretenimento, algo com que sempre sonhei e para o qual procurei estar preparada. Sempre vi a televisão como um espaço maior para propor e realizar ideias. É exatamente isso que estou fazendo agora."
Renata Vasconcellos
A nova titular do Jornal Nacional, Renata Vasconcellos, divide a apresentação do Fantástico desde o ano passado com Tadeu Schmidt. Ela começou na Globo News. Depois, passou 11 anos como âncora do Bom Dia Brasil. Primeiro, ao lado de Renato Machado. Depois, de Chico Pinheiro.

No comunicado, ela comenta a mudança: "Estar ao lado de William Bonner no Jornal Nacional é uma honra e uma alegria imensa. Sou jornalista por formação e vocação. Todos esses anos na Globo News, no Bom Dia Brasil e, agora, no Fantástico me deram a certeza de que o telejornalismo é o que me atrai, é a minha paixão, é o que sei fazer. E poder exercê-lo no jornal mais importante da TV brasileira é algo que me traz ao mesmo tempo uma alegria imensa, pelo reconhecimento do meu trabalho, mas também muita responsabilidade. Conto com o apoio de todos para honrar esse compromisso que assumo agora".

Já Poliana Abritta está há 17 anos na Globo. Durante a maior parte desse período, trabalhou em Brasília, com destaque para as coberturas políticas e econômicas. Além disso, foi âncora do Globo Mar e apresentadora do Jornal Hoje aos sábados. No Jornal da Globo, foi substituta de Christiane Pelajo nas férias da jornalista.

"Apresentar o Fantástico, fazer reportagens e entrevistas para o programa é algo que deixaria qualquer jornalista honrado. O Fantástico é a revista eletrônica que há anos seduz os brasileiros, líder absoluto de audiência pela qualidade do que leva ao ar todos os domingos", disse Poliana.
"Fazer parte, agora, da história do programa é algo que me fascina. Vou estar ao lado do Tadeu, com quem fiz faculdade em Brasília, um amigo querido e antigo. Conheço toda a equipe do programa e isso, se não diminui a minha responsabilidade, ao menos, me dá mais confiança para enfrentá-la. Estou honrada e imensamente feliz."

domingo, 14 de setembro de 2014

Santa Casa de São Paulo recebe mais do que atende, diz auditoria


A auditoria das contas da Santa Casa de São Paulo revela que o hospital central recebeu do governo do Estado mais de R$ 40 milhões por atendimentos que não chegou a realizar em 2013.

Maior unidade do complexo que forma a Santa Casa, o hospital central recebeu R$ 180 milhões para atendimentos de média e alta complexidade, mas prestou serviços que custaram R$ 139 milhões, 23% a menos do contratado.

Por contrato, a diferença não precisa ser devolvida, mas requer explicação dos dirigentes. O valor é próximo à dívida que a Santa Casa diz ter com seus fornecedores, estimada em R$ 45 milhões.

O levantamento, obtido pela Folha, é o primeiro resultado da auditoria do governo paulista após o fechamento do pronto-socorro do hospital, por 28 horas, em julho.

O pente-fino é condição do governo para continuar a dar verbas ao complexo. A Santa Casa não comentou os dados.

A auditoria, com membros das três esferas de governo e do Conselho Estadual de Saúde, analisa a gestão da instituição, o maior hospital filantrópico da América Latina.

"A baixa produtividade foi constatada em diversos serviços relacionados à assistência", diz o documento.

Os R$ 180 milhões são apenas uma parte dos valores recebidos pela Santa Casa em 2013. A instituição obteve, por meio de convênio com a Secretaria Estadual de Saúde, R$ 421,8 milhões em verbas federais e estaduais.

MÉDIA

O levantamento aponta que a Santa Casa fez um terço da média de atendimentos dos 47 hospitais de ensino paulistas conveniados ou vinculados ao SUS no Estado.

O hospital central registrou 5,3 consultas por sala ao dia em 2013, ante uma média de 14,5 dos hospitais de ensino. Um deles, não identificado pela auditoria, atendeu 32,8.

O desempenho das cirurgias não foi muito melhor. A Santa Casa fez 1,4 intervenção por sala ao dia. A média dos hospitais foi de 2,3.

O desequilíbrio de resultados na Santa Casa também se reflete em outros serviços.

A taxa de reoperações (nova cirurgia causada por complicação) foi de 6,3% no hospital central, superando a média de 4,1% dos hospitais.

A Santa Casa enfrenta ainda problema comum a hospitais planejados para casos complexos e graves. Realizou 6.000 internações de baixa complexidade, que deveriam ser resolvidas em unidades básicas. A média dos hospitais foi de 1.800. A auditoria deve ser concluída até dia 29. 

sábado, 13 de setembro de 2014

Delação premiada dá à palavra do criminoso a força da verdade

Antônio Carlos de Almeida Castro - Especial para o UOL - 13/09/2014 - 06h00

"Pode ser que nos guie uma ilusão; a consciência, porém, é que não nos guia" (Fernando Pessoa)

Depois da panaceia das investigações baseadas quase que exclusivamente em interceptações telefônicas, como primeiro e, muitas vezes, único instrumento de investigação, estamos às voltas com o mais "moderno método": a delação premiada.

Confesso que tenho aversão a este método até por uma questão de princípio. Não me parece ser a melhor maneira de forjar a têmpera de um povo, em um estado democrático, o incentivo à deduragem, principalmente se ela for feita em um regime de barganha, e sendo impossível o seu controle.

Quem delata confessa que é criminoso, mas quer o perdão do Estado para poder entregar seus companheiros de empreitada. Os que ele, delator quiser, e só os que quiser. Aquele que por ventura tenha a chave do cofre, para poder repartir no futuro o produto não delatado, este será preservado.

Por outro lado, aquele que, ao longo da vida o atrapalhou, até por não ter querido ser cúmplice, este será escolhido para o abate. Seletivo, amoral, sem critérios - a não ser os do delator, que, quando chega a este ponto, a mim parece claro, não se deve esperar qualquer sinal de caráter.

A delação é a arma preferida dos governos ditatoriais e totalitários de todos os tipos. Com a delação, o Estado esmaga os vínculos, espúrios ou não, entre os cidadãos, desequilibrando o equilíbrio e a coesão que devem existir entre Estado e sociedade civil.

Aquele que por ventura tenha a chave do cofre, para poder repartir no futuro o produto não delatado, este será preservado
Antônio Carlos de Almeida Castro, advogado, sobre a delação premiada
Mas o pior é o "aprimoramento" que agora se faz. A delação é realizada sobre total segredo - outra famosa arma dos estados autoritários. Vaza-se a delação só quanto aos nomes citados, sem dizer em que contexto e qual a acusação. Ora, o primeiro direito do cidadão, por paradoxal que possa parecer, é ser bem acusado. Neste momento as acusações pendem sobre a cabeça de vários sem sequer ter forma e conteúdo.

A delação secreta, vazada de forma seletiva, é um instrumento de inversão da democracia em pleno regime democrático e deve ser repudiada pelos órgãos de imprensa, pelos diversos grupos políticos e, sobretudo, pelo Poder Judiciário.

O poder desse instrumento é tal que seria bem possível que as eleições, em nosso país, fossem decididas por um delator. Por hipótese, se este delator disser que falou com a presidente Dilma sobre ajuda de campanha, as eleições de outubro estariam definidas, ainda que tal fosse uma mentira grosseira.

É muito grave este momento. Estamos às portas de uma eleição presidencial. Elege-se a voz de um delator como o grande eleitor, e ata-se a ele os destinos da nação.

Na Itália, na Operação Mãos Limpas, tão citada quanto desconhecida da grande maioria, a delação foi usada a granel para afastar o Estado do jugo da máfia. Mas logo após vieram os efeitos maléficos, perceberam o uso maldoso, parcial e dirigido de várias das delações. Buscaram aí as revisões criminais, mas estas não servem para resgatar a honra perdida, a vida que se esvaiu com a acusação sem provas, sem rosto, mas com ares de verdade absoluta.

Em última hipótese, que se aceitasse uma delação como princípio de uma investigação, com a contrapartida do perdão ao final do processo em se confirmando as acusações, mas nunca com este pré-julgamento de pessoas que, muitas vezes, não sabe sequer de que estão sendo acusadas.

Quem for citado pelo delator, ainda que completamente inocente, estará fadado a ser um condenado pela opinião pública
Antônio Carlos de Almeida Castro, advogado, sobre a delação premiada
Inverte-se o princípio. Quem tem a força da verdade é a palavra do criminoso confesso, não o Estado e seus agentes que têm a obrigação de promoverem investigações com a preservação dos direitos dos investigados. É o regime do terror que se aperfeiçoa com os vazamentos criminosos e desmoralizantes, onde ao acusado resta negar sem saber qual é a acusação.

Triste país onde se abalam as estruturas com acusações sem contorno definido, sem um aprofundamento do que se acusa, sem um entender a quem servem estas acusações. É claro que toda e qualquer acusação que chega ao conhecimento do Ministério Público ou da Polícia, duas entidades respeitadas, tem que ser levada a frente a ferro e fogo. Até pouco tempo não era assim no país, e é bom que seja.

E é natural que deduzida a acusação formal, com provas e respeitado o devido processo legal, ao judiciário cabe dar a última palavra. Mas nesta época de insegurança, de sombras e de acusações sem corpo, a defesa é obrigada a se posicionar sem saber contra o que. Faz-se um arremedo de defesa, uma defesa pela metade. E quem é atingido neste caso é o estado democrático de direito, pois uma condenação prévia, sem o amplo exercício das garantias constitucionais não serve a nenhum regime que se pretenda democrático.


O pior é que quem for citado pelo delator, ainda que completamente inocente, estará fadado a ser um condenado pela opinião pública, mesmo estando com a verdade ao seu lado, pois, como dizia Dostoiévski, "a verdade verdadeira é sempre inverossímil".

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Empresas investigadas por cartel no Metrô bancam 56% da campanha de Alckmin

FONTE: Gil Alessi - Do UOL, em São Paulo 12/09/201406h00
A maior parte da campanha do governador Geraldo Alckmin foi paga por empresas investigadas por participação em carteis do metrô

A maior parte da campanha do governador Geraldo Alckmin foi paga por empresas investigadas por participação em carteis do metrô
Mais da metade da campanha do governador do Estado de São Paulo e candidato à reeleição, Geraldo Alckmin (PSDB), foi bancada por empresas investigadas por fraudes e formação de cartel em licitações do metrô de São Paulo e do Distrito Federal. No total, as quatro empresas suspeitas doaram R$ 8,3 milhões, 56% do total arrecadado (R$ 14,7 milhões). O valor leva em conta as prestações parciais de contas feitas ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Em nota, a assessoria de imprensa de Alckmin informou que sua "campanha aceita apenas doações que estão de acordo com a Constituição. A lei nº 9.504/97 (art. 24) permite que qualquer pessoa física ou jurídica, que esteja de acordo com as normas, participe do processo eleitoral".

Três das empresas doadoras já são rés em processos na Justiça: a construtora Queiroz Galvão, a CR Almeida S/A Engenharia de Obras e a construtora OAS S/A, que doaram respectivamente R$ 4,1 milhões, R$ 1 milhão e R$ 860 mil ao comitê financeiro estadual para governador do PSDB.

Do dinheiro oferecido pela Queiroz Galvão, R$ 2,1 milhões foram pagas por uma subsidiária, a Queiroz Galvão Alimentos S/A.

A Serveng Civilsan S/A Empresas Associadas de Engenharia, que é investigada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), colaborou com R$ 2 milhões.

Executivos de consórcios integrados pela CR Almeida S/A Engenharia de Obras, pela OAS S/A e pela Queiroz Galvão foram denunciados em 2012 por suspeita de fraude e formação de cartel na licitação para ampliar a linha 5-lilás do Metrô de São Paulo. No total, 14 funcionários de 12 construtoras foram denunciados no caso.

As assessorias da Queiroz Galvão, da CR Almeida e da OAS informaram que todas as doações são feitas de acordo com a legislação vigente.

A licitação foi aberta em outubro de 2008, quando o governador de São Paulo era José Serra (PSDB) -- ele deixou o cargo em 2010 para disputar a Presidência da República. Atualmente o tucano disputa uma vaga no Senado. Em 2013, Serra divulgou nota para afirmar que o governo de São Paulo não teve conhecimento e não deu aval para cartel em licitações do metrô.

A Serveng é investigada pelo Cade por suspeita de fraude em licitações realizadas em 2007 para compra de equipamento ferroviário e manutenção de linhas de metrô no Distrito Federal.

Em nota, a Serveng informou que "não possui contrato com o governo do Estado de São Paulo, por meio do Metrô, que seja objeto de investigação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica)".

Alckmin lidera as pesquisas de intenção de voto no Estado e, segundo o último Datafolha, venceria as eleições no primeiro turno.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Dar mesada e acompanhar o seu uso, sem censura é uma estratégia valiosa.

O mundo adulto se descontrola, e os mais novos é que pagam o pato. Um bom exemplo é a questão financeira. Ao consultar diferentes pesquisas feitas com o objetivo de avaliar a saúde financeira dos brasileiros, constatamos que as famílias estão cada vez mais endividadas.

E por que é que os adultos gastam tanto atualmente? Porque vivemos na era do consumo: precisamos consumir para garantir visibilidade no mundo. O fato é que nos entregamos louca e desesperadamente ao consumo: porque "merecemos", porque desenvolvemos ganância, porque dá para parcelar, porque é só dar um "click", porque dá status etc. Consumir tem sido um imperativo em nossas vidas.

O problema é que, quando chegam a fatura do cartão de crédito e as contas a pagar, percebemos que o ganho mensal não dá para quitar tudo. Aí, parcelamos mais e a espiral de endividamento só cresce.

Um gasto importante para famílias que têm filhos em idade escolar é justamente a mensalidade do colégio (e despesas paralelas, como transporte, uniforme, material e passeios). E tudo isso sai bem caro.

Como ter filho em escola privada, de preferência que tenha boa avaliação e seja disputada, também é um consumo importante, lá vão as famílias para mais esse gasto. Mas nem sempre dá para bancar tudo.

Muitas escolas precisam passar pela situação de constatar que pais inadimplentes chegam com o filho em carros caros e novos e fazem viagens ao exterior –a Disney é o destino preferido– nas férias.

E tem sido justamente a escola a instituição que vem sendo responsabilizada por mais uma função –como se ela já não tivesse o suficiente: a de dar aulas de educação financeira a seus alunos.

O que vem a ser "educação financeira", afinal? É a disciplina que tem por objetivo ensinar a administrar de modo saudável –controlado– a renda mensal pessoal e familiar, e a buscar garantir a segurança financeira possível para o futuro a curto, médio e longo prazo. Em resumo: procura formar consumidores mais conscientes e críticos.

O que os mais novos têm a ver com isso? Pouco, quase nada, porque quem tem renda e controla os gastos –ou se descontrola com eles– são os pais. Então, só dá para ensinar aos mais novos duas coisas importantes nessa questão: a administrar bem a mesada e a ser crítico em relação aos inúmeros apelos de consumo a que estão submetidos.

Não é boa a lição de comprar o que o filho pede quando ele usa o argumento de que todos os colegas têm: isso é ensinar a não ser crítico. Vale muito mais questionar se ele realmente precisa daquilo e, principalmente, ajudá-lo a encontrar outros caminhos para estar no grupo –como valorizar os recursos pessoais dele, por exemplo.

Dar a mesada, estipular quais os gastos que ele fará com seu dinheiro e acompanhar o seu uso, sem censurá-lo, são estratégias valiosas.

Se ele usar a mesada para comprar um lanche na escola e esgotar todo o seu recurso antes de terminar a semana, por exemplo, os pais não devem repor a quantia. Uns dias sem lanche da cantina não matam a criança de fome.

O importante é saber que, nessa questão, as principais lições são aprendidas pelos mais novos quando observam a postura dos pais diante do consumo. 

Autora:
Rosely Sayão, psicóloga e consultora em educação, fala sobre as principais dificuldades vividas pela família e pela escola no ato de educar e dialoga sobre o dia-a-dia dessa relação. Escreve às terças.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Voto Consciente - Se quer um Pais melhor, uma vida melhor, que a vida de seus filhos e netos possa ser melhor.

O maior obstáculo atual para o engajamento político, acima da educação e da conscientização, encontra-se na dissociação emocional entre as classes médias com as classes menos favorecidas.
A História registra que as grandes mudanças e revoluções só foram possíveis graças ao engajamento e envolvimento das classes médias. Afinal, somente essas podem mesclar, em um mesmo momento, o descontentamento e a vontade de melhorar de vida, juntamente com o conhecimento de causa e a capacidade intelectual. Os mais abastados, resguardados sob o guarda-chuva da situação, não têm a motivação necessária para, de fato, melhorar a sociedade. Já a classe baixa, embora rica em energia e legítima necessidade em promover as mudanças que tanto necessita, sofre com a falta de conhecimento e amadurecimento intelectual por conta da privação na educação, e não são capazes de, sozinhas, modificar positivamente o status quo.
Hoje, na sociedade brasileira, o distanciamento entre essas camadas sociais chega, por vezes, a beirar uma guerra civil não declarada. Isso fica claro, por exemplo, na idolatria despertada à Polícia Militar ou à Rota quando estas realizam a execução de suspeitos de crimes, no apoio eufórico a jornalistas que incentivam o açoitamento público de marginais, ou quando pessoas se inflamam ao apoiar a redução da maioridade penal.
É bastante claro o posicionamento, muitas vezes enfático, desta porção da população quando o assunto é a punição dos infringentes. Porém, a situação precária do SUS não tem sido capaz de causar a comoção que o assunto merece, tampouco situações, a princípio constrangedoras para qualquer cidadão conivente, como o trabalho e prostituição infantil, saneamento precário e a educação pública sucateada.

Infelizmente, as classes médias não conseguem mais enxergar a conexão de todo o sistema. É incapaz de fazer a ligação entre os pontos da educação de má qualidade, da falta de saneamento e das condições precárias da saúde, com os pontos da violência, da crise nos transportes e da economia cambaleante.
Na realidade, a conexão lógica entre causa e efeito ocorre a princípio, porém esta é sumariamente substituída pelas emoções perversas que surgem em relação às classes mais baixas. A verdade é que nutrimos em nosso interior um sentimento negativo de coação e superioridade em relação aos menos favorecidos, e são nessas emoções que despendemos a maior parte de nossa energia, das nossas conversas e do nosso tempo.
Somos bombardeados por notícias negativas; casos de latrocínios, jovens cometendo crimes aterradores, tráfico de drogas incessante, dentre tantos outros. E nesse caldeirão de atrocidades, surgem nossa raiva e nosso sentimento de punição. Afinal, alguém deve sempre pagar.
E não é por acaso. Penso que o rechaçamento dos direitos humanos é algo programático, talvez conduzido pelos detentores das comunicações em massa. Pondo à parte possíveis teorias conspiratórias, o fato é que os direitos humanos são negligenciados em grande parte do tempo, não tendo oportunidades de exporem todo o trabalho árduo que é feito cotidianamente, ou alguém já viu e reviu o trabalho que representantes dos direitos humanos fazem nas favelas do Brasil? Ou mesmo na busca incessante por justiça racial, de gêneros e dos marginalizados? Posso garantir que exitem trabalhos incríveis que são feitos em diversas esferas da sociedade, mas que carecem de oportunidades de divulgação.
Mas a exposição é bastante diferente quando casos desastrosos, horrendos ocorrem. Nestes momentos, o representante dos direitos humanos é apresentando como alguém que surge do nada apenas para a defesa dos bandidos, quando a quase totalidade da população clama pelo açoitamento público do marginal. Infelizmente, nesses momentos, quando os efeitos de nossa negligência às classes mais baixas faz surtir efeito, quando geramos delinquentes contra a sociedade, já é tarde demais. As emoções tomam corpo, o sentimento de justiça é mais forte que nossa capacidade de cognição, e nossa conclusão, precipitada, é de que a punição deve ser severa, ou até mesmo ilegal. Alguns dirão: “mas os representantes dos direitos humanos estão dizendo o contrário, estão falando em algo relacionado a causa raiz, a melhores condições aos menos favorecidos, falando em educação. Não, não é aceitável, devem ser loucos. Que adotem um meliante, então!”
E por fim, por desconhecerem todo o trabalho feito pelos direitos humanos não veiculado nas grandes mídias, por ignorância à lógica que seus representantes defendem, e conduzidos pelo senso comum, a população acaba por desacreditar todo o trabalho e princípios dessas organizações, tratando seus representantes como hipócritas e defensores de bandidos.
Outro fator que contribui para este distanciamento emocional são as possibilidades de se ter os serviços não prestados pelo Estado por vias alternativas. Educação, Saúde e Segurança podem ser contratados pelas classes médias, então pra que lutar por estes serviços para os outros? Esta indagação ficou muito clara quando, nas manifestações de Junho de 2013, muitos disseram indignados “mas a maioria que está lá não usa transporte público! Devem ser um bando de baderneiros sem causa”. E, em resposta a estes questionamentos, placas dizendo “Desculpe pelo transtorno, estamos consertando o Brasil”, infelizmente, devem ter feito sentido para poucos. O fato é que a luta pelos direitos das classes mais baixas, além de ser humanitária, acarreta na melhoria de todo o sistema. Na verdade, é a única forma de se melhorar consistentemente o dia a dia das classes médias.
Programas de TV também contribuem para esta perversa relação, como programas policiais e jornais com suas enxurradas de negatividade, sem nunca expor ao menos um ponto de partida para discussões sobre as reais origens dos problemas. Em doses cavalares de casos criminais, expondo-os sem a devida ponderação de como sanar tais mazelas, essas matérias geram uma nutrição inacabável dos sentimentos adversos às classes baixas, “às origens dos bandidos”, fazendo crer que a única saída atual é a punição pela punição.
Agora, punição pela punição funciona? Será que ninguém percebe que para cada ladrão de leite preso, cria-se um criminoso muito mais perigoso quando este sai da cadeia? Será que é difícil entender que cada assassinato cometido pela polícia gera o ódio em comunidades carentes acompanhado de um desequilíbrio absurdo dos poderes da democracia? Será que é tão irreal pensarmos que o aumento de latrocínios, roubos seguidos de mortes, possui conexão com o ódio escancarado que a classe média possui pelas classes baixas? Ainda assim, é possível alguém defender um sistema policialesco de forma racional? Acredito que não.
E quem ganha com essa confusão são os governantes que, enquanto não fazem nada para melhorar a qualidade de vida da sociedade, veem as classes altas em sua conivência habitual, as classes baixas sem condições de reivindicações e as classes médias, aquelas que possuem os recursos necessários e a legítima necessidade em cobrar os governantes, ocupadas em discutir maneiras de coação dos infringentes e formas de manutenção de sua precária condição atual. Não há a reivindicação, a partir das classes médias, para que se alcance o Estado do Bem Estar Social, não sendo possível o progresso das classes baixas, as quais, sendo a maior fonte de votos dentre as três, são mantidas com medidas paliativas que soam como benfeitorias, como o bolsa família (programa social necessário, mas que tem sido mau gerido e ineficaz como política pública abrangente). Assim, temos uma sociedade travada, com as classes médias e as classes baixas distanciadas, e a governabilidade então é garantida.
A situação, à primeira vista, parece-me complexa demais, intangível, distante de uma solução, mas há de haver um começo. E para manter simples, pensemos que o foco deve ser o Estado e suas políticas públicas. Vamos refletir, pensar e acreditar que, quando lutamos pelas classes menos favorecidas, lutamos também pelo sistema como um todo. Precisamos discutir mais soluções do que problemas, policiar nossos sentimentos, e, por fim, ligar os pontos das causas com os pontos dos efeitos e ver que ao final todos ganham.
Se desejamos um trânsito melhor nas cidades, vamos brigar por um sistema de transporte público eficiente e acessível; se queremos maior segurança nas ruas, vamos lutar por condições melhores aos serviços públicos prestados; se esperamos “aquele” crescimento econômico tão alardeado, vamos batalhar por um sistema de educação pública de excelência.
Façamos nossa parte, que há uma sociedade inteira dependendo de nós.

Obs: As referências às classes utilizados no texto não se baseiam no rendimento médio anual, mas sim a classificação de favorecimento ou desfavorecimento na atual situação. Classes altas são a porção da sociedade que é predominantemente favorecida pela situação, as médias são a porção que tanto é favorecida quanto é desfavorecida, e as baixas são a porção que é predominantemente desfavorecida no contexto atual.

 HOMÍLIA DOMINICAL  24 DE DEZEMBRO DE 2023. 4º DOMINGO DO ADVENTO LEITURA DO DIA Primeira leitura -  Leitura do Segundo Livro de Samuel 7,1-...