sexta-feira, 18 de junho de 2021

IMIGRANTES JAPONESES - 18 DE JUNHO DE 1908 - NAVIO KASATO MARU - 781 IMIGRANTES

A vinda de imigrantes japoneses para o Brasil foi motivada por interesses dos dois países: o Brasil necessitava de mão-de-obra para trabalhar nas fazendas de café, principalmente em São Paulo e no norte do Paraná, e o Japão precisava aliviar a tensão social no país, causada por seu alto índice demográfico. Para conseguir isso, o governo japonês adotou uma política de emigração desde o princípio de sua modernização, iniciada na era Meiji (1868). Apesar de não serem favoráveis à imigração, em 1906, os governos do Japão e do Estado de São Paulo levaram adiante esse processo.


A imigração japonesa no Brasil tem como marco inicial a chegada do navio Kasato Maru, em Santos, no dia 18 de junho de 1908. Do porto de Kobe a embarcação trouxe, numa viagem de 52 dias, os 781 primeiros imigrantes vinculados ao acordo imigratório estabelecido entre Brasil e Japão, além de 12 passageiros independentes.

Embora o Japão tenha enviado seus primeiros imigrantes ao Brasil em 1908, os primeiros japoneses a pisar em solo brasileiro foram quatro tripulantes do barco Wakamiya Maru, que, em 1803, afundou na costa japonesa. Os náufragos foram salvos por um navio de guerra russo que, mesmo não podendo desviar-se de sua rota, levou-os em sua viagem. No retorno, a embarcação aportou, para conserto, em Porto de Desterro, atual Florianópolis (SC), no dia 20 de dezembro, permanecendo até 4 de fevereiro de 1804. Ali, os quatro japoneses fizeram registros importantes da vida da população local e da produção agrícola da época.

Incidentalmente, outros japoneses estiveram de passagem pelo país, mas a primeira visita oficial para se buscar um acordo diplomático e comercial ocorreu em 1880. No dia 16 de novembro daquele ano, o vice-almirante Artur Silveira da Mota, mais tarde Barão de Jaceguai, iniciou, em Tóquio, as conversações para o estabelecimento de um Tratado de Amizade, Comércio e Navegação entre os dois países.

O esforço nesse sentido prosseguiu em 1882, com o ministro plenipotenciário Eduardo Calado, mas o acordo só seria concretizado 13 anos mais tarde. Em dia 5 de novembro de 1895, em Paris, Brasil e Japão assinaram o Tratado da Amizade, Comércio e Navegação.

Abertura à imigração

Entre eventos que antecederam a assinatura do tratado destaca-se a abertura brasileira às imigrações japonesas e chinesas, autorizadas pelo Decreto Lei 97, de 5 de outubro de 1892. Com isso, em 1894 o Japão envia o deputado Tadashi Nemoto para uma visita, cujo roteiro incluía os Estados da Bahia, do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.

Satisfeito com o que viu, Nemoto manda um relatório ao governo e às empresas de emigração japonesas, recomendando o Brasil apto a acolher os imigrantes orientais. A partida da primeira leva de japoneses que deveria vir trabalhar nas lavouras de café, em 1897, teve de ser cancelada justamente na véspera do embarque. O motivo foi a crise que o preço do produto sofreu em todo o mundo e que iria perdurar até 1906.

Em 1907, o governo brasileiro publica a Lei da Imigração e Colonização, permitindo que cada Estado definisse a forma mais conveniente de receber e instalar os imigrantes. Em novembro daquele mesmo ano, Ryu Mizuno fecha acordo com o secretário da Agricultura de São Paulo, Carlos Arruda Botelho, para a introdução de 3 mil imigrantes japoneses, num período de três anos. Nessa época, o governador era Jorge Tibiriçá. Assim, no dia 28 de abril de 1908, o navio Kasato Maru deixa o Japão com os primeiros imigrantes, rumo ao Brasil.

O período da imigração

Os 793 japoneses recém-chegados foram distribuídos em seis fazendas paulistas. Enfrentaram, porém, um duro período de adaptação. O grupo contratado pela Companhia Agrícola Fazenda Dumont, por exemplo, não permaneceu ali mais que dois meses. As outras fazendas também foram sendo gradativamente abandonadas pelos exóticos trabalhadores de olhos puxados e costumes tão diferentes. Em setembro de 1909, restavam apenas 191 pessoas nas fazendas contratantes.

Não obstante, no ano seguinte, a segunda leva de imigrantes já estava a caminho. E no dia 28 de junho de 1910, o navio Ryojun Maru aportava em Santos com mais 906 trabalhadores a bordo. Distribuídos por outras fazendas, eles viveriam os mesmos problemas de adaptação dos compatriotas que os antecederam. Aos poucos, porém, os conflitos foram diminuindo e a permanência nos locais de trabalho, ficou mais duradoura.

Conquistando espaço

Os primeiros imigrantes japoneses a se tornarem proprietários de terra foram cinco famílias que adquiriram, em fevereiro de 1911, lotes junto à Estação Cerqueira César, da Estrada de Ferro Sorocabana, dentro do projeto de colonização Monções, criado na época pelo governo federal. Essas famílias foram também as primeiras a cultivar o algodão.

Em março de 1912, novas famílias são assentadas em terras doadas pelo governo paulista, na região de Iguape, graças ao contrato de colonização firmado entre uma empresa japonesa e aquele poder público. Iniciado com cerca de 30 famílias " a maioria proveniente de outras fazendas onde os contratos já haviam sido cumpridos ", esse foi um dos mais bem sucedidos projetos de colonização dessa fase pioneira.

Nesse mesmo ano, os imigrantes atingiram o Paraná, tendo como precursora uma família procedente da província de Fukushima, e que se estabelece na Fazenda Monte Claro, em Ribeirão Claro, cidade situada no norte do Estado. Em agosto de 1913, um grupo de 107 imigrantes chega ao Brasil para trabalhar em uma mina de ouro, em Minas Gerais. Foram os únicos mineiros na história da imigração.

Em 1914, o número de trabalhadores japoneses no Estado de São Paulo já estava em torno de 10 mil pessoas. Com uma situação financeira desfavorável, o governo estadual decidiu proibir novas contratações de imigrantes e, em março, avisou à Companhia da Imigração que não mais subsidiaria o pagamento de passagens do Japão para o Brasil.

No entanto, a abertura de novas comunidades rurais utilizando-se a mão-de-obra existente continuou. Por essa época, ocorreu também um dos episódios mais tristes da história da imigração, quando dezenas de pessoas que haviam se instalado na Colônia Hirano, em Cafelândia, morreram vítimas da malária, doença então desconhecida para os japoneses.

Adaptação cultural e a Segunda Guerra Mundial

Com o aumento do número de colônias agrícolas japonesas, que nesse período se expandiram principalmente em direção ao noroeste do Estado de São Paulo, começam a surgir também muitas escolas primárias destinadas a atender os filhos dos imigrantes. Em 1918, formaram-se as duas primeiras professoras oficiais saídas da comunidade, as irmãs Kumabe, pela Escola Normal do Rio de Janeiro. Em 1923, Escola de Odontologia de Pindamonhangaba formou também o primeiro dentista de origem japonesa.

Essa presença crescente de um povo exótico no país, porém, não parou de gerar polêmicas. Tanto na esfera executiva como legislativa surgiram opiniões a favor e contra a entrada de novos imigrantes japoneses. Em 1932, segundo informações do Consulado Geral do Japão em São Paulo na época, a comunidade nikkey era composta por 132.689 pessoas, com maior concentração na linha noroeste. Desse total, 90% dedicava-se à agricultura. Nesta época, havia também diversas publicações em japonês com periodicidade semanal, quinzenal e mensal.

Em 1938, ano antecedente à Segunda Guerra Mundial, o governo federal começou a limitar as atividades culturais e educacionais dos imigrantes. Em dezembro, decretou o fechamento de todas as escolas estrangeiras, principalmente japonesas, alemãs e italianas.

As comunidades oriundas dos países integrantes do Eixo RO-BER-TO (Roma-Berlim-Tóquio) começaram a sentir os sintomas do conflito iminente. Em 1940, todas as publicações em japonês tiveram a sua circulação proibida. No ano seguinte, chegaram as últimas correspondências do Japão. Até o fim da guerra, os japoneses viveram um período de severas restrições, inclusive com o confisco de todos os bens.

Período pós-guerra

Em 1948, Yukishige Tamura é eleito vereador em São Paulo, tornando-se o primeiro nikkey a ocupar um cargo eletivo em uma capital. Já em clima de paz, é restabelecido, em 1949, o comércio entre Brasil e Japão por meio de um acordo bilateral. Um ano depois, o governo federal anuncia a liberação dos bens confiscados aos imigrantes dos países do Eixo e, em 1951, aprova projeto para introdução no país de 5 mil famílias imigrantes. Encorajadas, as empresas japonesas começam a planejar investimentos no Brasil. As primeiras delas chegam em 1953.

Cinqüenta anos após a chegada do navio Kasato Maru em Santos, o número de japoneses e descendentes no país somava 404.630 pessoas. O príncipe Mikasa, irmão do imperador Hiroito, visita o país para participar das festividades do cinqüentenário da imigração.

Nas eleições majoritárias de 1962, já se pôde observar a plena integração social e política dos brasileiros descendentes de japoneses, quando seis nisseis são escolhidos por meio das urnas: três para a Câmara Federal (Miyamoto, do Paraná; Hirata e Tamura de São Paulo) e três para a Assembléia Legislativa de São Paulo (Yoshifumi Uchiyama, Antonio Morimoto e Diogo Nomura).

Em 1967, o príncipe herdeiro Akihito e a princesa Michiko visitam o Brasil pela primeira vez. Na recepção ao casal imperial a comunidade nipo-brasileira lota o estádio do Pacaembu. Em 1973, chega a Santos o Nippon Maru, o último navio a transportar imigrantes japoneses. Em 1978 a imigração japonesa comemorou 70 anos. O príncipe herdeiro Akihito e a princesa Michiko participam das festividades e novamente o Pacaembu foi lotado. No prédio da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa (Bunkyo), foi inaugurado o Museu da Imigração Japonesa no Brasil.

A integração consolidada

Os anos 60 foram marcados, em muitos aspectos, pela integração dos nikkeis à sociedade brasileira. Além da participação ativa na vida política por meio de seus representantes nas casas legislativas, eles começaram a despontar nas áreas culturais, notadamente na grande imprensa " onde o pioneiro foi Hideo Onaga, na Folha de S. Paulo ", e nas artes plásticas, com destaque para Manabu Mabe. Neste mesmo período, durante o governo Costa e Silva, também é nomeado o primeiro ministro descendente de japoneses, o empresário Fábio Yassuda, que assumiu o cargo de Ministro da Indústria e Comércio sem, no entanto, cumprir integralmente sua gestão.

No futuro, dois outros seriam chamados a assumir cargos equivalentes: Shigeaki Ueki, como ministro de Minas e Energia do governo Geisel, e Seigo Tsuzuki, como ministro da Saúde do governo Sarney. Outro marco muito importante, em 1964, foi a inauguração da sede da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa na rua São Joaquim.

O Bunkyo passou a promover e coordenar a maioria dos grandes eventos com envolvimento da comunidade nipo-brasileira como um todo: aniversários da imigração, visitas ao Brasil de membros da Família Imperial etc.

A partir da década de 70, começaram a surgir as primeiras obras literárias escritas por nikkeis, tendo como temas o Japão e os imigrantes entre eles, Japão Passado e Presente, de José Yamashiro (1978), História dos Samurais, também de Yamashiro (1982), e a obra considerada como referência obrigatória dentro da história da imigração, que é O Imigrante Japonês, de Tomoo Handa, lançado em 1987. Em 1988, no 80º aniversário da imigração, comemorado com a presença do príncipe Aya, filho de Akihito, o censo demográfico da comunidade, feito por amostragem, estimava o número de nikkeis no país em 1.228.000 pessoas. Nesse final de década, a comunidade nipo-brasileira e o próprio país já começaram a sentir os efeitos de um novo e curioso fenômeno que se alastrava rapidamente entre as famílias nikkeis: os dekasseguis.




quinta-feira, 17 de junho de 2021

INVERNO 2021 NO BRASIL

FONTE: CLIMATEMPO - https://www.climatempo.com.br/noticia/2021/06/16/inverno-2021-no-brasil-analise-regional-0388

O solstício de inverno no Hemisfério Sul acontece à 00h32 do dia 21 de junho e se estende até 16h21 de 22 de setembro, quando terá início a primavera. A data e horário do início e fim das estações do ano é definida por cálculos astronômicos e não pela Meteorologia.
 
Nem sempre as alterações características do padrão climático de cada estação coincidem com a mudança astronômica de uma estação para outra. Assim, dizer que o inverno no Hemisfério Sul começa no dia 21 de junho, não significa que grandes e fortes ondas de frio vão dominar o país nas próximas semanas.
 
Características do inverno no Brasil
 
Para a maioria das áreas das Regiões Norte e Nordeste, o inverno representa uma marcante redução do volume e da frequência da chuva, mas pouca alteração no padrão de temperatura. Estados como Tocantins, Rondônia, Acre, as porções ao sul do Amazonas e do Pará, e praticamente todo o Nordeste ficam bastante secos e quentes nos meses de inverno. O solo cada vez mais seco facilita a propagação de focos de fogo. Por outro lado, no leste do Nordeste, o inverno é o pico do período chuvoso do ano.
 
Durante o inverno, algumas frentes frias especiais conseguem atingir a região de Rondônia, Acre e o sul do Amazonas causando a friagem. Este fenômeno é caracterizado por uma acentuada queda da temperatura provocada pela atuação do ar frio de origem polar que vem junto com estas frentes frias. 
 
Algumas frentes frias de inverno são  fortes para avançar sobre o Nordeste, em geral causando mudanças no tempo sobre a Bahia, e mais raramente sobre Sergipe e Alagoas.
 
Para as Regiões Sudeste e Centro-Oeste, o inverno significa a acentuação do padrão seco que teve início no outono. A grande quantidade de dias com pouca nebulosidade é responsável por noites com baixa temperatura e altas taxas de evaporação, o que intensifica a perda de umidade no solo e consequentemente colabora com o cenário propício ao alastramento de fogo das queimadas. 
 
Algumas frentes frias especiais, mas que ocorrem poucas vezes ao longo do inverno, são capazes de produzir chuva em pequenas áreas pelo interior do Sudeste e em locais do Centro-Oeste. 
 
Eventuais episódios de geada são observados em quase todos os invernos em áreas do sul de Mato Grosso do Sul, oeste, sul e leste de São Paulo, no Sul de Minas e nas regiões serranas no Sul do Rio De Janeiro.
 
Dias com mar agitado e ressaca são comuns no litoral do Sudeste durante o inverno.
 
O Sul do Brasil é a única Região que tem eventos frequentes de chuva, até de forte intensidade, por causa da passagem de frentes frias. Mas a chuva dura poucos dias e o ar frio e seco predomina na maior parte do inverno, mantendo a Região com baixa temperatura e dias de sol.
 
Algumas massas de ar frio de origem polar podem ser muito fortes causando resfriamento intenso e geada em áreas dos três estados, inclusive em locais fora das regiões serranas.
 
Um fenômeno muito esperado no inverno é a queda de neve na Região Sul. Isto acontece pelo menos uma vez no inverno nas áreas mais altas das serras do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Episódios de neve em outros locais destes estados e no Paraná já foram observados, mas são pouco frequentes.
 
O litoral da Região Sul também tem vários dias com mar agitado e ressaca durante o inverno.

El Niño/La Niña - Oscilação Sul (ENOS)
 
O fenômeno ENOS, abreviatura para El Niño/La Niña - Oscilação Sul, importante modulador do regime de chuva sobre o Brasil, atualmente se encontra em neutralidade, de acordo com a agência norte-americana NOAA - Administração Nacional Oceânica e Atmosférica. Esse cenário deve permanecer até o início da próxima primavera. A fase neutra do ENOS não influencia o Clima brasileiro.
 

Previsão para o inverno 2021 para as Regiões do Brasil
 
REGIÃO SUL
 
O inverno começa com temperatura alta na faixa norte da Região (PR), mas com o passar das semanas a frequência de massas de ar polar vai aumentando e o frio vai ganhando força. A previsão indica temperaturas inferiores ao que normalmente se observa para o período. A chuva será frequente, como é comum nesta época. Porém os volumes devem ficar abaixo da média histórica.
 
 
REGIÃO SUDESTE
 
Assim como em 2020, o inverno de 2021 tende a ser mais quente que a média no Sudeste do país. Apesar disso, algumas massas de ar frio são esperadas ao longo da estação, derrubando a temperatura especialmente entre SP e o Sul de Minas. São esperados dias de sol forte e temperatura alta para a época do ano intercalados com entradas de massas de ar polar. O frio não deve ser persistente e logo o sol volta a aparecer. É o período seco na maior parte da região e a chuva ainda deve ficar abaixo da média.
 
 
REGIÃO CENTRO-OESTE
 
A maior parte dos dias durante o inverno será de tempo aberto, com sol forte e temperaturas altas, como é comum na região. É o período seco, então a chuva já não é esperada. Apenas no MS ainda ocorrem algumas pancadas de chuva pela influência de frentes frias mais continentais. Algumas massas de ar frio conseguem chegar até as capitais de MS, MT e poucas conseguem chegar a Goiânia e Brasília, onde a temperatura fica bastante estável ao longo da estação. Há risco para ocorrência de eventos de geada no MS, mas no sul de GO é menos provável.
 
 
REGIÃO NORDESTE
 
A chuva ainda é frequente na costa leste e norte da região no início da estação, mas diminui de intensidade com o passar dos meses. Há indicações de que as chuvas fiquem abaixo da média, principalmente entre o Rio Grande do Norte e Paraíba. O calor também aumenta ao longo do período, especialmente na faixa mais ao sul, onde a temperatura deve ficar acima da média histórica. No interior, o tempo seco e quente predomina e não há expectativa de chuva.
 
 
REGIÃO NORTE
 
No geral, a região apresenta chuva acima da média, embora o volume de chuva não seja muito significativo, pois é de se esperar um trimestre mais seco. Especialmente no extremo norte a chuva é bem regular, com volumes elevados para a época do ano. No centro-sul, o tempo seco predomina, com vários dias de sol, tempo aberto e temperatura até acima da média.
 
Durante o inverno de 2021, poucas massas de ar frio conseguem chegar ao sul da região e provocar eventos de friagem em RO, no AC e no sul do AM.

segunda-feira, 7 de junho de 2021

FDA concede aprovação acelerada para medicamento de Alzheimer

FONTE: FDA U.S. FOOD & DRUG ADMINISTRATION- For Immediate Release: June 07, 2021

Hoje, a Food and Drug Administration dos EUA aprovou o Aduhelm (aducanumab) para o tratamento da doença de Alzheimer, uma doença debilitante que afeta 6,2 milhões de americanos. O Aduhelm foi aprovado usando a via de aprovação acelerada, que pode ser usada para um medicamento para uma doença séria ou com risco de vida que oferece uma vantagem terapêutica significativa sobre os tratamentos existentes. A aprovação acelerada pode ser baseada no efeito do medicamento em um desfecho substituto que é razoavelmente provável de prever um benefício clínico para os pacientes, com um ensaio pós-aprovação necessário para verificar se o medicamento fornece o benefício clínico esperado.
"A doença de Alzheimer é uma doença devastadora que pode ter um impacto profundo nas vidas das pessoas diagnosticadas com a doença, bem como em seus entes queridos", disse Patrizia Cavazzoni, M.D., diretora do Centro de Avaliação e Pesquisa de Medicamentos da FDA. “As terapias disponíveis atualmente tratam apenas os sintomas da doença; esta opção de tratamento é a primeira terapia a direcionar e afetar o processo de doença subjacente da doença de Alzheimer. Como aprendemos com a luta contra o câncer, o caminho de aprovação acelerado pode levar terapias aos pacientes mais rapidamente, estimulando mais pesquisa e inovação. ”
A doença de Alzheimer é uma doença cerebral irreversível e progressiva que destrói lentamente a memória e as habilidades de pensamento e, eventualmente, a capacidade de realizar tarefas simples. Embora as causas específicas da doença de Alzheimer não sejam totalmente conhecidas, ela é caracterizada por mudanças no cérebro - incluindo placas amilóides e emaranhados neurofibrilares, ou tau - que resultam na perda de neurônios e de suas conexões. Essas mudanças afetam a capacidade de uma pessoa de lembrar e pensar.
Aduhelm representa o primeiro tratamento de seu tipo aprovado para a doença de Alzheimer. É o primeiro novo tratamento aprovado para Alzheimer desde 2003 e é a primeira terapia que visa a fisiopatologia fundamental da doença.
Os pesquisadores avaliaram a eficácia de Aduhelm em três estudos separados, representando um total de 3.482 pacientes. Os estudos consistiram em estudos duplo-cegos, randomizados e controlados por placebo de variação de dose em pacientes com doença de Alzheimer. Os pacientes que receberam o tratamento tiveram redução significativa da placa beta amilóide, dependente da dose e do tempo, enquanto os pacientes no braço de controle dos estudos não tiveram redução da placa beta amilóide.
Esses resultados apóiam a aprovação acelerada do Aduhelm, que se baseia no desfecho substituto da redução da placa beta amilóide no cérebro - uma marca registrada da doença de Alzheimer. A placa beta amilóide foi quantificada usando imagens de tomografia por emissão de pósitrons (PET) para estimar os níveis cerebrais da placa beta amilóide em um composto de regiões do cérebro que devem ser amplamente afetadas pela patologia da doença de Alzheimer em comparação com uma região do cérebro que se espera ser poupada de tal patologia.
As informações de prescrição do Aduhelm incluem um aviso para anormalidades de imagem relacionadas à amiloide (ARIA), que mais comumente se apresentam como um inchaço temporário em áreas do cérebro que geralmente desaparece com o tempo e não causa sintomas, embora algumas pessoas possam ter sintomas como dor de cabeça , confusão, tontura, alterações na visão ou náusea. Outro aviso para o Aduhelm é para o risco de reações de hipersensibilidade, incluindo angioedema e urticária. Os efeitos colaterais mais comuns de Aduhelm foram ARIA, dor de cabeça, queda, diarreia e confusão / delírio / estado mental alterado / desorientação.
De acordo com as disposições de aprovação acelerada, que fornecem aos pacientes que sofrem da doença acesso antecipado ao tratamento, o FDA está exigindo que a empresa, Biogen, conduza um novo ensaio clínico randomizado e controlado para verificar o benefício clínico do medicamento. Se o estudo falhar em verificar o benefício clínico, o FDA pode iniciar procedimentos para retirar a aprovação do medicamento.
Aduhelm recebeu a designação Fast Track, que busca agilizar o desenvolvimento e a revisão de medicamentos destinados ao tratamento de doenças graves, onde a evidência inicial mostrou potencial para atender a uma necessidade médica não atendida.
Aduhelm é fabricado pela Biogen de Cambridge, Massachusetts.
Informação relacionada
Informações sobre Aduhelm
O FDA, uma agência do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, protege a saúde pública garantindo a segurança, eficácia e segurança de medicamentos humanos e veterinários, vacinas e outros produtos biológicos para uso humano e dispositivos médicos. A agência também é responsável pela segurança do abastecimento de alimentos, cosméticos, suplementos dietéticos, produtos que emitem radiação eletrônica e pela regulamentação dos produtos de tabaco de nosso país.

SITE:https://www.fda.gov/news-events/press-announcements/fda-grants-accelerated-approval-alzheimers-drug

 HOMÍLIA DOMINICAL  24 DE DEZEMBRO DE 2023. 4º DOMINGO DO ADVENTO LEITURA DO DIA Primeira leitura -  Leitura do Segundo Livro de Samuel 7,1-...