terça-feira, 17 de agosto de 2021

De onde vem o que eu uso: cavalos que participam da produção do soro anti-Covid comem melaço e até escutam música clássica

Tratamento oferecido pelo Instituto Vital Brazil, no Rio de Janeiro, tem o objetivo de reduzir estresse e promover bem-estar dos animais. O órgão lidera uma das pesquisas que usa anticorpos do plasma dos cavalos para fazer medicamento que visa combater coronavírus. Soro ainda vai ser testado em humanos.Os cavalos prestam serviços para além das fazendas e têm aumentado cada vez mais a sua importância para a saúde humana.

Sua mais recente contribuição é fornecer anticorpos por meio de seu plasma para a produção de um soro que visa combater o coronavírus em pessoas infectadas pela doença. A técnica já é usada há anos na fabricação de medicamentos contra picadas de cobras, aranhas e abelhas.O Instituto Butantan, em São Paulo, lidera uma das iniciativas no país e já teve o seu soro liberado para testes em seres humanos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Já o Instituto Vital Brazil (IVB), no Rio de Janeiro, tem uma pesquisa semelhante, que ainda aguarda a aprovação da agência para testes em humanos, mas já tem planos de investigar se o soro é eficaz contra a variante Delta, diz Priscilla Palhano, presidente da entidade.

Ela conta que, na fazenda do instituto, em Cachoeiras de Macacu (RJ), os cavalos recebem um tratamento diferenciado para conseguirem aguentar as retiradas semanais de sangue. Lembra um pouco os cuidados com o boi wagyu, que chegava a receber até massagem e cerveja no Japão.

Os cavalos recebem uma ração balanceada em nutrientes, que é misturada a aditivos de ferro para evitar anemia e também ao melaço de cana para deixar a comida mais saborosa. Na hora de comer, também tem música clássica para diminuir o estresse.

Grandes áreas de pastagens permitem ainda que os cavalos corram livremente e, no verão, ventiladores nos estábulos soltam gotículas de águas para eles se refrescarem.

De onde vem: cavalos ainda são indispensáveis nas fazendas, mesmo com mecanização. — Foto: Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)

A tropa nacional é composta por, aproximadamente, 5 milhões de cavalos. Os principais plantéis estão em Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Bahia, estados onde o efetivo ultrapassa 400 mil.

O setor movimenta R$ 16 bilhões por ano, levando em conta suas diferentes atividades: agropecuária, militar, esporte, lazer e saúde.

Ao todo, o segmento gera em torno de 3 milhões de postos de trabalho direto e indiretos, segundo dados da revisão do Estudo do Complexo do Agronegócio do Cavalo, do Ministério da Agricultura.

Cavalos na produção do soro
Instituto Vital Brazil aguarda autorização para envasar o soro e já vai começar a testar eficiência contra variante Delta. — Foto: Divulgação

Enquanto vacina é prevenção, soro é tratamento. Quando uma pessoa é vacinada, o corpo demora um tempo para fabricar os anticorpos. Já o soro tem a função de fornecê-los prontos para combater imediatamente o vírus.

No IVB, o início da produção do soro começa na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que fornece a partícula viral para ser injetada nos cavalos.

Os animais recebem apenas uma parte do vírus, chamada de proteína spike (S), uma estrutura localizada na coroa do coronavírus. O método é diferente do usado pelo Butantan, que usa o vírus inteiro inativado.

"Na pesquisa do soro anti-Covid nós trabalhamos com 10 cavalos. Temos uma plantel com 100, mas cada quantitativo é utilizado para a produção de um determinado tipo de soro. Não podemos dar diferentes antígenos para um mesmo cavalo porque isso confunde o organismo dele", diz a presidente do IVB, Priscilla Palhano.
Os cavalos inoculados não ficam doentes, mas reagem, produzindo grande quantidade de anticorpos que neutralizam o vírus. No IVB, eles recebem o antígeno uma vez por semana até produzirem anticorpos suficientes para a produção do soro.

Cavalo na fazenda do Instituto Vital Brazil recebendo o antígeno — Foto: Divulgação

Quando isso acontece, é feita a sangria, que é como se fosse uma doação de sangue.

Essa bolsa de sangue vai para um sistema de decantação, onde as hemácias são separadas do plasma, que é onde os anticorpos estão.

"As hemácias são reinfundidas nos cavalos para que eles não sofram um processo de anemia. Eles chegam a servir à produção de soro durante 20 anos. Se você ficar sangrando o cavalo toda a hora e não repõe as hemácias, ele adoece", diz Priscilla.
Já o plasma é reposto naturalmente pelos cavalos com a ingestão de líquidos.

Na fábrica do instituto, os anticorpos são separados do restante do plasma e misturados a outras substâncias para fabricar o soro. Em agosto do ano passado, a GloboNews fez uma reportagem mostrando esse processo:
O IVB precisa ainda da autorização da Anvisa para envasar o medicamento em ampolas e começar os testes em humanos, o que eles esperam que ocorra até setembro.

"Em animais, se mostrou seguro e eficaz para neutralizar o vírus", afirma Priscilla.

Cuidados com os animais

Cavalos sendo alimentos com ração misturada ao melaço de cana. — Foto: Divulgação

O melaço de cana misturado à ração, a música clássica, o ventilador com gotículas de água não são meros "mimos" para os cavalos, diz Priscilla.

Todo esse tratamento precisa existir tanto para o bem-estar animal, como também para atender a exigências de órgãos como Anvisa, Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea) e Comissão de Ética no uso de Animais (CEUA).

"Por sermos uma indústria farmacêutica, toda a nossa criação precisa seguir determinados protocolos. Além disso, o tratamento diferenciado traz conforto e uma vida longa aos animais", afirma a presidente do IVB.
Na dieta dos cavalos, são misturados ainda capim picado e suplemento mineral. "Os animais são vacinados semestralmente, sofrem vermifugações quando necessário, são pesados mensalmente e acompanhados por médicos veterinários diariamente", acrescenta.

Indispensáveis nas fazendas

Os animais que trabalham no campo são chamados de "cavalos de lida". — Foto: Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)

Mesmo com o aumento do uso de máquinas agrícolas, os cavalos continuam sendo indispensáveis nas atividades de boa parte das fazendas, com destaque para as criações de gado. Os animais que trabalham no campo são chamados de "cavalos de lida".

Nas propriedades, eles auxiliam os vaqueiros a conduzirem o rebanho bovino dos currais e estábulos a pastos e piquetes e vice-versa.

"Outra função é no auxílio de transporte de cargas em geral, como alimentos, equipamentos e mesmo bezerros recém-nascidos. Entretanto, muitas propriedades podem substituir os cavalos por tratores, o que ocorre quando as propriedades são maiores", diz Pedro Arcuri, pesquisador da Embrapa Gado de Leite.

Mas nem sempre o uso do trator é possível. É o caso de plantações em terrenos com declividade. "Se o solo é uma ladeira muito forte, você não tem como entrar com máquinas. É onde o cavalo ou o burro são essenciais", diz Roberto Arruda de Souza Lima, professor da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" da Universidade de São Paulo (USP).

Ele explica que nas colheitas de banana e cacau, por exemplo, esses animais ainda são muito utilizados para transportar os alimentos.

Estima-se que os cavalos de lida representem 78% do plantel nacional, enquanto 22% são voltados para esporte, lazer e criação.

Limitações nos dados

Lima, que foi responsável pela elaboração do Estudo do Complexo do Agronegócio do Cavalo, do Ministério da Agricultura, explica que a estimativa de 5 milhões do plantel de cavalos no Brasil é um número intermediário entre o que aponta o Censo Agropecuário e a Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM).

Segundo ele, esse número deve ser bem maior, tendo em vista que os dois estudos têm limitações.

"Não tem nenhum levantamento especificamente preocupado com o cavalo no Brasil. O que existe são pesquisas voltadas para o animal de produção, como os bovinos. Então os pesquisadores visitam as propriedades rurais e acabam contabilizando o cavalo por tabela", diz Lima

"Acontece que os cavalos não estão somente em locais de produção [na zona rural]. Eles estão também nas cidades, em um instituto de equoterapia, por exemplo, nos Jockeys Clubs", acrescenta Lima.

Na cidade de São Paulo, por exemplo, onde há importantes hípicas e um grande Jockey Club, tanto Censo quanto a PPM apresentam zero equinos nos seus relatórios.

Criança fazendo Equoterapia: cavalos são um recurso terapêutico em tratamentos de portadores de dificuldades cognitivas, motoras e sócio-afetivas. — Foto: Prefeitura de Bertioga

Principais raças no Brasil

O Brasil tem diversas raças de cavalos. As quatro com maior plantel, segundo o Ministério da Agricultura, são:


Mangalarga Marchador: essa raça é tipicamente brasileira e surgiu no Sul de Minas, através do cruzamento de cavalos da raça Alter - trazidos pela comitiva real de D. João VI no século 19 – com outros cavalos da região mineira. Uma de suas características marcantes é a "marcha batida", caracterizada pelo tríplice apoio, ou seja, em um determinado momento da marcha, membros do animal se apoiam no solo dando caraterística mais cômoda ao andamento. Por isso, ele é muito usado em cavalgadas, provas de conformação e de marcha.

Nordestino: esses cavalos datam dos séculos 16 e 17, com os primeiros cavalos que desembarcaram no país com a colonização. Acredita-se que seriam das raças Sorraya e Garrano, de origem portuguesa, e que possuem em sua formação um ancestral mais antigo, o Bérbere (Norte da África). É um animal de pequeno porte e muito resistente às condições do semiárido nordestino e ao trabalho em condições adversas e, por isso, é muito utilizado na lida diária. Ele também é usado na pega de boi no mato, que deu origem ao esporte da vaquejada.

Quarto-de-milha: surgiu nos EUA por volta de 1.600 e chegou ao Brasil nos anos de 1950. É um cavalo com músculos fortes e com capacidade de correr rapidamente curtas distâncias. Por isso, no Brasil, ele é muito utilizado como um animal de esporte em diversas modalidades. Nos EUA, eles também são muito usados como cavalos de rancho. Seu nome tem origem em competições de corridas que colonizadores faziam em uma distância de um quarto de milha (402 metros).

Crioulo: tem sua origem nos equinos Andaluz e Jacas espanhóis, trazidos da península ibérica no século 16 pelos colonizadores. Com maior incidência nos estados do Sul e em São Paulo, é um cavalo forte que consegue viver em condições extremas de frio e calor, com o mínimo de alimentação. É um ótimo cavalo para a lida no campo e se adequa bem às necessidades dos criadores de gado do Sul, que precisam de animais que percorram longas distâncias durante o frio.

Caxambu de marcha da raça Mangalarga Marchador em 2019. — Foto: Lucas Soares / G1

Carne de cavalo
O consumidor brasileiro não é um grande apreciador de carne de cavalo como os franceses, belgas e italianos, por exemplo. Por isso, esse mercado tem pouca relevância no país.

Mesmo assim, quatro propriedades nacionais fabricam carne de equídeos para exportação: duas na Bahia (BA), uma em Minas Gerais (MG) e uma no Rio Grande do Sul (RS), segundo dados do Serviço de Inspeção Federal (SIF) do Ministério da Agricultura.
Carne de cavalo — Foto: Rede Globo
Em 2020, o Brasil exportou 3 mil toneladas (US$ 7,9 milhões) de carne de equídeos. Até julho deste ano, o Brasil já vendeu ao mercado externo a mesma quantidade do que o ano passado inteiro, alcançando um valor até mais alto, de US$ 9,2 milhões.

Os principais destinos, em 2021, foram Hong Kong (54,1%), China (20,1%), e Rússia (14,5%).

FONTE: Por Paula Salati, G1 - 17/08/2021 06h00  Atualizado há 2 horas

segunda-feira, 9 de agosto de 2021

Mudanças recentes no clima causadas pelo homem não têm precedentes, aponta relatório da ONU

Influência humana é responsável por alta de 1,07°C na temperatura global, estima relatório do IPCC. Alta de 1,5°C a 2°C será vista neste século se não houver profunda redução nas emissões de gases de efeito estufa.

Fonte: Carolina Dantas, G1


Incêndio florestal na ilha de Evia, na Grécia, em 8 de agosto. Fogo está relacionado às mudanças climáticas, segundo especialistas. — Foto: Angelos Tzortzinis/AFP

Mudanças climáticas causadas pelos seres humanos são irrefutáveis, irreversíveis e levaram a um aumento de 1,07º na temperatura do planeta, aponta o mais recente relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês) publicado nesta segunda-feira (9).

É a primeira vez que o IPCC - um órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) - quantifica a responsabilidade das ações humanas no aumento da temperatura na Terra.

"Muitas das mudanças observadas no clima não têm precedentes em milhares, centenas de milhares de anos. Algumas das mudanças - como o aumento contínuo do nível do mar - são irreversíveis ao longo de centenas a milhares de anos", aponta o relatório.

A conclusão é um dos pontos do documento nomeado "Climate Change 2021: The Physical Science Basis", que apresenta ainda os seguintes destaques:

Papel da influência humana no aquecimento do planeta é inequívoco e inquestionável;

Mudanças recentes no clima não têm precedentes ao longo de séculos e até milhares de anos;

Todas as regiões do globo já são afetadas por eventos extremos como ondas de calor, chuvas fortes, secas e ciclones tropicais provocadas pelo aquecimento global;

Cada uma das últimas quatro décadas foi sucessivamente mais quente do que qualquer outra década que a precedeu desde 1850;

Temperatura vai continuar a subir até meados deste século em todos os cenários projetados para as emissões de gases de efeito estufa;

Aquecimento de 1,5°C a 2°C será ultrapassado ainda neste século se não houver forte e profunda redução nas emissões de CO² e outros gases de efeito estufa

Reduções fortes e sustentadas na emissão de dióxido de carbono (CO²) e outros gases de efeito estufa ainda podem limitar as mudanças climáticas;

Caso as reduções ocorram, ainda pode levar até 30 anos para que as temperaturas se estabilizem.

Os dados integram a primeira das três etapas do relatório do IPCC. As duas próximas publicações abordarão como lidar com o aquecimento e quais as estratégias para evitar um aumento ainda maior da temperatura.

No entanto, o texto desta segunda-feira deve ser o único divulgado antes da Conferência das Partes (COP26), prevista para novembro em Glasgow, na Escócia.

Aumento da temperatura global — Foto: Arte/G1

Meta de 1,5°C para barrar devastação

O relatório indica que o impacto da ação humana já está perto do limite de 1,5ºC de aumento da temperatura global que foi definido em 2015 durante a COP21, no Acordo de Paris. À época, os países presentes se comprometeram com algumas metas para conseguir barrar as mudanças do planeta, incluindo o Brasil, que diz querer atingir a neutralidade nas emissões de gases causadores do efeito estufa até 2060.

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A pesquisadora Mercedes Bustamante, professora da Universidade de Brasília (UnB) e uma das participantes do grupo de trabalho da terceira parte do relatório do IPCC, alerta que os dados exigem uma resposta urgente.

"1,07°C é a estimativa média entre 0,8ºC e 1,3ºC. O valor de 1,3ºC nos coloca bem próximos da meta de 1,5ºC do Acordo de Paris para 2100. Ou seja, a urgência é evidente para trabalhar nas causas do aquecimento", disse Bustamante.

A especialista diz que um ponto importante a destacar é que está mais quente "em sistemas terrestres (onde vive a população) do que nos oceanos, pois a água segura mais as variações de temperatura". A alta da temperatura total do planeta, com influência humana e com a variação do próprio sistema climático, é de 1,09ºC (variação de 0,95ºC a 1,20ºC).

Irrefutável

Nas primeiras páginas, o documento utiliza o adjetivo "inequívoca" para se referir à influência humana nas mudanças climáticas. A ciência já considera que as provas são irrefutáveis.

"É inequívoco que a influência humana aqueceu a atmosfera, o oceano e a terra. Ocorreram mudanças rápidas e generalizadas na atmosfera, no oceano, na criosfera e na biosfera" - IPCC.

Stela Herschmann, especialista em política climática do Observatório do Clima, explica que o documento "mudou a linguagem" e acrescentou esse grau de certeza, sem margem para "contestação".

"A gente não está mais discutindo se o homem foi um fator ou se é o um fator preponderante nas mudanças climáticas. Não se discute o 'se', mas o 'quanto'. É inequívoca a influência humana no clima da Terra e eles [IPCC] agora mostram quanto conseguem estimar em graus de temperatura", disse.

Ondas de calor pelo mundo — Foto: Elcio Horiuchi/G1


Perspectiva: 9 pontos do impacto

Abaixo, veja nove pontos do impacto do aumento da temperatura global na vida na Terra, segundo o relatório do IPCC:

A temperatura da superfície terrestre subiu mais rapidamente desde 1970 do que em qualquer outro período de 50 anos visto nos últimos 2 mil anos;

As ondas de calor se tornaram mais frequentes e mais intensas em quase todos os continentes do planeta desde 1950, enquanto frios extremos se tornaram menos frequentes e menos severos;

Nas últimas 4 décadas, houve um aumento da proporção de ciclones tropicais;

A influência humana aumentou a chance de eventos extremos desde 1950 e isso inclui a frequência da ocorrência de ondas de calor, secas em escala global, incidência de fogo e inundações.

Em 2019, a concentração de CO² na atmosfera era maior do que em qualquer outro momento nos últimos 2 milhões de anos e a concentração de metano e óxido nitroso era a maior em 800 mil anos;

As ondas de calor marítimas ficaram aproximadamente duas vezes mais frequentes desde 1980;

Entre 2011 e 2020, a área média de gelo no Ártico atingiu seu número mais baixo desde pelo menos 1850 e era, no final do verão, menor do que em qualquer época nos últimos mil anos;

O recuo das geleiras – com uma redução sincronizada em qualquer todas as geleiras do mundo desde os anos 50 — é sem precedentes pelo menos pelos últimos 2 mil anos;

O nível médio do mar aumentou mais rápido desde 1900 do que em qualquer século em pelo menos nos últimos 3 mil anos.

Evidências compiladas pelo IPCC

O IPCC foi criado em 1988 pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e pela Organização Meteorológica Mundial com o objetivo de sintetizar e divulgar o conhecimento mais avançado sobre as mudanças climáticas.

Em 2007, o IPCC e o ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore receberam o Prêmio Nobel da Paz por seu trabalho de difusão do conhecimento sobre o aquecimento climático e sobre as medidas necessárias para limitá-lo.

O Painel não produz pesquisa original, mas reúne, avalia e interpreta o conhecimento produzido por cientistas de alto nível - tanto os independentes quanto aqueles ligados a organizações e governos. O painel já produziu cinco grandes relatórios completos – o divulgado nesta segunda é uma parte do sexto.

O atual documento originalmente estava previsto para sair em abril, mas os trabalhos foram adiados pela pandemia de Covid-19. O texto tem 234 autores de 66 países; a pesquisadora Claudine Dereczynski, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é uma das colaboradoras.





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