quinta-feira, 21 de junho de 2012

Suspeito incrimina deputado em caso de morte de jornalista no MA

21/06/2012 - 21h39 - Folha
REYNALDO TUROLLO JR.
DE SÃO PAULO
Suspeito de ter matado o jornalista Décio Sá, em São Luís (MA), Jhonathan de Sousa Silva, 24, acusou o deputado estadual do Maranhão Raimundo Cutrim (PSD) de ter encomendado o crime.
A afirmação foi feita em depoimento à polícia concedido no último dia 9. O texto do depoimento foi divulgado na quarta-feira (20) em um blog de um jornalista local.
A Secretaria de Segurança Pública informou que vai investigar o vazamento e disse que não comentaria a acusação feita pelo suspeito porque o caso está sob sigilo, por determinação do secretário da pasta, Aluísio Mendes.
Cutrim concedeu entrevista pela manhã na Assembleia Legislativa do Estado e negou envolvimento no crime. O deputado, que é ex-secretário da Segurança Pública e atualmente compõe a base de apoio ao governo do Estado, colocou seus sigilos bancário, fiscal e telefônico à disposição da Justiça.
"Para mandar matar tem que ter uma motivação. Eu não tinha nenhum problema pessoal com ninguém. Isso é um negócio tão absurdo que ninguém em sã consciência pode acreditar num negócio desses", afirmou o deputado.
Silva, que segundo a Polícia Civil confessou ter atirado contra o jornalista, disse em depoimento que Júnior Bolinha, mandante com quem teve contato direto, afirmou que o crime fora encomendado por Cutrim, e que ele era "o principal mandante".
Júnior Bolinha é José Raimundo Chaves Jr., 34, preso no último dia 13 com outros cinco suspeitos --dois deles empresários suspeitos de praticar agiotagem.
Silva disse que faria o trabalho por R$ 100 mil --e que recebera apenas R$ 20 mil.
Ainda segundo o depoimento, o ex-subcomandante do Batalhão de Choque da PM, capitão Fábio Aurélio Saraiva Silva, também preso no dia 13, teria intermediado as negociações.
Décio Sá foi morto a tiros em um bar na avenida Litorânea, na capital maranhense, na noite de 23 de abril.
Repórter de política do jornal "O Estado do Maranhão", que pertence à família do presidente do Senado, José Sarney (PMDB), Sá mantinha havia cinco anos um dos blogs mais acessados do Estado.
Nele veiculava textos sobre crimes e cotidiano. Na política, alinhava-se a Sarney.
Segundo as investigações, um dos crimes divulgados por Sá foi cometido pelo grupo de agiotas preso no último dia 13. Na versão policial, as matérias do jornalista estavam atrapalhando os negócios da quadrilha.

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