14/06/2012 - 14h19 - Folha - Cotidiano
ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO
Luiz Camargo Wolfmann, o Luizão, um dos mais conhecidos diretores da Casa de Detenção de São Paulo, no Carandiru (zona norte de São Paulo), morreu na manhã desta quinta-feira.
Wolfmann foi diretor da Casa de Detenção entre 1980 e 1986. Nesse período, fez fama no sistema penitenciário do Brasil ao passar a utilizar o boxe para tentar amenizar os problemas naquele que foi o maior presídio da América Latina, palco do massacre de 111 detentos, em outubro de 1992, chegou a abrigar mais de 8.000 detentos e foi fechado em setembro de 2002.
"Era na troca de porrada, em cima do ringue, que eu conseguia amansar muito preso que me causava problema dentro da Detenção", dizia Luizão, que trabalhou 40 anos no sistema prisional do Estado.
"Quando eu morrer, não vai ter jeito, vão noticiar assim: 'Morreu o Luizão da Detenção, que trocava socos com os bandidos no ringue'. Ali eu sabia de muita coisa, desde quem passava drogas até quem planejava fugas", disse Wolfmann à Folha, em setembro de 2002, quando afirmou ser contra o fechamento da Casa de Detenção.
Um dos presos treinados por Wolfmann, Manoel Borges dos Santos, do Pavilhão 9, chegou a conquistar o título brasileiro de boxe de meio-pesado, na década de 80.
O corpo de Wolfmann será velado Funap (Fundação de Amparo ao Preso), das 16h de hoje até as 9h de amanhã, quando será levado para o Crematório da Vila Alpina (zona leste de São Paulo).
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