Tratamento da Psoríase
09/03/2013 - 05h04
Psoríase
terá novas opções de tratamento
MARIANA VERSOLATO
ENVIADA ESPECIAL A MIAMI
ENVIADA ESPECIAL A MIAMI
Os novos tratamentos para combater os sintomas da psoríase
estiveram no foco das atenções no encontro da Academia Americana de
Dermatologia, no início desta semana, em Miami (EUA).
A doença inflamatória crônica afeta de 1% a 3% da população
mundial. Estima-se que o Brasil tenha 3 milhões de pessoas com o problema.
A psoríase não é contagiosa, não tem causa conhecida e
caracteriza-se por manchas vermelhas, espessas e descamativas que geralmente
aparecem nos braços, nas pernas e no couro cabeludo.
Como não há cura, o objetivo dos tratamentos --cremes,
fototerapia, imunossupressores, corticoides e drogas biológicas-- é o controle
dos sintomas.
As novas drogas apresentadas no evento em Miami poderão se
converter em opções para os pacientes que não respondem aos tratamentos atuais
ou sofrem com efeitos colaterais graves.
Inflamação
Um dos novos medicamentos é o Apremilast, uma droga oral que
reduz a inflamação nas células da pele e das articulações.
No estudo de fase 3 (último antes da aprovação da droga),
com 844 pacientes, 59% dos voluntários tiveram melhora de 50% dos sintomas após
16 semanas, de acordo com uma avaliação de severidade e extensão da doença.
Uma melhora de 75% dos sintomas foi observada em 33% do
grupo que recebeu a droga, em comparação com 5% do grupo placebo. O remédio
deve ser aprovado nos EUA até o fim deste ano, segundo a fabricante, o
laboratório Celgene.
Os efeitos colaterais incluíram diarreia, náusea e infecção
do trato respiratório.
De acordo com o dermatologista Davi de Lacerda, que
participou do encontro nos EUA e não esteve envolvido no estudo, o remédio
poderia ser uma opção para quem tem a doença na forma mais grave e não pode
usar os remédios biológicos por seu alto custo, ou ainda para quem não obteve
respostas com outros tratamentos, como a fototerapia.
"Mas é uma droga nova, sobre a qual precisamos de mais
dados a longo prazo."
Outros estudos de fase 2 mostraram bons resultados com
drogas experimentais.
Uma delas é um anticorpo monoclonal, batizado por enquanto
de MK-3222, fabricado pela MSD e voltado a pacientes que têm psoríase moderada
e severa com formação de placas.
Os voluntários tratados com a dose mais alta do remédio, de
200 mg, tiveram taxas de respostas de até 74%.
Uma pesquisa em roedores mostrou ainda que injeções de
toxina botulínica melhoraram a aparência das lesões.
Para a dermatologista Denise Steiner, presidente da
Sociedade Brasileira de Dermatologia, a ampliação do leque de tratamentos será
benéfica pelo grande número de efeitos colaterais dos medicamentos disponíveis.
"Os imunossupressores, por exemplo, podem causar
problemas de fígado, rim e hipertensão."
Durante o congresso, foi lançado ainda um aplicativo para
celular direcionado aos médicos, o ADD Psoriasis App, para ajudar a
diagnosticar e tratar a doença.
O programa tem um "checklist", recomendações de
tratamento e acesso rápido a um guia sobre psoríase.
Editoria
de arte/Folhapress
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A jornalista MARIANA VERSOLATO viajou a Miami a convite da Celgene
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