O que o Governo do RJ vai falar sobre o desfecho da morte de Amarildo?
Caso Amarildo precisa de punição exemplar, para as
autoridades nunca mais usar força para reprimir movimentos populares.
02/10/2013 - 17h51
Após
indiciar PMs, delegado diz que Amarildo pode ter sido torturado em matagal
DIANA BRITO - DO RIO
O delegado Rivaldo Barbosa, titular da Divisão de Homicídios do
Rio de Janeiro, afirmou na tarde desta quarta-feira que tomou como base um
conjunto de provas testemunhais para indiciar os dez policiais militares por
tortura seguida de morte e ocultação de cadáver. Segundo ele, uma das hipóteses
é que Amarildo tenha sido torturado no matagal do parque ecológico no entorno
da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha, na zona sul carioca.
"Dentro do conteiner [da UPP] não existia marca de sangue.
Ele não foi torturado ali. Estamos convictos do que o inquérito apurou",
afirmou o delegado, em entrevista coletiva na Divisão de Homicídios, sem dar
mais detalhes.
Barbosa disse que o inquérito foi encerrado na terça-feira (30) na
delegacia com mais de 50 depoimentos. Agora, a polícia aguarda manifestação do
Ministério Público e decisão judicial.
Foram pedidas as prisões preventivas dos policiais por indícios de
ameaças às testemunhas. De acordo com a investigação, nenhum PM suspeito
confessou o crime. Eles negam envolvimento no desaparecimento do ajudante de
pedreiro.
Três pessoas que prestaram depoimentos contra os policiais foram
incluídas no programa nacional de proteção à testemunha.
Segundo os PMs, Amarildo foi levado para a sede da UPP, onde a
identidade dele teria sido averiguada. Depois, ele teria descido pela escadaria
lateral, depois de ser liberado, local onde a câmera de segurança não
funcionava.
Ainda naquela noite, após a abordagem, os mesmos policiais saíram
com a viatura da sede da UPP para abastecer no Batalhão de Choque, no centro do
Rio.
02/10/2013 - 16h57
Promotoria
apresentará 6ª denúncia contra PMs indiciados por morte de Amarildo
MARCO ANTÔNIO MARTINS - DO RIO
O Ministério Público do Rio de Janeiro deve apresentar até sexta
feira (4) a sexta denúncia contra os dez policiais militares indiciados sob
suspeita de tortura seguida de morte e ocultação de cadáver do ajudante de
pedreiro Amarildo de Souza, 43.
De acordo com o promotor Homero das Neves, depoimentos e provas
técnicas comprovam a participação dos policiais no desaparecimento do ajudante
de pedreiro no dia 14 de julho deste ano. "O Amarildo não desceu a escada
por onde os policiais dizem que ele passou", afirmou.
Segundo ele, três câmeras estavam instaladas próximo a sede da UPP
(Unidade de Polícia Pacificadora). Duas estavam queimadas, mas uma funcionava
normalmente e não registrou a passagem do pedreiro, ao contrário do que
disseram os policiais.
A investigação, feita pela Polícia Civil do Rio durou quase dois
meses. Entre os indiciados está o major Edson Santos, então comandante da UPP
da Rocinha. Dos demais indiciados, quatro são suspeitos de levar Amarildo até a
sede da UPP, em 14 de julho, e cinco estariam no local quando o ajudante de
pedreiro chegou.
Segundo a investigação, Amarildo foi abordado por 14 PMs em um bar
próximo à sua casa. Sem documentos, ele foi levado para a base da UPP por
quatro homens.
No local, ainda de acordo com o inquérito, o ajudante de pedreiro
foi forçado a contar onde estariam escondidas armas de traficantes.
O major Santos sempre negou essa versão. Diz que Amarildo foi
liberado em "cinco minutos".
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