TRANSPORTE ESCOLAR IRREGULAR EM JUNDIAÍ
11/09/2013 15h53 - Atualizado em 11/09/2013
21h36
Ciretran flagra irregularidades no transporte
escolar em Jundiaí
Mais de 2 mil crianças são transportadas sem cinto
de segurança.
Secretário da Educação diz que não há lei municipal de transporte escolar.
http://g1.globo.com/videos/sao-paulo/sorocaba-jundiai/tem-noticias-1edicao/t/edicoes/v/blitz-apreende-onibus-de-transporte-escolar-com-irregularidades-em-jundiai/2817066/
Flagrantes feitos pela Ciretran de Jundiaí(SP) revelaram situação precária no transporte escolar da cidade. Agentes do orgão fizeram uma blitz nesta quarta-feira (11) e apreenderam dois ônibus que levavam crianças de casa para a escola. Em um deles estavam 58 crianças, 16 a mais que o permitido. O ônibus transportava estudantes no bairro da Vila Hortolândia.
Flagrantes feitos pela Ciretran de Jundiaí(SP) revelaram situação precária no transporte escolar da cidade. Agentes do orgão fizeram uma blitz nesta quarta-feira (11) e apreenderam dois ônibus que levavam crianças de casa para a escola. Em um deles estavam 58 crianças, 16 a mais que o permitido. O ônibus transportava estudantes no bairro da Vila Hortolândia.
De acordo com a
delegada Lígia Bonito, foram encontradas diversas irregularidades nos veículos,
como ausência do limitador de abertura do vidro e pneus carecas. Segundo a
delegada, os ônibus não passaram por inspeção obrigatória como prevê a lei.
Segundo a
assessoria de imprensa da concessionária responsável pelo transporte urbano da
cidade, os ônibus que transportam as crianças são urbanos e não escolares, por
isso não constaram nos autos de vistoria da Ciretran.
A prefeitura alega
que a linha é especial e que os ônibus urbanos utilizados, de forma
emergencial, são para tansportar as crianças. Mas a Ciretran lembra que o
transporte escolar, mesmo que adaptado, deve seguir regras previstas em lei,
com todas as normas de segurança.
Em Jundiaí, esse
tansporte em linhas especiais é realizado em conjunto entre a Secretaria de
Educação que relaciona as escolas e os alunos e a Secretaria de Transportes que
requisita os ônibus para fazer o transporte dos 2,6 mil alunos de Jundiaí.
A reportagem da TV
TEM também flagrou diversas irregularidades dessas linhas especiais. Com uma
câmera escondida, a equipe de reportagem mostrou a falta de cumprimento das
leis. Uma delas, é a falta do cinto de segurança, que é obrigatório, de acordo
com o Código Nacional de Trânsito. Uma das monitoras do ônibus admitiu o
perigo. "É perigoso, mas eles não colocam", revela ela.
O instrutor de
trânsito, Adnilson de Oliveira, alerta que assim os alunos estão expostos a
muitos riscos. "As crianças são mais frágeis que os alunos. Se estiverem
com o cinto, estariam mais establizados e, no caso de qualquer acidente, uma
freada brusca, por exemplo, a criança não seria projetada para o chão ou até
mesmo contra outras crianças", explica ele.
Outro problema é
que os ônibus da chamada 'linha especial' não têm inscrição que deixe claro que
é transporte escolar, conforme determina a lei. Outras irregularidades são a
catraca no meio do corredor, comum aos ônibus urbanos, mas que representa
grande risco para as crianças e o número de portas, que são duas, o que está
fora do padrão.
O motorista de um
dos ônibus ainda revela outro problema, a superlotação. "Agora mesmo tem
dois, três sentados no mesmo banco", revela o motorista. A preocupação é
constante para as mães. "A gente não vê a hora de voltar para ver que tá
tudo bem", desabafa uma das mães.
O secretário
municipal de Transportes, Dinei Pasqualini, explica que as questões
burocráricas atrasam a legalização do transporte em curto prazo. "Temos
que percorrer caminhos naturais para a adequação do decreto de contrato de
concessão. Se não houver essa adequação, provocar uma nova licitação",
comenta ele. O que aconteceria apenas para o próximo ano.
O secretário de
Educação, Durval Orlato, explicou que há 10 anos o transporte é feito dessa
forma em Jundiaí, por falta de uma lei municipal. A prefeitura pediu um aumento
no número de ônibus nas linhas especiais para aumentar o número de assentos.
"Foram solicitados 15 a mais para melhorar o transporte esse ano. Porque
nós não tínhamos previsão de orçamento para reformular todo o transporte
escolar. É preciso prever em orçamento e isso está sendo feito para o ano que
vem", adianta ele.
As empresas foram
orientadas e devem ser notificadas, segundo o secretário, para que tentem
seguir ao máximo a legislação. "Nós não temos lei hoje que nos autorize a
ter ônibus pintados com cadeiras de tamanho especial. Precisamos do orçamento
para melhorar o transporte. E já estamos providenciando", relata ele.
Diante dessa
situação, o secretário admite que as crianças vão continuar sendo transportadas
nos veículos usados até que as mudanças sejam realizadas com uma nova
legislação. Enquanto isso, a concessionária responsável pelo transporte urbano
informou que os motoristas possuem o curso de condução de escolares previsto no
Conselho Nacional de Trânsito.
A Ciretran de
Jundiaí informou que vai intensificar a fiscalização nos ônibus que fazem o
transporte escolar na cidade.
A concessionária também informou, em nota, que os veículos vistoriados nesta quarta-feira na delegacia apresentaram pneus em bom estado e tacógrafo e, por causa disso, os dois ônibus foram liberados.
Catracas no meio do ônibus são um perigo para a segurança das crianças (Foto: Reprodução/TV TEM) |
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