R$ 120 milhões para pagar dividas trabalhista da VASP
Juiz
bloqueia R$ 120 mi de fundo usado por bancos
27/09/2013 - 03h00 – FOLHA
A Justiça do Trabalho bloqueou R$ 120 milhões do Fundo
Garantidor de Crédito que seriam destinados a pagar os correntistas do Banco
Rural.
Os recursos devem ser usados para pagar dívidas trabalhistas da
Vasp, segundo decisão do juiz Fabio Branda, da Vara da Vasp, que só cuida dos
interesses dos trabalhadores da antiga companhia de aviação.
O FGC é uma espécie de seguradora criada pelos bancos para
socorrer instituições em dificuldade e ressarcir clientes de bancos quebrados
até o limite de R$ 250 mil.
O fundo foi atingido porque o Rural quebrou em agosto e já havia
sido condenado pela Justiça por ter ajudado o empresário Wagner Canhedo,
ex-dono da Vasp, a esconder patrimônio que deveria ter sido usado para pagar
dívidas trabalhistas, quando já havia uma ação contra ele.
Em 2004, Canhedo pegou empréstimo no Rural, simulou pagar com
71.600 cabeças de gado, mas não entregou nada, segundo ação já julgada no STJ.
O valor da operação hoje é de R$ 120 milhões.
O advogado Carlos Duque Estrada, que defende os trabalhadores da
Vasp, diz que tentava há dois anos penhorar recursos do Rural para pagar a
dívida trabalhista, mas as contas do próprio banco estavam sempre zeradas.
Segundo ele, o "fundo pode ter ajudado o Rural a esconder
recursos". A Vasp, teve falência decretada em 2008 e deve cerca de R$ 1
bilhão a 4.200 funcionários.
Nenhum executivo do fundo foi localizado para comentar a
suspeita de que a instituição teria ajudado o Rural.
Em nota, o fundo disse que os recursos usados pela instituição
são próprios, ou seja, dos bancos. O FGC afirma ainda que vai recorrer da
decisão da Justiça trabalhista.
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