EUA mantêm plano de intervenção militar, apesar de promessa síria
10/09/2013 - 10h29 – UOL -
MUNDO
EUA mantêm
plano de intervenção militar, apesar de promessa síria
A Casa Branca informou nesta
terça-feira que os Estados Unidos mantêm seu plano de intervenção militar na
Síria, mesmo após o chanceler sírio, Walid al-Moualem, dizer que Damasco
aceitaria entregar o arsenal de armas químicas nas mãos do regime de Bashar al-Assad.
O
projeto foi apresentado pela Rússia, após o secretário de Estado americano,
John Kerry, dizer em uma entrevista coletiva que Assad poderia evitar um ataque
internacional entregando o arsenal químico, embora não acredite que o
mandatário fará isso.
Horas depois, o presidente
Barack Obama afirmou que a hipótese é algo "potencialmente positivo",
que poderá significar um "avanço". Como resultado, é provável que a
votação da autorização para um ataque à Síria, que deve ocorrer na quarta-feira
(11) no Senado norte-americano, seja adiada.
Em
entrevista coletiva, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, afirmou que Obama
continuará com o plano de uso da força, mesmo com o recuo sírio. "Nós
vemos isso [o recuo] com um potencial de avanço positivo e vemos isso como um
claro sinal da pressão sobre a Síria".
O
representante americano afirma que pretende verificar se o sinal sírio para a
retirada do arsenal é sério e que Obama continuará a tentar convencer os
parlamentares a votar a favor do ataque. O pronunciamento à população americana
também foi mantido.
Com
isso, o mandatário tentará convencer a opinião pública sobre a necessidade de
intervenção. A maioria dos deputados se diz contrário à ação armada, assim como
59% da população americana, segundo pesquisa divulgada na segunda (9) pela rede
de televisão CNN.
REINO
UNIDO
Além
dos Estados Unidos, o Reino Unido também encara com ceticismo a proposta russa
e a renúncia síria a seu arsenal de armas químicas. O primeiro-ministro
britânico, David Cameron, pediu que Moscou e Damasco mostrem que sua intenção
de entrega do armamento é verdadeira.
"Eles
têm uma responsabilidade muito grande para mostrar que essa iniciativa é séria
e legítima", disse o chefe de governo, em nota. "Isso [a proposta]
não pode ser o fim do processo. Nós precisamos nos manter bem atentos quanto ao
risco dessas táticas de dissuasão".
Para o
chanceler britânico, William Hague, é necessário colocar em uma resolução do
Conselho de Segurança da ONU uma ameaça de uma intervenção militar para impedir
que o regime sírio volte a cometer novos ataques contra sua população.
As
declarações são feitas após o chanceler sírio, Walid al-Moualem, defender a
entrega das armas proposta pelo chanceler russo, Sergei Lavrov, como uma forma
de "retirar os fundamentos para uma agressão norte-americana".
A
declaração dá um tom mais decisivo ao apoio demonstrado por Moualem na segunda
(9). Em encontro como chanceler russo, o representante sírio tinha afirmado que
a proposta era bem-vinda, mas precisava ser avaliada pelo governo de Damasco.
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