Justiça considera culpados quatro acusados de estupro coletivo na Índia
10/09/2013 - 08h00 - FOLHA
Justiça
considera culpados quatro acusados de estupro coletivo na Índia
A Justiça da Índia considerou culpados
quatro dos cinco acusados de fazer um estupro coletivo contra uma jovem de 23
anos dentro de um ônibus de Nova Déli, em dezembro. A vítima ficou gravemente
ferida e morreu após duas semanas de internação.
O caso causou forte comoção na Índia e
pressão popular para a mudança das leis que punem a violência contra a mulher.
O veredicto é divulgado após o quinto acusado, que tinha 17 anos na época do
crime, também ser considerado culpado e condenado a três anos de medidas socioeducativas.
Harish Tyagi/Efe
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Ativistas colocam máscaras para pedir
enforcamento de suspeitos de estupro coletivo de jovem em Nova Déli
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Segundo o juiz Yogesh Khanna, do
tribunal especial criado para avaliar o estupro coletivo, os quatro foram
condenados por estupro, homicídio doloso e obstrução de Justiça, por ocultarem
provas. A pena dos suspeitos ainda não foi divulgada, mas eles podem ser
condenados à morte.
O advogado do réu Mukesh Singh, que
dirigia o ônibus no momento do estupro, vai recorrer da decisão. Para V.K.
Anand, o suspeito não sabia o que estava acontecendo dentro do veículo. Os
outros acusados são Vinay Sharma, Akshay Thakur e Pawan Gupta. Um sexto
suspeito se suicidou na prisão.
Assim como nas outras audiências do
caso, os réus foram levados à sala com forte esquema de segurança. Os pais da
vítima, que pediram a pena de morte para os acusados em várias ocasiões,
escutaram o veredicto a poucos metros do magistrado e com "lágrimas nos
olhos", segundo testemunhas presentes na sala.
A vítima, uma estudante de
fisioterapia, retornava com um amigo do cinema no dia 16 de dezembro do ano
passado e foi estuprada e torturada pelos seis homens após entrar em um ônibus
em Nova Déli. A jovem morreu 13 dias depois em um hospital de Cingapura.
O ataque gerou uma onda de protestos no
país asiático e levou a um profundo debate sobre a discriminação e a violência
que as mulheres sofrem no país. Diante da magnitude dos protestos, o governo
foi forçado a modificar a legislação, endurecendo as penas, e criar uma corte
especial para julgar casos de estupro.
Os manifestantes acusaram à polícia de
omissão nos casos de violência sexual e os tribunais de não condenarem os
estupradores. Desde então, uma série de casos começaram a ser revelados pela
imprensa indiana, tendo repercussão em meios de comunicação internacional.
Essas denúncias afetaram o turismo na
Índia, segundo dados oficiais e das agências de turismo.
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