sábado, 21 de julho de 2012

Após morte de publicitário, PM treina abordagem frontal em São Paulo

Agência Estado 

Manobra não fazia parte do conjunto de situações práticas treinadas pela polícia. Morte de Ricardo Prudente de Aquino, de 39 anos, exigiu novos treinamentos


A abordagem frontal de carros suspeitos não fazia parte, até sexta-feira (20), do conjunto de situações práticas treinadas pela Polícia Militar de São Paulo. Só agora, após a morte do publicitário Ricardo Prudente de Aquino, de 39 anos, baleado por PMs que o abordaram de frente, na noite de quarta-feira (18), no Alto de Pinheiros, zona oeste, esse tipo de situação está sendo estudada e será treinada por todos os batalhões da região metropolitana.
Oito policiais passaram a tarde de ontem simulando formas corretas de ação em carros como o do publicitário, com a viatura da polícia abordando veículos suspeitos pela frente. O treino foi no Quartel General da PM, no Bom Retiro, região central.
Futura Press
Carro de publicitário morto por policiais militares durante abordagem frontal, em São Paulo














Policiais que participaram da encenação chegaram a usar um escudo da Força Tática para se aproximar do suspeito. Outro policial, sem farda, manteve um celular na mão o tempo todo - policiais que atiraram no publicitário disseram ter confundido celular com arma.
O homem foi convencido a sair do veículo. Depois, foi imobilizado e revistado, assim como o carro. O procedimento foi todo gravado e será repassado para todos os batalhões da cidade.]
Abordagem
O coronel Marcos Roberto Chaves, comandante do Comando de Policiamento da Capital, diz que o procedimento esperado dos policiais quando param um carro suspeito é estacionar a viatura atrás do carro. Se a viatura fechar o carro suspeito, tendo de fazer uma abordagem frontal, o treinamento determina que os PMs esperem a chegada de outra viatura por trás. A abordagem seria feita por este outro carro.
"Por incrível que pareça, a abordagem pela frente até acontece, já aconteceu. Mas foi em circunstância que o agressor não fugiu", disse ele, ao justificar a falta de modelos de ação para a abordagem de frente.
"Nesse caso em particular (de Pinheiros), por qualquer motivo, a abordagem foi feita ao contrário. Então gera um estresse, porque ele (o PM) está de frente para o agressor e não sabe do que se trata - porque, se (o suspeito) fugiu, tem algum motivo para isso. E, nesse momento, o policial tem de saber qual é a melhor técnica de abordagem sem que tenha de fazer uso da arma."
O coronel disse acreditar que a falta desse treinamento específico, o fato de estar de noite e de as luzes do carro de Aquino atrapalharem a visão dos policiais contribuíram para o desfecho trágico. "Tudo isso influenciou. Quando o policial está sob adrenalina, embora ele seja muito treinado, pode ficar em uma situação em que não sabe o que fazer. E ele não pode improvisar, tem de agir sob as técnicas." Por isso, disse ele, será feito esse novo treinamento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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