HOMILIA DOMINICAL
2 DE NOVEMBRO DE 2025
DOMINGO, COMEMORAÇÃO DE TODOS OS FIEIS DEFUNTOS

Leitura do Dia

Primeira Leitura
Leitura do Livro de Jó - 19,1.23-27a

Jó tomou a palavra e disse:
"Gostaria que minhas palavras fossem escritas e gravadas numa inscrição com ponteiro de ferro e com chumbo, cravadas na rocha para sempre!
Eu sei que o meu redentor está vivo e que, por último, se levantará sobre o pó; e depois que tiverem destruído esta minha pele, na minha carne, verei a Deus.
Eu mesmo o verei, meus olhos o contemplarão, e não os olhos de outros".

Segunda Leitura
Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios - 15,20-24a.25-28

Irmãos:
Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram.
Com efeito, por um homem veio a morte e é também por um homem que vem a ressurreição dos mortos.
Como em Adão todos morrem, assim também em Cristo todos reviverão.
Porém, cada qual segundo uma ordem determinada:
Em primeiro lugar, Cristo, como primícias; depois, os que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda.
A seguir, será o fim, quando ele entregar a realeza a Deus-Pai.
Pois é preciso que ele reine até que todos os seus inimigos estejam debaixo de seus pés.
O último inimigo a ser destruído é a morte.
Com efeito, "Deus pôs tudo debaixo de seus pés".
Mas, quando ele disser: "Tudo está submetido", é claro que estará excluído dessa submissão aquele que submeteu tudo a Cristo.
E, quando todas as coisas estiverem submetidas a ele, então o próprio Filho se submeterá àquele que lhe submeteu todas as coisas, para que Deus seja tudo em todos.

Evangelho do Dia 
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas - 12,35-40

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos:
Que vossos rins estejam cingidos e as lâmpadas acesas.
Sede como homens que estão esperando seu senhor voltar de uma festa de casamento, para lhe abrir, imediatamente, a porta, logo que ele chegar e bater.
Felizes os empregados que o senhor encontrar acordados quando chegar.
Em verdade eu vos digo:
Ele mesmo vai cingir-se, fazê-los sentar-se à mesa e, passando, os servirá.
E caso ele chegue à meia-noite ou às três da madrugada, felizes serão, se assim os encontrar!
Mas ficai certos: se o dono da casa soubesse a hora em que o ladrão iria chegar, não deixaria que arrombasse a sua casa.
Vós também, ficai preparados!
Porque o Filho do Homem vai chegar na hora em que menos o esperardes".

UM BOM E SANTO DOMINGO A TODOS.

 NOTÍCIAS EM DESTAQUE 
VATICANO
PAPA LEÃO XIV

O Papa: educar é promover a dignidade, justiça e confiança num mundo em conflito

A Carta Apostólica "Desenhar novos mapas de esperança" foi publicada nesta terça-feira, 28 de outubro, por ocasião do 60° aniversário da Declaração Conciliar "Gravissimum Educationis", documento que Leão XIV relança e integra aos desafios atuais. Reitera a necessidade da formação integral da pessoa, irredutível a um algoritmo, e destaca a família como o principal lugar da educação. Incentivado o trabalho em rede.

Antonella Palermo – Vatican News

Considerando os milhões de crianças em todo o mundo ainda sem acesso à educação primária e as dramáticas emergências educacionais causadas por guerras, migrações, desigualdades e diversas formas de pobreza, como a educação cristã é interpelada? Estas são apenas algumas das questões que o Papa Leão XIV aborda em sua Carta Apostólica "Desenhar novos mapas de esperança", assinada na segunda-feira, 27 de outubro, e divulgada nesta terça-feira, 28, por ocasião do 60º aniversário da Declaração Conciliar Gravissimum Educationis. Um texto, enfatiza Leão XIV, que, no atual ambiente educacional complexo, fragmentado e digitalizado, "não perdeu sua força" e, de fato, mostra "resiliência surpreendente".

"Essa mensagem que impele as comunidades educativas a construir pontes para oferecer, com criatividade, formação profissional e cívica nas escolas e universidades é, de fato, mais válida e urgente hoje do que nunca", afirma o Papa. A direção a seguir é, portanto, aquela já indicada no documento do Vaticano II, que deu origem a uma constelação de obras e carismas, um precioso patrimônio espiritual e pedagógico.

Carismas educativos não são fórmulas rígidas

É impressionante o dinamismo que permeia a Carta de Leão XIV, que convida a usar sempre os carismas educativos como resposta "original" às necessidades de cada época. Citando Santo Agostinho — que compreendeu que o mestre autêntico inspira o desejo da verdade, educa para a liberdade de ler os sinais e escutar a voz interior, o Pontífice menciona a contribuição que amadureceu neste campo ao longo dos séculos: do Monaquismo, capaz de levar adiante esta tradição mesmo nos lugares mais remotos, à obra das Ordens Mendicantes e à Ratio Studiorum, que fundiu as vertentes da escolástica e da espiritualidade inaciana. Recorda, em seguida, a experiência de São José de Calasanz com as escolas gratuitas para os pobres; a de São João Batista de La Salle, com a sua atenção aos filhos dos camponeses e dos operários, aos quais se dedicariam os Irmãos das Escolas Cristãs; e, ainda, o compromisso de São Marcelino Champagnat com a superação de toda discriminação na educação; e o compromisso histórico de São João Bosco com seu "método preventivo". O Papa não deixa de mencionar a coragem de muitas mulheres que, ele lembra, abriram portas para meninas, migrantes e os últimos: Vicenza Maria López y Vicuña, Francesca Cabrini, Josefina Bakhita, Maria Montessori, Katharine Drexel e Elizabeth Ann Seton.

A educação cristã é um trabalho conjunto

O Papa faz questão de enfatizar a importância do "nós", reiterando que "ninguém educa sozinho": na comunidade educativa, o professor, o aluno, a família, quem trabalha na administração e serviço geral, pastores e sociedade civil convergem para gerar vida. A retomada do pensamento de São João Newman – que, justamente no contexto do Jubileu do Mundo Educativo, foi declarado co-padroeiro junto com Santo Tomás de Aquino – é particularmente pertinente aqui, explica o Papa, "para convidar a renovar o compromisso com um conhecimento tão intelectualmente responsável e rigoroso quanto profundamente humano". Destacando a vitalidade que precisa ser fomentada nos ambientes educativos, ele afirma que devemos "sair do superficial, recuperando uma visão empática e aberta". E acrescenta:

O desejo e o coração não devem ser separados do conhecimento: isso significaria quebrar a pessoa. A universidade e a escola católica são lugares onde as perguntas não são silenciadas e a dúvida não é banida, mas sim acompanhada.

Educar é uma tarefa de amor, recorda o Sucessor de Pedro, falando do ensino como "uma profissão de promessas", pois promete tempo, confiança, competência, justiça, misericórdia, a coragem da verdade e o bálsamo da consolação.

A pessoa não pode ser reduzida a um algoritmo

Em sua Carta Apostólica, Leão XIV reitera o conceito central contido no documento conciliar, que alerta contra toda redução da educação a "treinamento funcional ou instrumento econômico". Ele reitera que "uma pessoa não é um 'perfil de competências', não se reduz a um algoritmo previsível, mas é um rosto, uma história, uma vocação". Ele insiste:

A educação não mede seu valor apenas pelo eixo da eficiência: ela o mede pela dignidade, pela justiça e pela capacidade de servir ao bem comum.

Reconstruir a confiança num mundo de conflito

Seguindo uma visão que não quer ser meramente nostálgica, mas uma profunda conexão com o presente, o texto do Papa Leão usa a metáfora das estrelas no firmamento para expressar que os princípios mencionados são "estrelas fixas" e "dizem que a verdade se busca em conjunto; que a liberdade não é um capricho, mas uma resposta; que a autoridade não é dominação, mas serviço". Daí a reafirmação de não construir muros, de educar para o mundo e para a concórdia entre indivíduos e povos:

A educação católica tem a tarefa de reconstruir a confiança num mundo marcado por conflitos e pelo medo, lembrando que somos filhos, não órfãos: dessa consciência nasce a fraternidade.

Entrelaçar fé, cultura e vida

A ênfase na centralidade da pessoa na educação — como o Papa Francisco também enfatizou na Jornada Mundial da Juventude em Lisboa — leva o Pontífice a uma lembrança pessoal que o remete à sua missão no Peru, à "querida Diocese de Chiclayo". Ele relata uma visita à Universidade Católica de São Toríbio de Mogrovejo, onde tranquilizou a comunidade acadêmica: "Não se nasce profissionais", disse ele na época, "todo percurso universitário se constrói passo por passo, livro por livro, ano por ano, sacrifício após sacrifício". Volta novamente o modo de conceber as escolas católicas, por um lado, e o corpo docente, por outro, reconhecendo que as atualizações técnicas por si só não bastam para acompanhar os tempos, mas sempre é necessário o discernimento:

As escolas católicas são ambientes onde fé, cultura e vida se entrelaçam. Não são simplesmente instituições, mas ambientes vivos onde a visão cristã permeia cada disciplina e cada interação. Os educadores são chamados a uma responsabilidade que vai além do contrato de trabalho: seu testemunho é tão valioso quanto suas aulas. Portanto, a formação de professores — científica, pedagógica, cultural e espiritual — é crucial.

Formar rede: a família continua sendo o principal lugar da educação

A expressão "aliança educativa", recorrente em toda a Carta, é emblemática para ressaltar que a família não pode ser substituída por outras instâncias educativas: trata-se de colaboração e da consciência de que a prioridade da educação reside neste núcleo. Escuta, intencionalidade e responsabilidade compartilhada são necessárias: "É esforço e bênção: quando funciona, inspira confiança; quando falta, tudo se torna mais frágil". Além disso, o próprio Concílio coloca essa responsabilidade dos pais na base de uma educação saudável. Se o mundo está interligado, a educação também deve estar, promovendo a participação em todos os níveis e abandonando as rivalidades, herança do passado, e unindo todos os esforços para uma convergência saudável e frutífera entre escolas paroquias e colégios, universidades e institutos superiores, centros de formação profissional, movimentos, plataformas digitais, iniciativas de aprendizagem-serviço e pastoral escolar, universitária e cultural. O que conta, segundo a visão do Papa Leão, é coordenar a pluralidade de carismas para compor uma estrutura "coerente e frutífera", aproveitando ao máximo as diferenças metodológicas e estruturais, que devem ser consideradas recursos, não fardos.
O futuro exige que aprendamos a colaborar mais, a crescer juntos.

A educação católica une a justiça social e ambiental

O objetivo do qual não devemos nos desviar é a formação integral da pessoa, na qual a fé seja considerada não "uma matéria a mais", mas "o sopro que oxigena todas as outras matérias". Somente assim, especifica a Carta, a educação católica pode se tornar o "fermento" para um humanismo integral que aborde as questões do nosso tempo. E o nosso tempo, infelizmente, marcado em muitas partes pela guerra, exige precisamente uma educação para a paz, que não é a ausência de conflito, mas "uma força suave que rejeita a violência. Uma educação para a paz 'desarmada e desarmante' ensina a depor as armas da palavra agressiva e do olhar crítico, para aprender — enfatiza o Bispo de Roma — a linguagem da misericórdia e da justiça reconciliada".

Esquecer a nossa humanidade comum gerou divisões e violência; e quando a Terra sofre, os pobres sofrem ainda mais. A educação católica não pode ficar calada: deve unir justiça social e justiça ambiental, promover a sobriedade e estilos de vida sustentáveis ​​e formar consciências capazes de escolher não apenas o que é conveniente, mas também o que é certo.

As tecnologias devem servir à pessoa, não substituí-la

Enquanto Leão XIV, novamente inspirando-se no Vaticano II, alerta para o risco de "subordinar a educação ao mercado de trabalho e à lógica muitas vezes rígida e desumana das finanças", em relação à tecnologia, ele envia uma mensagem clara:

Deve enriquecer o processo de aprendizagem, não empobrecer relações e comunidades. Uma universidade e escola católicas sem visão correm o risco de uma eficiência sem alma, de uma padronização do conhecimento, que se torna empobrecimento espiritual.

Em particular, o Papa afirma que "nenhum algoritmo pode substituir o que torna humana a educação: a poesia, a ironia, o amor, a arte, a imaginação, a alegria da descoberta e até mesmo a educação ao erro como oportunidade de crescimento". E acrescenta, entrando no cerne do debate público contemporâneo, que "a inteligência artificial e os ambientes digitais devem ser orientados para a proteção da dignidade, da justiça e do trabalho; devem ser regidos por critérios de ética pública e participação; devem ser acompanhados por uma reflexão teológica e filosófica adequada".

Menos cátedra e mais mesas onde se sentar juntos, sem hierarquias inúteis

Seguindo o legado profético do Papa Francisco, com a Carta "Traçar novos mapas de esperança", o Papa Leão acrescenta três prioridades aos sete percursos já delineados por seu antecessor no Pacto Educativo Global:

A primeira diz respeito à vida interior: os jovens exigem profundidade; são necessários espaços de silêncio, discernimento e diálogo com a consciência e com Deus. A segunda diz respeito ao digital humano: educamos para o uso sábio da tecnologia e da IA, colocando a pessoa à frente do algoritmo e harmonizando a inteligência técnica, emocional, social, espiritual e ecológica. A terceira diz respeito à paz desarmada e desarmante: educamos para linguagens não violentas, reconciliação, pontes, não muros; "Bem-aventurados os que promovem a paz" (Mt 5,9) torna-se o método e o conteúdo da aprendizagem.

Menos oposições estéreis, mais sinfonia do Espírito

O pedido final da Carta é para desarmar as palavras, elevar o olhar e proteger o coração. O mandato à comunidade educativa, no entanto, não ignora os desafios: "a hiperdigitalização pode destruir a atenção; a crise das relações pode ferir a psique; a insegurança social e a desigualdade podem apagar o desejo". Precisamente neste contexto atual, são necessárias "qualidade e coragem", a serem praticadas em vista de uma inclusão cada vez maior, que não seja indiferente à pobreza e à fragilidade, porque, sublinha o Papa, "a gratuidade evangélica não é retórica: é um estilo de relação, um método e um objetivo". Se assim não fosse, se perderiam os pobres, mas:
Perder os pobres equivale a perder a própria escola.

NOTÍCIAS EM DESTAQUE
VAMOS VIVER A VIDA MAIS DEVAGAR
COM CERTEZA SEREMOS MELHORES E MAIS PRODUTIVOS

É um convite valioso para uma vida mais leve, consciente e significativa. A busca por desacelerar, também conhecida como slow living, é uma resposta ao ritmo frenético do mundo moderno e visa simplificar e valorizar os momentos do dia a dia. 

Benefícios de viver mais devagar

Redução do estresse e da ansiedade: A correria constante pode sobrecarregar o corpo e a mente, elevando os níveis de estresse e prejudicando a saúde mental. Reduzir o ritmo permite que o sistema nervoso se acalme.

Aumento da produtividade e criatividade: Desacelerar não significa ser improdutivo. Pelo contrário, dar pausas e espaço para o ócio criativo ajuda a organizar os pensamentos, a ter insights e a focar no que realmente importa, melhorando o resultado final do trabalho.

Melhora no bem-estar e na saúde: Viver devagar promove uma melhor qualidade de vida. Pessoas que adotam esse estilo de vida tendem a ter mais tempo para se conectar com a natureza, dormir melhor e praticar atividades que nutrem o corpo e a mente.

Conexão com o presente: A prática do mindfulness (atenção plena) é central no slow living. Estar mais presente no "aqui e agora" ajuda a apreciar os detalhes e a encontrar satisfação nas coisas mais simples. 

Dicas para desacelerar

Priorize o autocuidado: Reserve alguns minutos do seu dia para atividades que lhe dão prazer, como meditar, fazer exercícios de respiração, alongar ou praticar yoga.

Desconecte-se: Diminua a exposição a estímulos tecnológicos, como redes sociais e telas, especialmente antes de dormir. Limitar a internet e as redes sociais ajuda a aquietar a mente.

Valorize as pequenas coisas: Em vez de fazer várias tarefas ao mesmo tempo, foque em uma por vez. Cozinhe um prato novo com atenção plena, leia um livro tranquilamente ou faça um passeio cultural sem pressa.

Reconecte-se com a natureza: Passar tempo ao ar livre, em parques ou áreas verdes, ajuda a aliviar a tensão e a se reconectar com o ritmo natural da vida.

Reavalie suas prioridades: Questione a necessidade de estar sempre ocupado. Reconheça que a pressão social para ser constantemente produtivo não leva à felicidade, mas sim ao esgotamento.

Pratique o silêncio: Tire um tempo para ficar em silêncio e apenas observar seus pensamentos e o seu corpo, sem julgamentos. A meditação guiada é uma ótima ferramenta para isso.

NOTÍCIAS EM DESTAQUE 
ITATIBA
CRIMINOSOS INVADEM SITIOS MATAM E DESOSSAM VACAS E FOGEM COM CARNE NO MORRO AZUL

Propriedades rurais são vizinhas, no bairro Morro Azul, em Itatiba (SP). Polícia suspeita que criminosos tenham alguma ligação com o comércio ilegal de carne.

Por g1 Sorocaba e Jundiaí - 27/10/2025 13h50  Atualizado há 13 horas

Criminosos invadiram dois sítios no bairro Morro Azul, em Itatiba (SP), mataram e desossaram ao menos seis vacas e fugiram com a carne, na sexta-feira (24).

A polícia suspeita que esses criminosos tenham alguma ligação com o comércio ilegal de carne.

Ao g1, uma testemunha que frequenta o bairro disse que não é a primeira vez que a região sofre esse tipo de ataque.

O caso foi registrado na delegacia de Itatiba, e a polícia busca identificar quem foram os responsáveis pelo crime.


 NOTÍCIAS EM DESTAQUE
FURACÃO MELISSA AMEAÇA A JAMAICA
VENTOS DE 280 KM/H E 3 MORTES

Furacão Melissa ganha força e ameaça Jamaica com ventos 'catastróficos' de 280 km/h; 3 morrem no país

Fenômeno natural classificado como 'extremamente perigoso' deve tocar o solo na Jamaica na manhã desta terça (28) e, horas depois, em Cuba. Ao todo, sete mortes na região do Caribe são atribuídas ao furacão.

Por Redação g1 - 28/10/2025 06h30  Atualizado há 3 minutos

O furacão Melissa deve tocar o solo na Jamaica nesta terça-feira (28) como uma tempestade catastrófica de categoria 5 e será a mais forte a atingir a ilha desde o início dos registros, há 174 anos. Três pessoas já morreram no país por conta de tempestades prévias à chegada do furacão.

A previsão é de que o furacão Melissa toque o solo jamaicano na manhã desta terça e atravesse a ilha na diagonal, entrando na região de Santa Isabel, no sudeste, e saindo pela região de Santa Ana, no norte, segundo meteorologistas. Poucas horas depois, o furacão deve atingir Cuba.

O fenômeno ganhou força nas últimas horas e atingiu ventos "catastróficos" de 280 km/h, afirmou o Centro Nacional de Furacões (NHC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos em boletim divulgado às 6h do horário de Brasília.

O furacão é caracterizado como "extremamente perigoso" e vai gerar consequências que ameaçam a vida, como inundações repentinas e um aumento do nível do mar de até quatro metros em algumas partes da ilha, segundo o NHC.

O governo jamaicano preparou o país para receber o furacão Melissa, emitiu ordens de evacuação obrigatória para diversas regiões do país e alertou para danos catastróficos na ilha. Cuba também já começou a evacuar parte de sua população.

Às 6h de Brasília desta terça, o furacão Melissa estava localizada a cerca de 180 quilômetros da capital jamaicana Kingston e a aproximadamente 465 quilômetros a sudoeste de Guantánamo, em Cuba, e avança a uma velocidade de 8 km/h, segundo NHC.

"Não existe infraestrutura na região capaz de suportar um furacão de categoria 5. A questão agora é a velocidade de recuperação. Esse é o desafio", disse o primeiro-ministro Andrew Holness.

Deslizamentos de terra, quedas de árvores e numerosos apagões foram registrados antes mesmo da chegada da tempestade, e autoridades na Jamaica alertaram que a limpeza e a avaliação dos danos serão lentas.

Uma maré de tempestade com risco para a vida, de até 4 metros de altura, é esperada no sul da Jamaica, e autoridades estão preocupadas com o impacto em alguns hospitais na costa. O ministro da Saúde, Christopher Tufton, disse que alguns pacientes foram transferidos do térreo para o segundo andar, “e (nós) esperamos que isso seja suficiente para qualquer elevação do nível do mar que vier a ocorrer”.

A tempestade já foi responsável por causar um total de sete mortes no Caribe, incluindo três na Jamaica, três no Haiti e uma na República Dominicana, onde outra pessoa segue desaparecida.

Jamaica se prepara para danos catastróficos

Na manhã de terça-feira, Melissa estava localizada a cerca de 180 quilômetros a oeste-sudoeste de Kingston e a aproximadamente 465 quilômetros a sudoeste de Guantánamo, Cuba. O sistema registrava ventos máximos sustentados de 280 km/h e avançava para o norte-nordeste a 8 km/h, segundo o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos, em Miami.

“Vamos superar isso juntos”, disse Evan Thompson, diretor principal do serviço meteorológico da Jamaica.

Colin Bogle, assessor da Mercy Corps que atua próximo a Kingston, disse que a maioria das famílias está se abrigando em casa apesar das ordens de evacuação emitidas pelo governo para comunidades em áreas sujeitas a inundações.

“Muitos nunca passaram por nada parecido, e a incerteza é assustadora”, disse ele. “Há um medo profundo de perder casas e meios de subsistência, de se ferir e de ficar deslocado.”

Matthew Samuda, ministro de Recursos Hídricos e Meio Ambiente da Jamaica, disse que tinha mais de 50 geradores prontos para serem deslocados após a tempestade, mas alertou para que as pessoas reservem água potável e a utilizem com moderação.

“Cada gota vai contar”, disse ele.

Melissa mira Cuba

Melissa também deve tocar o solo no leste de Cuba ainda na noite de terça-feira como um furacão poderoso.

Um alerta de furacão estava em vigor para as províncias de Granma, Santiago de Cuba, Guantánamo e Holguín, enquanto um alerta de tempestade tropical estava em vigor para Las Tunas. Estão previstos até 51 centímetros de chuva em partes de Cuba, além de uma forte maré de tempestade ao longo da costa.

Autoridades cubanas disseram na segunda-feira que estavam evacuando mais de 600 mil pessoas da região, incluindo Santiago, a segunda maior cidade da ilha.

Melissa também já provocou fortes chuvas nas regiões sul do Haiti e da República Dominicana, e um alerta de tempestade tropical ainda está em vigor para o Haiti.

A previsão indica que o furacão deve virar para nordeste após passar por Cuba e atingir o sudeste das Bahamas até a noite de quarta-feira.

Um alerta de furacão estava em vigor para as Bahamas centrais e sudeste, e um alerta de tempestade tropical foi emitido para Turks e Caicos.

 NOTÍCIAS EM DESTAQUE
CRATERA FORMADA POR METEORO EM SÃO PAULO
CRATERA DE COLONIA

Existe uma cratera de impacto na cidade de São Paulo, na zona sul: a Cratera de Colônia. Ela foi formada pela queda de um corpo celeste (meteoro ou cometa) há milhões de anos. 

Características da Cratera de Colônia:

Localização: Fica no distrito de Parelheiros, próximo ao bairro de Colônia.

Dimensões: Tem cerca de 3,6 km de diâmetro e aproximadamente 400 m de profundidade.

Descoberta: A cratera só foi identificada na década de 1960 por meio de fotos aéreas e imagens de satélite, devido ao seu formato circular.

Desenvolvimento: A área interna da cratera abriga atualmente o bairro Vargem Grande.

Importância: É uma das poucas crateras de impacto confirmadas no Brasil e um objeto de estudo científico para compreender a história da Mata Atlântica e a variabilidade climática. A região é protegida pelo Parque Natural Municipal da Cratera de Colônia.

Como é morar no bairro de SP que cresceu dentro de uma enorme cratera formada pelo impacto de corpo celeste há milhares de anos

Localizado no extremo sul da capital, o bairro Vargem Grande, no distrito de Parelheiros, tem sido estudado há 60 anos por ter se desenvolvido em uma cratera de impacto, nome dado para toda área aberta por meteoro ou cometa na Terra. Formação geológica recebeu o nome de cratera de Colônia.

Bem no extremo sul de São Paulo, a cerca de 40 quilômetros da Praça da Sé, o marco zero da capital, está o distrito de Parelheiros. Com pouco mais de 130 mil moradores, o local é considerado patrimônio ambiental pela prefeitura devido aos recursos naturais nele encontrados, como nascentes de água e remanescentes da Mata Atlântica.

Mas o distrito também contempla, no bairro Vargem Grande, uma formação geológica que fez com que a área fosse tombada em 2003 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat) e declarada Monumento Geológico pelo Conselho Estadual de Monumentos Geológicos do Estado de São Paulo, em 2009.

Essa formação se trata da cratera de Colônia, que ganhou esse nome por conta do bairro vizinho, uma colônia de alemães (leia mais abaixo), um relevo de depressão em formato circular com 3,6 quilômetros de diâmetro, 400 metros de profundidade e uma borda de 120 metros. Ela foi descoberta acidentalmente no início da década de 60 a partir de fotos aéreas e depois por imagens de satélite.

Pesquisas, então, foram feitas nos últimos 60 anos e apontaram que a área era uma cratera que se formou pelo impacto de um corpo celeste na Terra entre 5 e 36 milhões de anos atrás. O corpo celeste em questão, segundo pesquisadores, pode ser um meteoro ou cometa.

Em 2021, uma nova pesquisa feita pelo geólogo e professor da USP Victor Velázquez, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), trouxe mais evidências sobre o impacto de um corpo celeste que saiu de algum ponto do sistema solar, atravessou a atmosfera terrestre e se chocou com o solo em alta velocidade, formando a cratera (leia mais abaixo).

A cratera de Colônia, considerada cratera de impacto — nome dado para toda área aberta por corpo celeste na Terra—, foi catalogada no Banco de Dados de Impacto Terrestre, o Earth Impact Database, mantido pelo Centro de Ciências Planetárias e Espaciais na Universidade de New Brunswick, no Canadá.

Essa base de dados contém a relação completa das 190 estruturas de impacto confirmadas em todo o mundo. Apenas duas são ocupadas por moradores: a cratera de Colônia, no Brasil, e a de Ries, no extremo sul da Alemanha. Ao todo, o Brasil tem 8 crateras desse tipo (veja lista completa abaixo).

A reportagem do g1 esteve na cratera de Colônia, conversou com moradores e percorreu as ruas do bairro, além da área onde está sendo implantado o Parque Nacional Cratera de Colônia.

Um bairro dentro de uma cratera

Assim que você vai se aproximando do bairro Vargem Grande, em Parelheiros, é possível notar a diferença do local se compararmos com bairros do grande centro de São Paulo.

Praticamente sem trânsito e cercado de vegetação, a sensação é de que realmente se está distante da capital paulista. E antes de chegar ao bairro, é possível encontrar várias placas indicativas sobre a cratera de Colônia e os famosos mirantes que podem ser visitados.

O g1 foi em um dos mirantes acompanhado pelo morador Ozéias de Freitas Ramos. Nele, é possível ver exatamente o formato circular da formação geológica ao redor das casas (veja imagens abaixo).

"Os moradores não sabiam dessa história de cratera, mas nos anos 90 veio a informação de que era cratera de impacto de meteoro. Todo mundo ficou espantado com a notícia. Mas depois se acostumaram e hoje em dia as pessoas têm até certo orgulho de morar em uma das duas únicas crateras habitadas no mundo. Pessoal tem orgulho disso", conta Ozéias, que mora na cratera de Colônia desde os anos 80.

Ozéias é artista visual e se mudou para Vargem Grande com a família quando tinha apenas 6 anos. Hoje, aos 45, pode descrever como foi o crescimento do bairro.

"Minha família foi uma das primeiras a vir para cá. Acompanhei todo desenvolvimento do bairro, pois são mais de 30 anos de Vargem Grande. Aqui se tornou centro de pesquisa e foi uma coisa legal porque trouxe visibilidade. Todos nós sabemos valorizar".

Márcia Maria Ferreira Ribeiro é dona de casa e diz que é até emocionante saber que o bairro Vargem Grande surgiu após a queda de um meteoro ou cometa.

"Quando Vargem Grande foi loteado, eu cheguei a ir lá para conhecer o bairro. Não tinha nem casa e iam separar terrenos para as pessoas. Na época, eu vi direitinho o formato da cratera. Acho essa história emocionante, né. Um meteoro caiu próximo da minha casa. É legal", afirma.

"Eu acho bacana isso [cratera de Colônia]. Meio que enrique a história da região. Moro há 21 anos aqui e desde que eu era criança tem essa história e tinha no livro também. Pessoal da escola vai comentando e vai achando interessante", complementou o vendedor Natailson de Souza.

Área rica para pesquisadores

Segundo Rodrigo Martins dos Santos, geógrafo e diretor de Patrimônio Ambiental da Secretaria do Verde do Meio Ambiente da prefeitura de São Paulo, cratera é toda feição geomorfológica de formação circular na superfície.

Ela pode ser formada por origem celeste (meteoro ou cometa), ou de origem interna, como da própria dinâmica do interior da terra através da movimentação tectônica ou desabamento do solo.

E a área da formação geológica no distrito de Parelheiros é vista como um ambiente rico de patrimônio ambiental, histórico, cultural.

Os últimos estudos feitos pelo pesquisador Victor Velázquez, professor da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (USP), analisaram o solo e encontraram esférulas, sedimentos que só são formados após impacto de corpo celeste nas rochas.

"No material retirado dos poços artesianos foi constatado de que havia esférulas em tamanhos menores de um milímetro. Isso é muito raro de acontecer em uma região concentrada. E como isso não aconteceu no entorno, isso mostra que foi o impacto de um corpo celeste mesmo com potência de cerca de cinco bombas atômicas de Hiroshima", afirmou o geógrafo Rodrigo.

E complementa: "Estima-se que, na época, o impacto ocorreu entre 36 milhões de anos a 5 milhões de anos. Naquele momento, toda vida que existia num raio de 20 quilômetros foi eliminada".





 HOMILIA DOMINICAL
26 DE OUTUBRO DE 2025
30º DOMINGO DO TEMPO COMUM


Leitura do Dia

Primeira Leitura
Leitura do Livro do Eclesiástico - 35,15b-17.20-22a (gr. 12-14.16-18)

O Senhor é um juiz que não faz discriminação de pessoas.
E
le não é parcial em prejuízo do pobre, mas escuta, sim, as súplicas dos oprimidos; jamais despreza a súplica do órfão, nem da viúva, quando desabafa suas mágoas. 
Quem serve a Deus como ele o quer, será bem acolhido e suas súplicas subirão até as nuvens.
A prece do humilde atravessa as nuvens: enquanto não chegar não terá repouso; e não descansará até que o Altíssimo intervenha, faça justiça aos justos e execute o julgamento.

Segunda Leitura
Leitura da Segunda Carta de São Paulo a Timóteo - 4,6-8.16-18

Caríssimo:
Quanto a mim, eu já estou para ser oferecido em sacrifício; aproxima-se o momento de minha partida.
Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé.
Agora está reservada para mim a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos que esperam com amor a sua manifestação gloriosa.
Na minha primeira defesa, ninguém me assistiu; todos me abandonaram.
Oxalá que não lhes seja levado em conta.
Mas o Senhor esteve a meu lado e me deu forças, ele fez com que a mensagem fosse anunciada por mim integralmente, e ouvida por todas as nações; e eu fui libertado da boca do leão.
O Senhor me libertará de todo mal e me salvará para o seu Reino celeste.
A ele a glória, pelos séculos dos séculos! Amém.

Evangelho do Dia 
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas - 18,9-14

Naquele tempo, Jesus contou esta parábola para alguns que confiavam na sua própria justiça e desprezavam os outros:
"Dois homens subiram ao Templo para rezar: um era fariseu, o outro cobrador de impostos.
O fariseu, de pé, rezava assim em seu íntimo: 
'Ó Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens, ladrões, desonestos, adúlteros, nem como este cobrador de impostos.
Eu jejuo duas vezes por semana, e dou o dízimo de toda a minha renda'.
O cobrador de impostos, porém, ficou à distância, e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu; mas batia no peito, dizendo:
'Meu Deus, tem piedade de mim que sou pecador!'
Eu vos digo: este último voltou para casa justificado, o outro não.
Pois quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado".

As palavras dos Papas

O Evangelho da Liturgia de hoje apresenta-nos uma parábola que tem dois protagonistas, um fariseu e um publicano (cf. Lc 18, 9-14), ou seja, um homem religioso e um pecador confesso. Ambos sobem ao templo para rezar, mas só o publicano se eleva verdadeiramente a Deus, porque humildemente desce à verdade de si mesmo e se apresenta como é, sem máscaras, com a sua pobreza. (...) Com efeito, na humildade tornamo-nos capazes de levar a Deus, sem fingimento, o que realmente somos, as limitações e feridas, os pecados, as misérias que pesam sobre o nosso coração, e de invocar a sua misericórdia para que nos cure, nos sare, nos levante. É Ele quem nos ergue, não nós. Quanto mais descermos com humildade, mais Deus nos elevará. (...) Irmãos, irmãs, o fariseu e o publicano dizem-nos respeito de perto. Pensando neles, olhemos para nós mesmos: verifiquemos se em nós, como no fariseu, existe «a íntima presunção de ser justo» (v. 9) que nos leva a desprezar os outros. (...) Onde há muito eu, há pouco Deus. (...) Peçamos a intercessão de Maria Santíssima, a humilde serva do Senhor, imagem viva do que o Senhor gosta de realizar, derrubando os poderosos dos tronos e elevando os humildes (cf. Lc 1, 52).

UM BOM E SANTO DOMINGO A TODOS.

NOTÍCIAS EM DESTAQUE 
CIENTISTAS DA UNICAMP DESENVOLVEM TERAPIA PARA CÂNCER DE BOCA

Combinação de medicamentos é promissora contra câncer de boca

Cientistas investigam terapia mais eficaz e segura para tratamento da doença
Sebastiao Souza Neto e Pablo Vargas autores do estudo.


Um estudo conduzido por pesquisadores na Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP), da Unicamp, propõe uma nova combinação de medicamentos para o tratamento do câncer de boca que promete maior eficiência no combate a células-tronco tumorais ao mesmo tempo que reduz os efeitos colaterais

A pesquisa, desenvolvida no Brasil no âmbito de um projeto temático da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), busca alternativas menos tóxicas e mais eficazes para o tratamento do carcinoma espinocelular oral, o tipo mais comum de câncer de boca.

A principal forma de tratamento atualmente é a cirurgia de remoção do tumor. Em muitos casos, o procedimento inclui a necessidade de retirada de parte de tecido saudável. Dependendo da evolução da doença, radioterapia e quimioterapia com cisplatina [medicamento à base de platina] podem ser necessárias.

Apesar de eficaz em alguns casos, a cisplatina apresenta limitações: provoca efeitos colaterais graves e nem sempre consegue impedir a volta da doença. “Um dos principais problemas é a resistência das chamadas células-tronco tumorais”, explica o pesquisador Sebastião Silvério Sousa-Neto, doutorando da FOP e autor principal do estudo. Essas células ficam em estado de repouso e não são eliminadas pela quimioterapia convencional, o que favorece a recidiva do câncer após o tratamento”, completa.

Para contornar essas barreiras, a equipe de pesquisa apostou em uma estratégia chamada reposicionamento de drogas: utilizar medicamentos já existentes e aprovados para outras doenças, mas que apresentam potencial contra o câncer. No caso do estudo, duas substâncias foram testadas em combinação com a cisplatina: emetina, utilizada nos Estados Unidos para tratar amebíase intestinal, e a suberoilanilida hidroxâmico, aprovada no Brasil desde 2011 para um tipo raro de linfoma cutâneo.

“É muito mais rápido e barato reposicionar uma droga do que descobrir uma nova molécula”, explica Sousa-Neto. “Se você começa do zero, pode levar 20 ou 30 anos até chegar na clínica. Mas, se o ponto de partida é um medicamento já aprovado, com toxicidade e dose conhecidas, várias etapas deixam de ser necessárias. Essa foi a lógica da nossa pesquisa.”

Do paciente ao laboratório


O diferencial do estudo está no modelo experimental utilizado: os xenotransplantes derivados de pacientes. Nessa metodologia, fragmentos de tumores retirados dos pacientes em cirurgias são implantados em camundongos imunodeficientes, que passam a desenvolver lesões muito semelhantes às dos pacientes.

Para o professor e pesquisador do departamento de Diagnóstico Bucal da FOP, Pablo Agustin Vargas, orientador de Sousa-Neto e também autor da pesquisa, esse é um dos pontos que dão força ao trabalho. “O tumor que cresce no animal é igual ao tumor original do paciente. Isso dá enorme relevância translacional e aproxima muito a bancada da clínica”, explica.

Dentre os vários experimentos feitos, a combinação de cisplatina e emetina foi considerada a mais promissora. De acordo com os pesquisadores, o tratamento conseguiu reduzir significativamente a ativação do fator NF-κB, proteína associada à resistência das células tumorais, sem aumentar a toxicidade nos órgãos avaliados, como fígado e rins.

Mesmo com o uso combinado das drogas, Sousa-Neto conta que não houve perda adicional de peso entre os animais – um dos principais indicadores de toxicidade. “Isso significa que conseguimos manter a eficácia sem sobrecarregar o organismo. A próxima etapa é reduzir a dose da cisplatina, já que ela é responsável pelos efeitos colaterais mais graves”, detalha o cientista, que se dedica à área da oncologia desde a iniciação científica.

Entre os desafios no desenvolvimento da pesquisa, Sousa-Neto destaca os contratempos envolvendo os testes em camundongos. “O mais frustrante era a imprevisibilidade. Às vezes eu passava meses cuidando de uma geração de animais e, quando finalmente o tumor estava pronto para o tratamento, o camundongo morria sem explicação. Era como perder um ano de trabalho de uma vez”, lembra.

O professor Vargas destaca também os desafios logísticos e éticos. “O trabalho envolve coletar tumor fresco no centro cirúrgico, implantar imediatamente nos animais, seguir protocolos rígidos de ética humana e animal, além de depender de equipes multidisciplinares. É uma pesquisa que exige resiliência e colaboração constante.”

PREMIAÇÃO INTERNACIONAL


A pesquisa venceu a etapa brasileira do IADR Hatton Competition and Awards, promovido pela International Association for Dental Research (Associação Internacional para Pesquisa Odontológica), e representará o Brasil na etapa mundial da disputa, que acontecerá em março de 2026.

Considerado o mais importante da área, o prêmio Hatton oferece uma oportunidade de dar visibilidade internacional à ciência produzida no Brasil. Ele atrai anualmente centenas de jovens cientistas de todo o mundo.

Na etapa nacional, realizada em São Paulo, o estudo da Unicamp foi escolhido entre 17 finalistas. Selecionado, o trabalho vai disputar a etapa mundial em 2026, nos Estados Unidos, competindo com representantes de países como França, México, Uruguai e Inglaterra. “Só o fato de estar nessa competição já é um orgulho enorme”, avalia Vargas. “É um reconhecimento de que nossa pesquisa é inovadora e tem potencial de impacto global.”

Segundo ele, o prêmio reconhece o esforço de todo o grupo envolvido. “Esse tipo de pesquisa é impossível de ser feita sozinho. Tivemos a contribuição fundamental do professor Rogério Castilho, da Universidade de Michigan, da professora Manoela Martins, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e da professora Vivian Petersen Wagner, hoje docente da USP. Além deles, Brendo Vinícius Louredo, Luan César Silva e Mateus José Dutra, colegas do Sebastião, tiveram participação ativa nos experimentos. É um trabalho coletivo”, completa.

FONTE: JORNAL DA UNICAMP

 NOTÍCIAS EM DESTAQUE 
JUSTIÇA ABSOLVE TODOS
REUS DO CASO DE INCÊNDIO NO NINHO DO URUBU
ONDE 10 GAROTOS DA BASE DO FLAMENGO MORRERAM
10 garotos mortos no incêndio do CT do Flamengo 

‘É uma indignação muito grande, a gente se sente um lixo’, diz pai de vítima do incêndio no Ninho do Urubu sobre absolvição dos réus

A Justiça do Rio absolveu todos os réus do caso do incêndio no Ninho do Urubu, onde morreram 10 adolescentes atletas do Flamengo em 2019. A decisão saiu nesta terça-feira (21) na 36ª Vara Criminal da Comarca da Capital e é assinada pelo juiz Tiago Fernandes de Barros.

Por Cristina Boeckel, g1 Rio - 22/10/2025 09h19  Atualizado há 2 horas

O pai de Bernardo Pisetta, um dos 10 adolescentes que morreram no incêndio no Ninho do Urubu, centro de treinamento do Flamengo na Zona Sudoeste do Rio, destacou na manhã desta quarta-feira (22) que o sentimento é de indignação com a absolvição dos réus. A decisão saiu na terça-feira (21) na 36ª Vara Criminal da Comarca da Capital.

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) informou que a Promotoria de Justiça junto à 36ª Vara Criminal vai recorrer da decisão judicial.

“É uma indignação muito grande, é um sentimento de impotência. A gente se sente um lixo. São os nossos filhos. E alguém tira a vida dos nossos filhos, e nada acontece. Isso não é justo. Não tem cabimento. Ficamos sem palavras. É revoltante”, afirmou Darlei Pisetta.

Bernardo tinha 14 anos quando morreu e era goleiro de um dos times da base do Flamengo. A família é de Santa Catarina, e o adolescente havia ido morar no Rio de Janeiro para viver o sonho de ser um jogador de futebol profissional.

“Não é um movimento natural de vida enterrarmos um filho. Geralmente são as pessoas mais velhas. Não foi fácil, não está sendo fácil para nós. A gente vai vivendo sim, tem que continuar vivendo, até porque temos outro filho, nora, netos e nossos pais. O Bernardo era muito bem provido disso”, disse o pai do goleiro.

Ele afirmou que as feridas do caso seguem vivas. “Mas todos nós estamos sofrendo, principalmente quando vem um tipo de notícia dessas, que nada foi feito. É muito angustiante isso”, completou.

‘A Justiça do Brasil é injusta’

Andreia Candido, mãe de Christian Esmério, de 15 anos, do Rio de Janeiro, conta que passou a noite em claro pensando na decisão. Disse que quer recorrer e que vai lutar por Justiça até o último dia da vida.

“Tenho a certeza de que a Justiça do Brasil é injusta. A gente, como familiar, sabia que era provável que isso fosse acontecer. Mas tinha fé de que a justiça dos homens seria feira”, afirmou Andreia.

Ela questiona a decisão e afirma que daria tudo para ter o filho caçula ao lado dela novamente.

“Eu quero justiça. Não é justo. É revoltante receber uma notícia de que não tem provas, de que a perícia foi inconclusiva. Só falta dizer que nossos filhos foram culpados. Não é algo que não poderia ser evitado”, disse Andreia.

A mãe de Christian conta que segue vivendo porque o filho de 15 anos não gostaria de vê-la se entregar. “A minha vida é um caos. É sobreviver pós. É tentar, a cada dia, arrumar motivos para seguir. Meu filho não gostaria de me ver chorando, triste”.

Outra mãe tem esperança

Josete Itavalda Adão, mãe de Vitor Isaías, de Florianópolis, acha a decisão absurda, mas ainda acredita que a justiça será feita.

“Eu acho um absurdo. Não tenho muitas palavras para falar. Estou indignada. A falta do meu filho dói muito. Desde 2019 eu não melhorei mais”, afirmou Josete, sobre os problemas de saúde que passou a ter desde que perdeu o filho de 15 anos.

Ela acredita que a decisão será revertida. “Eu creio e confio na Justiça. A Justiça tarda, mas não falha”, disse.

Decisão

Entre os réus que ainda estavam no processo, foram absolvidos:

Antônio Marcio Mongelli Garotti, diretor-financeiro (CFO) do Flamengo;

Marcelo Maia de Sá, engenheiro civil e diretor-adjunto de Patrimônio do Flamengo;

Claudia Pereira Rodrigues, diretora administrativa e comercial da Novo Horizonte Jacarepaguá, a NHJ, responsável pela instalação dos contêineres;

Danilo da Silva Duarte, engenheiro de Produção na Diretoria Operacional da NHJ;

Fabio Hilario da Silva, engenheiro eletricista na NHJ;

Weslley Gimenes, engenheiro civil na NHJ;

Edson Colman da Silva, sócio-proprietário da Colman Refrigeração, responsável pela instalação dos aparelhos de ar condicionado no CT.

A decisão pontuou que não houve provas suficientes de que os acusados tivessem concorrido de forma direta para a ocorrência do incêndio, destacando que não se pode responsabilizar criminalmente alguém apenas em razão do cargo que ocupava, sem comprovação efetiva de ação ou omissão determinante para o resultado.

 NOTÍCIAS EM DESTAQUE
CHUVA DE METEOROS PODERA SER VISTAS NO BRASIL
NESTA TERÇA 21 - PICOS ACONTECE NAS MADRUGADAS

Fenômeno poderá ter até 20 meteoros por hora em locais com céu limpo, segundo a NASA. Fragmentos são resquícios do cometa Halley.

Por Redação g1 - 
21/10/2025 07h01  Atualizado há 2 horas

A chuva de meteoros Orionídeas iluminará o céu do Brasil a partir da noite desta terça-feira (21). O fenômeno, formado por fragmentos deixados pelo cometa Halley, promete um espetáculo astronômico que poderá ser observado a olho nu, especialmente nas madrugadas dos dias 22 e 23 de outubro, quando o evento atinge seu pico de atividade.

De acordo com a NASA, a intensidade pode ser até 20 vezes maior que o normal, com meteoros cortando o céu a uma velocidade média de 66 quilômetros por segundo.

Quando e onde observar
O momento de maior visibilidade ocorrerá entre meia-noite e 2h da manhã de quarta (22) e quinta-feira (23).

Em regiões com céu limpo e pouca iluminação artificial, será possível ver até 20 meteoros por hora. Já nas grandes cidades, a poluição luminosa deve reduzir o número para cerca de 5 a 10 meteoros por hora.

“É um fenômeno recorrente e um dos mais bonitos do ano. Mesmo que a contagem por hora não seja altíssima, os rastros luminosos das Orionídeas costumam ser longos e brilhantes”, explica a NASA em comunicado.

Por que acontece

A chuva é provocada por partículas deixadas pelo cometa Halley durante sua passagem pelo Sistema Solar.

Todos os anos, entre outubro e novembro, a Terra cruza essa trilha de detritos. Ao entrarem na atmosfera, essas pequenas partículas queimam rapidamente, formando os riscos luminosos visíveis no céu noturno.

Como assistir

Para aumentar as chances de observação, astrônomos recomendam:

Procurar um local escuro e aberto, longe de luzes artificiais;
Olhar para o leste, em direção à constelação de Órion (de onde os meteoros parecem surgir);
Evitar o uso de telescópios — o ideal é observar a olho nu;
Chegar com antecedência para permitir que os olhos se adaptem à escuridão (cerca de 20 minutos).



HOMILIA DOMINICAL
19 DE OUTUBRO DE 2025
29º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Leitura do Dia

Primeira Leitura
Leitura do Livro do Êxodo - 17,8-13

Naqueles dias, os amalecitas vieram atacar Israel em Rafidim.
Moisés disse a Josué:
"Escolhe alguns homens e vai combater contra os amalecitas.
Amanhã estarei, de pé, no alto da colina, com a vara de Deus na mão".
Josué fez o que Moisés lhe tinha mandado e combateu os amalecitas.
Moisés, Aarão e Ur subiram ao topo da colina.
E, enquanto Moisés conservava a mão levantada, Israel vencia; quando abaixava a mão, vencia Amalec.
Ora, as mãos de Moisés tornaram-se pesadas.
Pegando então uma pedra, colocaram-na debaixo dele para que se sentasse, e Aarão e Ur, um de cada lado sustentavam as mãos de Moisés.
Assim, suas mãos não se fatigaram até ao pôr do sol, e Josué derrotou Amalec e sua gente a fio de espada.

Segunda Leitura
Leitura da Segunda Carta de São Paulo a Timóteo -3,14-4,2

Caríssimo:
Permanece firme naquilo que aprendeste e aceitaste como verdade; tu sabes de quem o aprendeste.
Desde a infância conheces as Sagradas Escrituras: elas têm o poder de te comunicar a sabedoria que conduz à salvação pela fé em Cristo Jesus.
Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, para argumentar, para corrigir e para educar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e qualificado para toda boa obra. 
Diante de Deus e de Cristo Jesus, que há de vir a julgar os vivos e os mortos, e em virtude da sua manifestação gloriosa e do seu Reino, eu te peço com insistência: proclama a palavra, insiste oportuna ou importunamente, argumenta, repreende, aconselha, com toda a paciência e doutrina.

Evangelho do Dia 
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas - 18,1-8

Naquele tempo, 
Jesus contou aos discípulos uma parábola, para mostrar-lhes a necessidade de rezar sempre, e nunca desistir, dizendo:
"Numa cidade havia um juiz que não temia a Deus, e não respeitava homem algum.
Na mesma cidade havia uma viúva, que vinha à procura do juiz, pedindo:
'Faze-me justiça contra o meu adversário!'
Durante muito tempo, o juiz se recusou.
Por fim, ele pensou:
'Eu não temo a Deus, e não respeito homem algum.
Mas esta viúva já me está aborrecendo.
Vou fazer-lhe justiça, para que ela não venha a agredir-me!"
E o Senhor acrescentou:
"Escutai o que diz este juiz injusto.
E Deus, não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por ele?
Será que vai fazê-los esperar?
Eu vos digo que Deus lhes fará justiça bem depressa.
Mas o Filho do homem, quando vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?"

As palavras dos Papas

“Quando o Filho do Homem voltar encontrará fé sobre a terra?” (Lc 18, 8). Como se dissesse: quando eu voltar no final da história - mas, podemos pensar, também agora, neste momento da vida - encontrarei alguma fé em vós, no vosso mundo? Trata-se de uma questão séria. Imaginemos que o Senhor venha hoje à terra: ele veria, infelizmente, tantas guerras, tanta pobreza e tantas desigualdades, e ao mesmo tempo grandes conquistas da tecnologia, meios modernos e pessoas sempre a correr, sem nunca parar; mas será que ele encontraria aqueles que lhe dedicam tempo e afeto, aqueles que o colocam em primeiro lugar? E sobretudo, perguntemo-nos: se o Senhor viesse hoje, o que encontraria ele em mim, na minha vida, no meu coração? Que prioridades na minha vida veria ele? Nós, muitas vezes, concentramo-nos em tantas coisas urgentes, mas desnecessárias, ocupamo-nos e preocupamo-nos com muitas realidades secundárias; e talvez, sem nos darmos conta, negligenciamos o que mais importa e permitimos que o nosso amor por Deus arrefeça, arrefeça pouco a pouco. Hoje, Jesus oferece-nos o remédio para aquecer uma fé tíbia. E qual é o remédio? Oração. A oração é o remédio da fé, a restauradora da alma. Deve, no entanto, ser uma oração constante. [...] Se tivermos de seguir uma cura para melhorar, é importante segui-la bem, tomar os medicamentos de forma correta e no momento estabelecido, com constância e regularidade. Pensemos numa planta que temos em casa: devemos nutri-la com constância todos os dias, não a podemos encharcar e depois deixá-la sem água durante semanas! 

 

 NOTÍCIAS EM DESTAQUES
ENVENENAMENTO CRIMINOSO
560 CASOS NO 1º SEMESTRE DE 2025

Casos registrados de envenenamento crescem e chegam a 560 no 1º semestre de 2025; 15 pessoas morreram.
Segundo dados do Ministério da Saúde, 2025 registra o maior número de envenenamentos em um semestre desde 2007, e um aumento de 9% em relação ao mesmo período de 2024, que teve 513 casos. Especialistas defendem regulamentação para venda de venenos e outras medidas preventivas.

Por Nayara Felizardo - 16/10/2025 00h01  Atualizado

Os casos notificados de envenenamento criminoso estão aumentando a cada ano. Segundo dados do Ministério da Saúde, 560 pessoas foram envenenadas e 15 morreram somente no primeiro semestre de 2025. O número é o maior da série histórica no mesmo período e representa um aumento de 9% em relação 2024, que teve 513 casos nos seis primeiros meses.

Vários casos de envenenamento ganharam repercussão neste ano. O mais recente envolve a universitária Ana Paula Veloso Fernandes, que está sendo chamada pela polícia de São Paulo de serial killer.

Dados sobre envenenamento estão no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), alimentado por profissionais que atendem pacientes em unidades de saúde públicas e privadas. No registro, os médicos precisam informar se o envenenamento ocorreu em uma circunstância de "violência/homicídio" e se houve morte.

Os números de 2025 não estão consolidados e ainda podem aumentar. Os casos de envenenamento por metanol, por exemplo, que aconteceram em setembro, não foram incluídos no Sinan, por enquanto.

Além das 15 vítimas que morreram envenenadas por terceiros neste ano, segundo os dados do Sinan, nove pessoas se curaram, mas ficaram com sequelas. Contudo, a maioria dos pacientes se curou e não tiveram sequelas (407 casos). Os demais morreram por outras causas não identificadas, ou a evolução do caso não foi registrada.

O número de mortes já registrado em 2025 está acima da média em relação a outros anos. Em 2024, por exemplo, foram notificadas 19 mortes por envenenamento criminoso em 12 meses, quase a mesma quantidade de pessoas que morreram apenas no primeiro semestre de 2025.

Ao todo, 11.630 pessoas sofreram envenenamento criminoso desde 2007. Os números praticamente dobraram na última década. Em 2015, 577 pessoas foram envenenadas. Já em 2024, os casos chegaram a 1.141.

As mortes, no entanto, se mantiveram praticamente no mesmo patamar em 10 anos e até reduziram proporcionalmente. Foram 18 óbitos em 2015 e 19 em 2024. Ao todo, 220 morreram desde 2007.

Raticidas aparecem em 2º lugar como o agente tóxico mais utilizado por quem pretende envenenar outra pessoa. Segundo os dados do Sinan, foram notificados 38 casos em 2025. Em 1º lugar estão os medicamentos, com 300 casos neste ano.

Para Juliana Sartorelo, toxicologista e coordenadora do comitê de toxicologia da Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede), não há uma resposta única para explicar o aumento dos envenenamentos criminosos. Mas ela levanta algumas hipóteses, como fatores sociais, que causam instabilidades comportamentais, e a facilidade de acesso às substâncias tóxicas.

Para reduzir o número de casos, a especialista diz que é preciso aumentar a fiscalização e implementar estratégias de controle de comercialização de substâncias potencialmente tóxicas.

“Além disso, [é preciso] focar em ações preventivas, estratégias de acolhimento e políticas públicas voltadas para a saúde mental da população”, defende Sartorelo.

Média de 28 internações mensais

O Brasil registrou uma média de 28 internações mensais por envenenamento criminoso entre 2015 e 2024, segundo levantamento da Abramede com base em dados do Sistema Único de Saúde (SUS).

Ao todo, foram 3.461 casos de intoxicação proposital causada por terceiros, que levaram à internação hospitalar de ao menos 24 horas na última década.

Para representantes da entidade médica, o envenenamento é uma arma silenciosa e eficaz, que exige treinamento dos profissionais para identificar rapidamente as intoxicações, o que reduz a probabilidade de mortes.

Sartorelo também destaca a disponibilidade de antídotos nas unidades de saúde como essencial para tratamento eficaz.

“Deve haver também notificação dos casos no Sinan para que possam ser identificados padrões, sazonalidade e tipos de substâncias tóxicas. Isso ajuda a nortear as políticas públicas voltadas para o tema”, afirmou a especialista.

Procurado, o Ministério da Saúde informou que ações e políticas públicas para casos de envenenamento são de responsabilidade do Ministério da Justiça.

Em nota, o Ministério da Justiça disse que o Sistema de Alerta Rápido (SAR), que integra a estratégia da Secretaria Nacional da Política sobre Drogas, pode ser notificado a respeito de casos diversos relacionados a substâncias, incluindo intoxicações exógenas.

“O SAR está apto a receber e a alertar órgãos que possam responder de imediato em caso de aumento expressivo de casos ou ameaça à segurança e saúde”, diz a nota.

Relembre casos de envenenamento em 2025

Em janeiro, nove pessoas da mesma família comeram um baião de dois envenenado com terbufós —substância altamente tóxica semelhante ao chumbinho — em Parnaíba (PI). Seis delas morreram. Meses antes, duas crianças já tinham morrido com sintomas de envenenamento.

Os suspeitos são o casal Francisco de Assis e Maria dos Aflitos. Algumas vítimas eram filhos ou netos da mulher. Outra era vizinha dos réus. Eles estão presos desde janeiro e vão responder por oito homicídios qualificados e três tentativas de homicídio qualificado.

Em março, a professora de pilates Larissa Rodrigues foi encontrada morta no apartamento em que vivia com o marido, o médico Luiz Antônio Garnica, em Ribeirão Preto (SP). Exames detectaram a presença de chumbinho no organismo da vítima.

Luiz Antônio Garnica, Larissa Rodrigues, Elizabete Arrabaça, Ribeirão Preto, SP — Foto: Reprodução/g1

As investigações concluíram que Larissa vinha sendo envenenada pela sogra, Elizabete Arrabaça, a mando do filho, após descobrir uma traição e temer perder parte dos bens na separação.

Mãe e filho estão presos desde maio e foram denunciados por feminicídio triplamente qualificado, por motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

Em abril, os irmãos Luís Fernando Rocha Silva, de 7 anos, e Evelyn Fernanda Rocha Silva, de 13 anos, morreram em Imperatriz (MA) após comerem um ovo de Páscoa contaminado com chumbinho.

A mãe das crianças, Mírian Lira Rocha, também foi internada em estado grave, mas sobreviveu. O presente havia sido entregue por um motoboy com um bilhete que dizia: “Com amor, para Mírian Lira. Feliz Páscoa”.

As investigações apontaram que o chocolate foi enviado por Jordélia Pereira Barbosa, ex-namorada do atual companheiro de Mírian. Em setembro, a Justiça decidiu que ela será julgada pelo Tribunal do Júri em Imperatriz.

Jordélia Pereira Barbosa, de 35 anos, foi presa suspeita de envenenar ovo de Páscoa no interior do Maranhão. — Foto: Divulgação/Redes sociais

Também em abril, a bebê de oito meses de idade, Yohana Maitê Filgueira Costa, morreu em Natal, no Rio Grande do Norte. Ela tomou um açaí envenenado com chumbinho.

A prima de segundo grau da menina também consumiu o alimento, passou mal e chegou a ficar internada em estado grave, mas sobreviveu. A polícia ainda não apontou suspeitos.

Em junho, em Itapecerica da Serra, São Paulo, a adolescente Ana Luiza de Oliveira Neves, de 17 anos, morreu depois de comer um bolo de pote que recebeu em casa, acompanhado de um bilhete. A Polícia Civil identificou outra adolescente, também de 17 anos, como responsável pelo envio do doce.

Segundo o delegado do caso, o crime foi motivado por “raiva e ciúmes”. A suspeita foi apreendida e encaminhada à Fundação Casa e o caso segue em investigação.


 

NOTÍCIAS EM DESTAQUE
FRANCISCO MAIRLON INOCENTADO DEIXA A PRISÃO DA PAPUDA APÓS FICAR 15 ANOS PRESO.
Francisco Mairlon Barros Aguiar em entrevista ao documentário "Crime da 113 Sul" — Foto: Globoplay/Reprodução

Crime da 113 Sul: inocentado pelo STJ, Francisco Mairlon deixa o presídio da Papuda em Brasília após 15 anos preso.
Processo contra Francisco Mairlon foi extinto; STJ foi unânime em reconhecer que depoimentos dados sob pressão de investigadores não são prova suficiente.

Por Reynaldo Turollo Jr, Ygor Wolf, Rita Yoshimine, Mateus Rodrigues, Fernanda Bastos, Gabriel Tibaldo, Naiara Santos, g1 e TV Globo — Brasília - 15/10/2025 00h21  Atualizado há 59 minutos

Inocentado por decisão unânime do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Francisco Mairlon Barros Aguiar deixou o presídio da Papuda, em Brasília, na madrugada desta quarta-feira (15).

Ele passou 15 anos preso, após ter sido condenado como um dos executores do "Crime da 113 Sul". Detido em 2010 aos 22 anos de idade, ele volta a ser um homem livre aos 37.

Mairlon foi solto à 0h20 desta quarta (15). Ele deixou o Complexo Penitenciário da Papuda abraçando a família e escoltado pelos advogados.

Na primeira declaração após deixar o presídio, em entrevista à TV Globo, Mairlon disse estar muito grato à família, aos advogados e aos ministros do STJ que definiram a soltura de forma unânime.

"Não estou nem acreditando, o dia mais feliz da minha vida está sendo hoje. Muita gratidão a todas as pessoas que não desistiram de mim, a ONG Innocence que insistiu, ainda. Família, amigos, não sei nem o que falar."

"É um momento de êxtase que ninguém pode imaginar. Fora os obstáculos, as adversidades que eu tive que passar aqui dentro, ser bastante resiliente com as coisas que aconteceram."

Na decisão desta terça (14), os ministros do STJ determinaram a "soltura imediata" do ex-réu, agora inocentado.

O comunicado foi enviado ao Tribunal de Justiça do DF, que notificou a Vara de Execuções Penais (VEP) para soltar Francisco Mairlon.

Decisão do STJ

Na decisão do STJ, os ministros também trancaram a ação penal e anularam o processo desde o início. Ou seja: Francisco Mairlon, agora, não é condenado nem réu pelo crime.

O triplo homicídio ocorrido em Brasília em 2009, ainda vivo na memória dos moradores da capital, ganhou série documental no Globoplay.

A decisão foi tomada com base em um pedido da ONG Innocence Project — organização internacional que busca reparar erros judiciais —, que assumiu a defesa de Mairlon.

Segundo a defesa, os depoimentos que incluíram Francisco Mairlon na cena do crime, dados pelo próprio Mairlon e pelo réu Paulo Cardoso Santana, foram colhidos mediante pressão e intimidação.

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal tinha negado uma revisão do processo e, por isso, o caso passou à análise do STJ. O Ministério Público do DF pode recorrer da decisão.

O que disse a defesa de Mairlon

A única a falar antes dos votos foi a advogada Dora Cavalcanti, que representa a ONG. A Innocence Project pede a anulação da condenação e a soltura de Mairlon, que está há quase 15 anos na Papuda.

"Ao longo das 16 mil páginas e dos quatro anos, ao longo dos quais o Innocente Project estudou a condenação definitiva de Francisco Mairlon, o que se pode constatar é que ficou ele esquecido, invisibilizado. Não só na fase pré-processual, como também quando do julgamento de sua apelação", afirmou Dora.

"A única coisa invocada como lastro para a denúncia, para a pronúncia [envio ao júri popular], único elemento apresentado aos senhores jurados e usado também para manter a condenação foram confissões extrajudiciais", seguiu a advogada.

A advogada afirmou que Mairlon foi "quebrado" pelas múltiplas horas de depoimento, e foi dado como "réu confesso" mesmo sem ter admitido ter dado facadas ou ter entrado no apartamento do crime.

"Não foi só ele, muitas pessoas podem ser 'quebradas' sob pressão policial. Abatidas, exaustas, desorientadas, muitas vezes privadas do sono, de boa alimentação. Depois de seis horas, a chance de alguém assumir a responsabilidade por um crime que não cometeu sob a falsa promessa de que vai ser liberado para ir para casa aumentar exponencialmente", defendeu.

Os principais argumentos de defesa são:

Confissões feitas sob pressão: Innocence Project aponta que as confissões de Mairlon e dos outros dois homens condenados foram feitas em um ambiente de pressão e manipulação por parte dos policiais. A confissão de Mairlon, segundo a ONG, foi extraída à força, após horas de interrogatório, sem descanso.

Sem provas além das confissões: Mairlon foi condenado apenas com base na confissão dele feita na delegacia e jamais repetida em juízo e também nas acusações feitas pelo assassino confesso Leonardo Alves. Não há outras provas — como DNA, impressões digitais ou testemunhas — além da confissão.

Retratação das acusações em juízo: as confissões feitas na delegacia pelos outros réus, Leonardo Alves e Paulo Santana (leia mais abaixo), foram corrigidas durante a fase judicial.

Defesa cerceada: a defesa conseguiu acesso aos vídeos dos depoimentos do Paulo Cardoso Santana e de Leonardo Campos Alves em 2024 e eles nunca tinham sido devidamente analisados pelos juízes. De acordo com a defesa, os vídeos são essenciais para mostrar a realidade dos interrogatórios, a manipulação policial e a fragilidade da confissão de Mairlon.

Como votaram os ministros

Os cinco ministros da Sexta Turma foram unânimes em anular a condenação – e, em seguida, em anular toda a ação penal, trancando o caso de Mairlon.

Relator do caso, o ministro Sebastião Reis Junior afirmou que a conduta nos depoimentos que incriminaram Mairlon feriu direitos como a ampla defesa e o contraditório.

"Existindo depoimentos incriminando o recorrente bem como depoimentos judiciais inocentando-o, caberia ao magistrado singular, na ocasião de proferir a decisão de pronúncia, confrontar os elementos de informação", disse.

"É inadmissível que, em um Estado Democrático de Direito, um acusado seja pronunciado [levado a júri] e condenado por um tribunal de juízes leigos apenas com base em elementos de informação da fase extrajudicial, dissonantes da prova produzida em juízo", seguiu.

O ministro Rogerio Schietti Cruz classificou o caso de Mairlon como "gravíssimo".

"Envolve uma das grandes chagas da nossa tradição, que é o uso de meios viciados de obtenção de provas. Temos, em vários outros processos, afirmado que a Justiça criminal brasileira ainda se centra na confissão como 'a rainha das provas'. Há uma verdadeira obsessão pela confissão", destacou.

"Não podemos aceitar mais que se leve alguém a julgamento pelo Tribunal do Júri com base tão somente em depoimentos colhidos em uma delegacia, não confirmados em juízo. E mais ainda, retratados em juízo, sem que isso seja objeto expresso de uma análise judicial séria, isenta, objetiva e racional", emendou.

O ministro Carlos Pires Brandão afirmou que o caso era "quase uma tragédia para os profissionais do direito".

"Me espantou essa utilização de elementos meramente informativos, levantados na fase administrativa, serem transformados em provas sem qualquer cotejamento com os demais elementos", disse.

O ministro Og Fernandes afirmou que os vídeos dos depoimentos são "claros, no sentido de uma coação moral".

"Em regra, [a coação é] aplicada a pessoas de pouca estrutura intelectual, que são coagidas a assumir tal ou qual versão porque isso encerra, bem ou mal, a atividade policial".

"Todos aqui temos um único desejo, a verdade. Seja o Judiciário, seja a defensoria, seja o Ministério Público. E parece que essa verdade assim obtida, pelo que vi e pelo que vi, é falsa. Não convence."

O ministro Antônio Saldanha Palheiro acompanhou os demais, mas não chegou a usar a palavra durante a análise.

Condenados como executores

Três homens foram condenados pela execução do crime. Presos desde novembro de 2010, são eles:

Leonardo Campos Alves: ex-porteiro do prédio onde o casal Villela morava. Em 2013, foi condenado pelo Tribunal do Júri a 60 anos de prisão;

Paulo Cardoso Santana, sobrinho de Leonardo: em 2016 foi condenado a 62 anos de prisão pelo júri; e

Francisco Mairlon Barros Aguiar: em 2013 foi condenado a 55 anos de prisão, pena reduzida em segunda instância para 47 anos de prisão.

Mairlon morava no Pedregal, município de Novo Gama (GO), quando foi preso pela Polícia Civil de Brasília em novembro de 2010, um ano e três meses após as mortes.

Foram assassinados no caso:

o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela;

a esposa dele, Maria Villela;

a empregada do casal, Francisca Nascimento da Silva.

As vítimas foram mortas a facadas dentro do apartamento onde moravam, na quadra 113 Sul de Brasília.

Dólares e joias foram levados do apartamento na noite do crime, 28 de agosto de 2009.


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