Governo de SP pagou R$ 281 mi para Delta em 10 anos, diz jornal
28 de abril de 2012 • 08h10 – Terra – Noticias
28 de abril de 2012 • 08h10 – Terra – Noticias
O governo do Estado
de São Paulo pagou R$ 281 milhões entre 2003 a abril de 2012 à Construtora
Delta, investigada por envolvimento com o empresário Carlinhos Cachoeira.
Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, o pico do gasto
com a empresa foi no governo de José Serra (PSDB). Em 2008, ano de maior
desembolso, foram pagos R$ 91 milhões. O maior contrato do governo paulista com
a Delta foi assinado em 2009 para a ampliação da marginal Tietê. Um lote da
obra foi vencido pelo consórcio integrado pela empresa. Na ocasião, a licitação
foi vencida por R$ 287 milhões, mas o contrato foi aditado para R$ 358 milhões,
24,9% do valor inicial.
Na edição de
sexta-feira, o jornal havia mostrado escutas telefônicas que indicam o contato
direto entre Cachoeira e o diretor responsável pelos negócios da Delta em São
Paulo, Heraldo Puccini Neto. Deputados estaduais do PT pediram anteontem ao
Ministério Público Estadual "apuração de possível irregularidade,
ilegalidade e improbidade" na conduta de Serra na obra. Ontem, o
presidente da Assembleia Legislativa, Barros Munhoz (PSDB), disse não descartar
a instalação de uma CPI para investigar contratos da Delta com o governo do
Estado. Questionado, Serra se disse a favor de qualquer investigação, já a
assessoria do governo disse que o aditivo na obra da marginal Tietê está dentro
do limite legal e que "resultou de dificuldades climáticas e materiais
imprevistas". O governo disse ter hoje três contratos com a Delta, no
valor total de R$75,9 milhões.
Carlinhos Cachoeira
Acusado de comandar
a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos
Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de
fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro
Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia
propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos
Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que
ficou conhecido como mensalão.
Escutas telefônicas
realizadas durante a investigação da PF apontaram contatos entre Cachoeira e o
senador democrata Demóstenes Torres (GO). Ele reagiu dizendo que a violação do
seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais.
Nos dias seguintes,
reportagens dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo afirmaram, respectivamente, que o grupo de Cachoeira forneceu telefones
antigrampos para políticos, entre eles Demóstenes, e que o senador pediu ao
empresário que lhe emprestasse R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo. Na
conversa, o democrata ainda vazou informações sobre reuniões reservadas que
manteve com representantes dos três
poderes.
Pressionado,
Demóstenes pediu afastamento da liderança do DEM no Senado em 27 de março. No
dia seguinte, o Psol representou contra o parlamentar no Conselho de Ética e,
um dia depois, em 29 de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Ricardo Lewandowski autorizou a quebra de seu sigilo bancário.
O presidente do
DEM, senador José Agripino Maia (RN), anunciou em 2 de abril que o partido
havia decidido abrir um processo que poderia resultar na expulsão de
Demóstenes, que, no dia seguinte, pediu a desfiliação da legenda, encerrando a
investigação interna. Mas as denúncias só aumentaram e começaram a atingir
ouros políticos, agentes públicos e empresas.
Após a publicação
de suspeitas de que a construtora Delta, maior recebedora de recursos do
governo federal nos últimos três anos, faça parte do esquema de Cachoeira, a
empresa anunciou a demissão de um funcionário e uma auditoria. O vazamento das
conversas apontam encontros de Cachoeira também com os governadores Agnelo
Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás. Em 19 de
abril, o Congresso criou a CPI mista do Cachoeira.
OPINIÃO: Esta na hora de mudarmos o partido governista de
São Paulo, é muito tempo nas mãos de um mesmo partido, em termos de tempo já
iguala ao governo militar, portanto gente vamos mudar um pouco a forma de
governar o maior Estado da União, senão eles vão superar até a era Vargas.
Comentários
Postar um comentário