Empresário banca R$ 250 milhões para construir aeroporto no Vale do Paraíba
03/11/2013 - 20h01 - FOLHA - TVFOLHA
Em uma área equivalente a 278 campos de futebol entre as rodovias Carvalho Pinto e Presidente
Dutra, na região de Caçapava (a 123 km de São Paulo), um pelotão de máquinas
opera em ritmo frenético para dar espaço ao primeiro aeroporto comercial
privado do Brasil.
Bancado por Rogério Penido, dono de uma construtora e
pavimentadora que leva o seu sobrenome, em São José dos Campos (SP), o
planejamento para o aeroporto começou dez anos antes e foi visto como audacioso
por outros empresários da região.
Márcio Neves/Folhapress
Área do primeiro aeroporto comercial privado do Brasil |
Só para obter as licenças que permitiram o início das obras foram gastos sete
anos e incluíram até a criação de um plano diretor que limita a ocupação do
solo no entorno.
Mesmo desacreditado, hoje, o empresário anda pelo canteiro de
obras e mostra com orgulho a idealização de seu projeto, batizado de Aerovale e
orçado em mais de 250 milhões de reais --bancados do próprio bolso.
Com uma pista de 1.530 metros, 390 metros menor que a pista
principal do Aeroporto de Congonhas e 227 metros maior que a do Aeroporto
Santos Dumont no Rio, o aeroporto incluirá um terminal de passageiros para
aviação comercial e executiva, heliportos e um conjunto de hangares.
O objetivo é receber voos regionais regulares de empresas aéreas
comerciais, mas principalmente da aviação geral, que engloba aeronaves privadas
e de táxi aéreo. "Já temos inclusive conversas com algumas empresas
aéreas", argumenta Penido.
A previsão é que tudo seja entregue para operação em maio de 2014,
antes do início da Copa do Mundo.
O pedido de outorga para explorar o espaço e receber voos
comerciais ainda está em análise na Secretária de Aviação Civil da Presidência
da República, que, ouvida pela Folha, afirmou que o projeto
"está em consonância com as diretrizes e estratégias de política pública
para o setor de aviação civil" e que "contribui para a expansão e
universalização da rede aeroportuária nacional".
A expectativa de Penido é de que até o fim do ano o empreendimento
receba a autorização para explorar o serviço.
Outras quatro empresas, também solicitam a outorga para operarem
aeroportos comerciais privados no país, mas procuradas pela Folha,
ressaltaram que seus projetos estão em fases de estudos ou licenciamento e não
possuem previsão para o inicio da operações em curto prazo.
Márcio Neves/Folhapress | |
Empresário mostra local onde será pavimentada a pista do aeroporto que está construindo na região do Vale do Paraíba em SP |
Um item de destaque do projeto do Aerovale é a oferta de lotes
aeronáuticos para a instalação de hangares privados.
Atualmente, a maioria dos hangares existentes no país são de
propriedade da Infraero e operados por concessões -- o que que acaba elevando
os custos para manter e operar aeronaves.
O preço médio anual da concessão de um hangar no Campo de Marte é
de R$ 648 mil por ano. Com o mesmo valor é possível comprar um espaço de 460
metros quadrados para construção de um hangar próprio no empreendimento em
Caçapava (SP).
O negócio também deve gerar 2 mil vagas de emprego até o começo de
2014 e com potencial para gerar outros 30 mil postos de trabalho diretos e
indiretos quando todo o complexo estiver em funcionamento.
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