Presidente do Cremesp comenta avaliação de futuros médicos
17/12/2012 - 04h30 -
RENATO AZEVEDO JÚNIOR
PRESIDENTE DO CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Em relação aos textos "O medo da avaliação, já entre universitários" de Maria Beatriz de Carvalho Melo Lobo e Roberto Leal Lobo e Silva Filho, e do artigo "Excelência médica" de Hélio Schwartsman, esclareço que o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) não impede o exercício profissional nem divulga os nomes daqueles reprovados em seu exame não porque "acha que não seria justo", mas, sim, porque não tem base legal para tanto.
Defendemos a aprovação, pelo Congresso Nacional, de lei neste sentido, já em tramitação no Senado Federal.
Quanto à controvérsia sobre se faltam médicos no país, a resposta é: ninguém sabe. Depende de que Brasil estamos falando: o do Sudeste ou do Norte? O das capitais ou do interior? O do serviço público ou do privado.
A cidade de São Paulo tem quatro médicos por mil habitantes, mas a população não consegue ser atendida na periferia, pois faltam políticas públicas que garantam a presença de médicos onde é necessário.
Portanto, a suposta falta de médicos não serve de argumento para justificar uma política irresponsável de abertura de faculdades de medicina sem condições de formar médicos com qualidade.
Debates: O medo da avaliação, já entre universitários
MARIA BEATRIZ DE CARVALHO MELO LOBO e ROBERTO LEAL LOBO E SILVA FILHO
Mais de 50% dos egressos dos cursos de medicina não atingiram o desempenho mínimo desejável que foi estabelecido no exame do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp).
As declarações dos porta-vozes do Cremesp são muito duras e incisivas: a prova foi de dificuldade entre fácil e média. Os estudantes que não obtiveram 60% de acertos em suas respostas não demonstram ter formação suficiente para exercer a profissão.
Entretanto, o Cremesp avisa que o exame não é eliminatório e que os nomes dos novos médicos que falharam não serão divulgados --acha que não seria justo.
Os alunos que boicotaram a prova dizem que são contra o exame porque as suas instituições é que deveriam ser responsabilizadas, não eles. Mesmo sem ter os nomes divulgados, se recusaram a ser avaliados.
Acham não seria justo.
Nem mesmo o resultado do Enade, o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes, realizado pelo MEC em nível nacional, pode constar no diploma dos recém-formados em todas as áreas. Para a UNE, "uma grande vitória".
Acha que não seria justo.
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