Governo de SP suspende 4 contratos com empresas suspeitas de cartel
03 de Fevereiro de 2014•19h07 • atualizado às 20h13
Governo de SP suspende 4 contratos com empresas suspeitas de cartel
Governo de SP suspende 4 contratos com empresas suspeitas de cartel
Estado acatou recomendação feita em dezembro pelo Ministério Público do
Estado
Promotor Marcelo Camargo Milani informou que convocará as empresas responsáveis pelos contratos para que compareçam a audiência esta seman e prestem esclarecimentosFoto: Janaina Garcia / Terra |
Quatro de 10
contratos de reforma de trens do Metrô de São Paulo que estavam sob suspeita de
superfaturamento foram suspensos pelo Estado. A medida, comunicada oficialmente
nesta segunda-feira ao Ministério Público paulista (MP-SP), atendeu
recomendação administrativa feita em dezembro pela Promotoria de Patrimônio Público
e Social, que apontou um prejuízo aos cofres públicos de mais de R$ 860
milhões.
Em entrevista coletiva, o promotor
que encaminhou a recomendação ao Metrô, Marcelo Camargo Milani, informou que
convocará as empresas responsáveis pelos contratos para que compareçam a
audiência esta semana, no MP, e prestem esclarecimentos. Ainda em relação a
elas, completou Milani, foi determinado que entreguem 10 trens que estão nos
pátios, reformados, mas ainda não foram repassados ao Metrô.
Os outros seis contratos sob suspeita, segundo Milani, foram executados.
A pedido do secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Jurandir
Fernandes, o MP estendeu até 20 de fevereiro o prazo ao Estado para responder
sobre a suspensão do contrato do sistema Controle de Trens Baseado em
Comunicação (CBTC). Caso não seja suspenso, adiantou o promotor, tanto o
secretário quanto o Metrô serão alvo de ação civil pública por ato de
improbidade administrativa.
“Faremos um levantamento de quanto foi pago e o que resta ser cumprido”,
disse o promotor, que estuda ainda pedir a dissolução das sociedades que
executam ou deveriam ter executado as reformas caso os valores decorrentes da
falta de concorrência não sejam devolvidos.
Segundo Milani, há sociedades que entregaram 40%, 50% ou 60% dos trens
que deveriam ter sido entregues com reforma. Firmados em 2008 e 2009, os
contratos se referem às Linhas 1-Azul e 3-Vermelha e previam a reforma de 98
trens em um prazo, já expirado, de 68 meses.
O consórcio firmado entre as empresas Alstom e Iesa, por exemplo,
deveria ter reformado 22 trens - nove, apenas, foram efetivamente entregues. Já
o consórcio firmado entre a Alstom e a Siemens - investigadas pelo MP também
por suspeitas de prática de cartel no Metrô - deveria ter entregue 25 trens
reformados, mas o número efetivamente entregue ficou em nove.
Ainda de acordo com o promotor, não ficou constatado, nessa
investigação, indícios além do crime de cartel e consequente falta de
concorrência - tais como o pagamento de propina, o que configuraria corrupção.
“Não há nenhum indício de que propina foi paga”, reforçou.
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