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O ESTADO DA PALESTINA E A RESPONSABILIDADE DA COMUNIDADE INTERNACIONAL.

Há 25 anos, a Santa Sé assinou um primeiro acordo básico com a Organização para a Libertação da Palestina (OLP). Dez anos depois, assinou um Acordo Global com o Estado da Palestina, que entrou em vigor em janeiro de 2016.

O presidente Emmanuel Macron anunciou que a França reconhecerá o Estado da Palestina e que o anúncio solene será feito durante a Assembleia Geral das Nações Unidas em setembro próximo. Enquanto isso, trabalha-se na organização da “Conferência Internacional de Alto Nível para a Solução Pacífica da Questão Palestina e a Implementação da Solução de Dois Estados”, que deveria ter sido realizada na sede da ONU em Nova York em junho passado, sob a direção dos governos da França e da Arábia Saudita, mas foi adiada devido ao ataque israelense ao Irã.

O drama que se vive em Gaza, os repetidos massacres de dezenas de milhares de civis inocentes que perderam a vida sob as bombas e que agora morrem de fome e de privações, ou são atingidos enquanto tentam obter um pouco de comida, deveria tornar evidente aos olhos de todos como é urgente parar os ataques militares que provocam uma carnificina e, ao mesmo tempo, como se tornou imprescindível uma solução para a questão palestina. Solução que a Santa Sé invoca constantemente há décadas e que nunca poderá acontecer sem a contribuição efetiva da comunidade internacional, além dos países diretamente envolvidos.

É útil recordar, a este respeito, que a Santa Sé já havia assinado, há 25 anos, um primeiro acordo básico com a Organização para a Libertação da Palestina (OLP). Dez anos depois, assinou um Acordo Global com o Estado da Palestina, que entrou em vigor em janeiro de 2016. Uma decisão e um reconhecimento em linha com a preocupação expressa pelos Pontífices desde 1948 pela situação dos Lugares Santos e pelo destino dos palestinos. Paulo VI foi o primeiro Papa a afirmar explicitamente que eles eram e são um povo, e não apenas um grupo de refugiados de guerra. Na mensagem de Natal de 1975, o Papa Montini pedia aos filhos do povo judeu, que viam agora consolidado o seu Estado soberano de Israel, que “reconhecessem os direitos e as legítimas aspirações de outro povo que também sofreu durante muito tempo, o povo palestino”.

No início dos anos 90, João Paulo II estabeleceu relações tanto com o Estado de Israel (1993) quanto com a OLP (1994), num momento em que parecia que as partes estavam próximas de um acordo e do reconhecimento dos dois Estados. Em fevereiro de 2000, alguns meses antes da entrada do primeiro-ministro israelense Ariel Sharon na Esplanada das Mesquitas, que deu início à segunda Intifada, a Santa Sé assinou o já mencionado acordo básico com a OLP. Ao chegar a Belém, em março de 2000, João Paulo II disse: “a Santa Sé sempre reconheceu que o povo palestino tem o direito natural de ter uma pátria e o direito de viver em paz e tranquilidade com os outros povos desta região. Em nível internacional, os meus predecessores e eu proclamámos repetidamente que não seria possível pôr fim ao triste conflito na Terra Santa sem garantias sólidas dos direitos de todos os povos envolvidos, com base no direito internacional e nas importantes resoluções e declarações das Nações Unidas”.

Nove anos depois, Bento XVI, durante sua visita à Terra Santa, reiterou: “que seja universalmente reconhecido que o Estado de Israel tem o direito de existir e de gozar de paz e segurança dentro de fronteiras internacionalmente reconhecidas. Que seja igualmente reconhecido que o povo palestino tem direito a uma pátria independente e soberana, a viver com dignidade e a viajar livremente. Que a “solução de dois Estados” se torne realidade e não permaneça um sonho”. Em 2012, a Santa Sé deu seu apoio à admissão do “Estado da Palestina” como membro observador nas Nações Unidas.

O Papa Francisco, durante a viagem à Terra Santa em maio de 2014, repetiu diante do presidente palestino Mahmoud Abbas: “chegou o momento de todos terem a coragem da generosidade e da criatividade a serviço do bem, a coragem da paz, que se baseia no reconhecimento por parte de todos do direito de dois Estados a existirem e a gozarem de paz e segurança dentro de fronteiras internacionalmente reconhecidas”. E, pela primeira vez, referiu-se ao país que o acolhia como “Estado da Palestina”.

Assim se chegou ao Acordo Global entre a Santa Sé e o Estado da Palestina, de junho de 2015, que insiste na solução de dois Estados já contemplada na resolução 181 da ONU de novembro de 1947. O preâmbulo do Acordo, através de uma referência ao direito internacional, enquadra alguns pontos-chave, entre os quais: a autodeterminação do povo palestino, o objetivo da solução de dois Estados, o significado não apenas simbólico de Jerusalém e seu caráter sagrado para judeus, cristãos e muçulmanos, seu valor religioso e cultural universal como tesouro para toda a humanidade. No preâmbulo, é reafirmado o direito do povo palestino “à liberdade, à segurança e à dignidade num Estado independente próprio”, um “Estado da Palestina independente, soberano, democrático e viável, com base nas fronteiras anteriores a 1967, na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, e na Faixa de Gaza, que viva lado a lado em paz e segurança com todos os seus vizinhos”.

Recordando o Acordo Básico com a OLP de 2000, o Acordo Global renovava o pedido de uma “solução justa para a questão de Jerusalém, baseada nas resoluções internacionais”, afirmando que “decisões e ações unilaterais que alteram o caráter e o status específicos de Jerusalém são moral e legalmente inaceitáveis” e que “qualquer medida unilateral ilegal, de qualquer tipo, é nula e sem efeito” e “constitui um obstáculo à busca da paz”.

Este breve "excursus" atesta a linearidade e o realismo da posição contida nos apelos dos últimos Pontífices, nas declarações da Santa Sé às Nações Unidas e nos acordos assinados até hoje. Imediatamente após o ataque terrorista desumano perpetrado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, o Papa Francisco condenou o massacre e pediu publicamente, por várias vezes, a libertação de todos os reféns. Ao mesmo tempo, reconhecendo o direito de Israel de se defender, a Santa Sé pediu repetidamente – em vão –, que não fosse atingido indiscriminadamente todo o povo palestino presente na Faixa, assim como pediu que fossem interrompidos os ataques dos colonos contra a população palestina que vive nos territórios do Estado da Palestina, comumente indicados como Cisjordânia. Infelizmente, isso não aconteceu: em Gaza, e não apenas em Gaza, assistimos a ataques que não podem ter qualquer justificação e representam um massacre que pesa na consciência de todos.

Como disse de forma clara e inequívoca Leão XIV no Angelus de domingo, 20 de julho, é urgente e necessário “observar o direito humanitário” e “respeitar a obrigação de proteger os civis, bem como a proibição da punição coletiva, do uso indiscriminado da força e do deslocamento forçado da população”. A comunidade internacional não pode continuar assistindo passivamente ao massacre em curso. Esperamos que a Conferência Internacional de Alto Nível para a Solução Pacífica da Questão Palestina e a Implementação da Solução de Dois Estados, compreendendo a urgência de uma resposta comum ao drama dos palestinos, prossiga com determinação em busca de uma solução que garanta finalmente a esse povo um Estado com fronteiras seguras, respeitadas e reconhecidas.

HOMILIA DOMINICAL
27 DE JULHO DE 2025
17º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Leitura do Dia

Primeira Leitura 
Leitura do Livro do Gênesis - 18,20-32

Naqueles dias, O Senhor disse a Abraão:
"O clamor contra Sodoma e Gomorra cresceu, e agravou-se muito o seu pecado.
Vou descer para verificar se as suas obras correspondem ou não ao clamor que chegou até mim".
Partindo dali, os homens dirigiram-se a Sodoma, enquanto Abraão ficou na presença do Senhor.
Então, aproximando-se, disse Abraão:
"Vais realmente exterminar o justo com o ímpio?
Se houvesse cinquenta justos na cidade, acaso iríeis exterminá-los?
Não pouparias o lugar por causa dos cinquenta justos que ali vivem?
Longe de ti agir assim, fazendo morrer o justo com o ímpio, como se o justo fosse igual ao ímpio.
Longe de ti!
O juiz de toda a terra não faria justiça?"
O Senhor respondeu: 
"Se eu encontrasse em Sodoma cinquenta justos, pouparia por causa deles a cidade inteira".
Abraão prosseguiu dizendo:
"Estou sendo atrevido em falar a meu Senhor, eu que sou pó e cinza.
Se dos cinquenta justos faltassem cinco, destruirias por causa dos cinco a cidade inteira?"
O Senhor respondeu:
"Não destruiria, se achasse ali quarenta e cinco justos".
Insistiu ainda Abraão e disse:
"E se houvesse quarenta?"
Ele respondeu:
"Por causa dos quarenta, não o faria".
Abraão tornou a insistir:
"Não se irrite o meu Senhor, se ainda falo.
E se houvesse apenas trinta justos?".
Ele respondeu:
"Também não o faria, se encontrasse trinta"
Tornou Abraão a insistir:
"Já que me atrevi a falar a meu Senhor, e se houver vinte justos?"
Ele respondeu:
"Não a iria destruir por causa dos vinte". 
Abraão disse:
"Que o meu Senhor não se irrite, se eu falar só mais uma vez: e se houvesse apenas dez?"
Ele respondeu:
"Por causa dos dez, não a destruiria".

Segunda Leitura
Leitura da Carta de São Paulo aos Colossenses - 2,12-14

Irmãos:
Com Cristo fostes sepultados no batismo; com ele também fostes ressuscitados por meio da fé no poder de Deus, que ressuscitou a Cristo dentre os mortos.
Ora, vós estáveis mortos por causa dos vossos pecados, e vossos corpos não tinham recebido a circuncisão, até que Deus vos trouxe para a vida, junto com Cristo, e a todos nós perdoou os pecados.
Existia contra nós uma conta a ser paga, mas ele a cancelou, apesar das obrigações legais, e a eliminou, pregando-a na cruz.

Evangelho do Dia
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas - 11,1-13

Jesus estava rezando num certo lugar.
Quando terminou, um de seus discípulos pediu-lhe:
"Senhor, ensina-nos a rezar, como também João ensinou a seus discípulos".
Jesus respondeu: 
"Quando rezardes, dizei: 'Pai, santificado seja o teu nome.
Venha o teu Reino.
Dá-nos a cada dia o pão de que precisamos, e perdoa-nos os nossos pecados, pois nós também perdoamos a todos os nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação'".
E Jesus acrescentou: "Se um de vós tiver um amigo e for procurá-lo à meia-noite e lhe disser:
'Amigo, empresta-me três pães, porque um amigo meu chegou de viagem e nada tenho para lhe oferecer', e se o outro responder lá de dentro:
'Não me incomodes! Já tranquei a porta, e meus filhos e eu já estamos deitados; não me posso levantar para te dar os pães'; eu vos declaro: mesmo que o outro não se levante para dá-los porque é seu amigo, vai levantar-se ao menos por causa da impertinência dele e lhe dará quanto for necessário.
Portanto, eu vos digo: pedi e recebereis; procurai e encontrareis; batei e vos será aberto.
Pois quem pede, recebe; quem procura, encontra; e, para quem bate, se abrirá.
Será que algum de vós que é pai, se o filho pedir um peixe, lhe dará uma cobra?
Ou ainda, se pedir um ovo, lhe dará um escorpião?
Ora, se vós que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo aos que o pedirem!"

As palavras dos Papas

Reza-se com coragem, porque quando rezamos temos uma necessidade, normalmente. Deus é um amigo, um amigo rico, que tem pão, que tem aquilo de que nós precisamos. É como se Jesus dissesse: “Na oração, sejam insistentes, não se cansem”. Não se cansar de quê? De pedir. Peçam e lhes será dado. Porque é um trabalho, um trabalho que nos pede vontade, nos pede constância, nos pede para sermos determinados, sem vergonha. Por quê? Porque estou batendo à porta do meu amigo. Deus é um amigo, e com um amigo eu posso fazer isso. Uma oração constante, insistente. Pensemos em Santa Mônica, por exemplo. Quantos anos ela rezou, até com lágrimas, pela conversão de seu filho. O Senhor, no final, abriu a porta.

DESEJO UM SANTO DOMINGO A TODOS.

HOMILIA DOMINICAL
20 DE JULHO DE 2025
16º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Leitura do Dia

Primeira Leitura
Leitura do Livro do Gênesis 18,1-10a

Naqueles dias, o Senhor apareceu a Abraão junto ao carvalho de Mambré, quando ele estava sentado à entrada da sua tenda, no maior calor do dia.
Levantando os olhos, Abraão viu três homens de pé, perto dele.
Assim que os viu, correu ao seu encontro e prostrou-se por terra.
E disse:
"Meu Senhor, se ganhei tua amizade, peço-te que não prossigas viagem, sem parar junto a mim, teu servo.
Mandarei trazer um pouco de água para vos lavar os pés, e descansareis debaixo da árvore.
Farei servir um pouco de pão para refazerdes vossas forças, antes de continuar a viagem.
Pois foi para isso mesmo que vos aproximastes do vosso servo".
Eles responderam: "Faze como disseste".
Abraão entrou logo na tenda, onde estava Sara e lhe disse: "Toma depressa três medidas da mais fina farinha, amassa alguns pães e assa-os".
Depois, Abraão correu até o rebanho, pegou um bezerro dos mais tenros e melhores, e deu-o a um criado, para que o preparasse sem demora.
A seguir, foi buscar coalhada, leite e o bezerro assado, e pôs tudo diante deles.
Abraão, porém, permaneceu de pé, junto deles, debaixo da árvore, enquanto comiam.
E eles lhe perguntaram:
"Onde está Sara, tua mulher?"
"Está na tenda", respondeu ele.
E um deles disse: "Voltarei, sem falta, no ano que vem, por este tempo, e Sara, tua mulher, já terá um filho".

Segunda Leitura 
Leitura da Carta de São Paulo aos Colossenses - 1,24-28

Irmãos:
Alegro-me de tudo o que já sofri por vós e procuro completar na minha própria carne o que falta das tribulações de Cristo, em solidariedade com o seu corpo, isto é, a Igreja.
A ela eu sirvo, exercendo o cargo que Deus me confiou de vos transmitir a palavra de Deus em sua plenitude: o mistério escondido por séculos e gerações, mas agora revelado aos seus santos.
A estes Deus quis manifestar como é rico e glorioso entre as nações este mistério: a presença de Cristo em vós, a esperança da glória.
Nós o anunciamos, admoestando a todos e ensinando a todos, com toda sabedoria, para a todos tornar perfeitos em sua união com Cristo.

Evangelho do Dia
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas - 10,38-42

Naquele tempo, Jesus entrou num povoado, e certa mulher, de nome Marta, recebeu-o em sua casa.
Sua irmã, chamada Maria, sentou-se aos pés do Senhor, e escutava a sua palavra.
Marta, porém, estava ocupada com muitos afazeres.
Ela aproximou-se e disse: "Senhor, não te importas que minha irmã me deixe sozinha, com todo o serviço?
Manda que ela me venha ajudar!"
O Senhor, porém, lhe respondeu: "Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas.
Porém, uma só coisa é necessária.
Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada".

As palavras dos Papas

Marta e Maria são duas irmãs; têm também um irmão, Lázaro, que contudo neste caso não comparece. Jesus passa pela sua aldeia e – diz o texto – Marta o hospeda (cf. 10, 38). Este pormenor dá a entender que, das duas, Marta é a mais idosa, a que governa a casa. De fato, depois de Jesus ter entrado, Maria senta-se aos seus pés e ouve-o, enquanto Marta andava atarefada com muitos serviços, certamente devidos ao Hóspede extraordinário. Parece que vemos a cena: uma irmã que anda toda atarefada, e a outra como que raptada pela presença do Mestre e das suas palavras. Um pouco depois Marta, evidentemente ressentida, não resiste mais e protesta, sentindo-se até no direito de criticar Jesus: "Senhor, não se Te dá que a minha irmã me deixe só a servir? Diz-lhe, pois, que me venha ajudar". Marta pretenderia até ensinar o Mestre! Mas Jesus, com grande calma, responde: "Marta, Marta – e este nome repetido exprime afeto – andas inquieta e perturbada com muitas coisas; mas uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada" (10, 41-42). A palavra de Cristo é claríssima: nenhum desprezo pela vida ativa, nem muito menos pela generosa hospitalidade; mas uma chamada clara ao fato de que a única coisa deveras necessária é outra; ouvir a Palavra do Senhor; e o Senhor naquele momento está ali, presente na Pessoa de Jesus! Tudo o resto passará e ser-nos-á tirado, mas a Palavra de Deus é eterna e dá sentido ao nosso agir quotidiano.

UM BOM E SANTO DOMINGO A TODOS.

 HOMILIA DOMINICAL
13 DE JULHO DE 2025
15º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Leitura do Dia
Primeira Leitura

Leitura do Livro do Deuteronômio - 30,10-14

Moisés falou ao povo, dizendo: Ouve a voz do Senhor teu Deus, e observa todos os seus mandamentos e preceitos, que estão escritos nesta lei.
Converte-te para o Senhor teu Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma.
Na verdade, este mandamento que hoje te dou não é difícil demais, nem está fora do teu alcance.
Não está no céu, para que possas dizer:
'Quem subirá ao céu por nós para apanhá-lo?
Quem no-lo ensinará para que o possamos cumprir?'
Nem está do outro lado do mar, para que possas alegar:
'Quem atravessará o mar por nós para apanhá-lo?
Quem no-lo ensinará para que o possamos cumprir?'
Ao contrário, esta palavra está bem ao teu alcance, está em tua boca e em teu coração, para que a possas cumprir.

Segunda Leitura

Leitura da Carta de São Paulo aos Colossenses - 1,15-20

Cristo é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação, pois por causa dele, foram criadas todas as coisas no céu e na terra, as visíveis e as invisíveis, tronos e dominações, soberanias e poderes.
Tudo foi criado por meio dele e para ele.
Ele existe antes de todas as coisas e todas têm nele a sua consistência.
Ele é a Cabeça do corpo, isto é, da Igreja.
Ele é o Princípio, o Primogênito dentre os mortos; de sorte que em tudo ele tem a primazia, porque Deus quis habitar nele com toda a sua plenitude e por ele reconciliar consigo todos os seres, os que estão na terra e no céu, realizando a paz pelo sangue da sua cruz.

Evangelho do Dia

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas - 10,25-37

Naquele tempo,
Um mestre da Lei se levantou e, querendo pôr Jesus em dificuldade, perguntou:
"Mestre, que devo fazer para receber em herança a vida eterna?"
Jesus lhe disse:
"O que está escrito na Lei?
Como lês?"
Ele então respondeu: "Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e com toda a tua alma, com toda a tua força e com toda a tua inteligência; e ao teu próximo como a ti mesmo!"
Jesus lhe disse:
"Tu respondeste corretamente.
Faze isso e viverás".
Ele, porém, querendo justificar-se, disse a Jesus:
"E quem é o meu próximo?"
Jesus respondeu:
"Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos de assaltantes.
Estes arrancaram-lhe tudo, espancaram-no, e foram-se embora deixando-o quase morto.
Por acaso, um sacerdote estava descendo por aquele caminho.
Quando viu o homem, seguiu adiante, pelo outro lado.
O mesmo aconteceu com um levita: chegou ao lugar, viu o homem e seguiu adiante, pelo outro lado.
Mas um samaritano que estava viajando, chegou perto dele, viu e sentiu compaixão.
Aproximou-se dele e fez curativos, derramando óleo e vinho nas feridas.
Depois colocou o homem em seu próprio animal e levou-o a uma pensão, onde cuidou dele.
No dia seguinte, pegou duas moedas de prata e entregou-as ao dono da pensão, recomendando:
"Toma conta dele!
Quando eu voltar, vou pagar o que tiveres gasto a mais".
E Jesus perguntou:
"Na tua opinião, qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?"
Ele respondeu:
"Aquele que usou de misericórdia para com ele".
Então Jesus lhe disse:
"Vai e faze a mesma coisa".

As palavras dos Papas

O Evangelho deste domingo inicia com a pergunta que um doutor da Lei faz a Jesus: "Mestre, que hei-de fazer para possuir a vida eterna?" (Lc 10, 25). Sabendo que ele era perito nas Sagradas Escrituras, o Senhor convida aquele homem a dar ele mesmo a resposta, que de fato formula perfeitamente, citando os dois mandamentos principais: amar a Deus com todo o seu coração, mente e forças e amar o próximo como a si mesmo. Então o doutor da Lei, quase para se justificar, pergunta: "E quem é o meu próximo?" (Lc 10, 29). Desta vez, Jesus responde com a célebre parábola do "Bom samaritano" (cf. Lc 10, 30-37), para indicar que compete a nós tornar-nos o "próximo" de todo aquele que tiver necessidade de ajuda. [...] Esta narração evangélica oferece o "critério de medida", ou seja, a universalidade do amor que se inclina para o necessitado encontrado por acaso (cf. Lc 10, 31), seja ele quem for (Enc. Deus caritas est, 25). Ao lado desta regra universal, há também uma exigência especificamente eclesial: que "na própria Igreja, enquanto família, nenhum membro sofra porque passa necessidade" (Ibid.). O programa do cristão, aprendido do ensinamento de Jesus, é "um coração que vê" onde há necessidade de amor, e age em consequência

UM BOM E SANTO DOMINGO A TODOS.

 HOMILIA DOMINICAL
DOMINGO 6 DE JULHO DE 2025
14º DOMINGO DO TEMPO COMUM

LEITURA DO DIA

Primeira Leitura
Leitura do Livro do Profeta Isaías - 66,10-14c

Alegrai-vos com Jerusalém e exultai com ela todos vós que a amais; tomai parte em seu júbilo, todos vós que choráveis por ela, para poderdes sugar e saciar-vos ao seio de sua consolação, e aleitar-vos e deliciar-vos aos úberes de sua glória.
Isto diz o Senhor:
"Eis que farei correr para ela a paz como um rio e a glória das nações como torrente transbordante.
Sereis amamentados, carregados ao colo e acariciados sobre os joelhos.
Como uma mãe que acaricia o filho, assim eu vos consolarei; e sereis consolados em Jerusalém.
Tudo isso haveis de ver e o vosso coração exultará, e o vosso vigor se renovará como a relva do campo.
A mão do Senhor se manifestará em favor de seus servos".

Segunda Leitura
Leitura da Carta de São Paulo aos Gálatas - 6,14-18

Irmãos:
Quanto a mim, que eu me glorie somente da cruz do Senhor nosso, Jesus Cristo.
Por ele, o mundo está crucificado para mim, como eu estou crucificado para o mundo.
Pois nem a circuncisão, nem a incircuncisão têm valor; o que conta é a criação nova.
E para todos os que seguirem esta norma, como para o Israel de Deus, paz e misericórdia.
Doravante, que ninguém me moleste, pois eu trago em meu corpo as marcas de Jesus.
Irmãos, a graça do Senhor nosso, Jesus Cristo, esteja convosco.

Evangelho do Dia

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas - 10,1-12.17-20

Naquele tempo, o Senhor escolheu outros setenta e dois discípulos e os enviou dois a dois, na sua frente, a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir.
E dizia-lhes: 
"A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos.
Por isso, pedi ao dono da messe que mande trabalhadores para a colheita.
Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos.
Não leveis bolsa, nem sacola, nem sandálias, e não cumprimenteis ninguém pelo caminho!
Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro:
'A paz esteja nesta casa!'
Se ali morar um amigo da paz, a vossa paz repousará sobre ele; se não, ela voltará para vós.
Permanecei naquela mesma casa, comei e bebei do que tiverem, porque o trabalhador merece o seu salário.
Não passeis de casa em casa.
Quando entrardes numa cidade e fordes bem recebidos, comei do que vos servirem, curai os doentes que nela houver e dizei ao povo: 'O Reino de Deus está próximo de vós'.
Mas, quando entrardes numa cidade e não fordes bem recebidos, saindo pelas ruas, dizei:
'Até a poeira de vossa cidade, que se apegou aos nossos pés, sacudimos contra vós'.
No entanto, sabei que o Reino de Deus está próximo!
Eu vos digo que, naquele dia, Sodoma será tratada com menos rigor do que essa cidade".
Os setenta e dois voltaram muito contentes, dizendo:
"Senhor, até os demônios nos obedeceram por causa do teu nome".
Jesus respondeu:
"Eu vi Satanás cair do céu, como um relâmpago.
Eu vos dei o poder de pisar em cima de cobras e escorpiões e sobre toda a força do inimigo.
E nada vos poderá fazer mal.
Contudo, não vos alegreis porque os espíritos vos obedecem.
Antes, ficai alegres porque vossos nomes estão escritos no céu".

As palavras dos Papas

Este pedido de Jesus é sempre válido. Devemos rezar incessantemente ao «dono da messe», isto é, a Deus Pai, a fim de que envie operários para trabalhar no seu campo, que é o mundo. E cada um de nós deve fazê-lo com o coração aberto, com uma atitude missionária; a nossa oração não deve limitar-se apenas às nossas carências, às nossas necessidades: uma oração é verdadeiramente cristã se tiver também uma dimensão universal. [...] Se for vivida nestes termos, a missão da Igreja será caraterizada pela alegria. E como acaba este trecho? «Os setenta e dois discípulos voltaram cheios de alegria» (v. 17). Não se trata de uma alegria efémera, que brota do sucesso da missão; pelo contrário, é uma alegria radicada na promessa de que — diz Jesus — «os vossos nomes estão escritos no Céu» (v. 20). Com esta expressão, Ele quer dizer a alegria interior, a alegria indestrutível que nasce da consciência de ser chamado por Deus a seguir o seu Filho. Ou seja, a alegria de ser seus discípulos. (Papa Francisco, Angelus de 7 de julho de 2019)

UM BOM E SANTO DOMINGO A TODOS.

  HOMILIA DOMINICAL 14 DE DEZEMBRO DE 2025 3º DOMINGO DO ADVENTO Leitura do Dia Primeira Leitura Leitura do Livro do Profeta Isaías -  35,1-...